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A saúde física de George Whitefield teve um impacto significativo em seu ministério, embora ele tenha demonstrado uma notável perseverança em continuar sua obra apesar de suas limitações físicas. Desde cedo, sua busca intensa por Deus afetou sua saúde. Antes de sua conversão, Whitefield jejuou a ponto de prejudicar sua saúde, sendo confinado à cama por sete semanas por ordens médicas. Essa experiência inicial parece ter deixado marcas duradouras em sua constituição.

Ao longo de seu ministério, a intensidade de sua pregação cobrou um preço alto em seu corpo. Whitefield acordava rotineiramente às 4 da manhã para começar a pregar às 5 ou 6, frequentemente pregando uma dúzia de vezes ou mais por semana e passando de 40 a 50 horas no púlpito. Essa carga de trabalho exaustiva era agravada pela paixão e vigor com que ele pregava. Testemunhas oculares descreviam suas pregações como intensas e emocionais. Essa intensidade física durante a pregação frequentemente resultava em consequências fisiológicas diretas. É relatado que, muitas vezes após pregar, ele tinha “um vasto corrimento do estômago, geralmente com uma quantidade considerável de sangue”. Essa descrição sugere um grande desgaste físico causado pelo esforço vocal e emocional de suas pregações.

Apesar desses evidentes sinais de exaustão física, Whitefield mantinha uma agenda de viagens incansável. Ele viajou sete vezes para a América, mais de uma dúzia de vezes para a Escócia, e também para a Irlanda, Bermuda e Holanda. Essas viagens transatlânticas e terrestres eram feitas em condições frequentemente precárias para a saúde, mas ele as empreendia repetidamente para alcançar o maior número possível de pessoas com sua mensagem. Sua dedicação era tal que amigos e médicos frequentemente o exortavam a proteger seu corpo debilitado dos rigores das viagens, mas ele geralmente ignorava esses conselhos.

Houve momentos em que sua saúde o obrigou a diminuir o ritmo, mas apenas temporariamente. Em 1750, por exemplo, mesmo em Londres, onde tinha responsabilidades pastorais em seu Tabernáculo, pregando diariamente e diversas vezes aos domingos, ele se sentia “continuamente apressado e mal tinha tempo para comer pão”. Ele expressava o desejo de ter mais tempo para “ler, meditar e escrever”, mas reconhecia que isso só seria possível durante as viagens marítimas. Em outro momento, durante uma campanha de evangelismo itinerante, ele mencionou que sua saúde melhorava assim que deixava Londres, sugerindo que o ritmo intenso da vida na cidade contribuía para seu desgaste físico.

Nos últimos anos de sua vida, a saúde de Whitefield declinou visivelmente. Durante sua sétima e última viagem à América, em 1769-1770, a viagem foi difícil, e ele pregava com a frequência que seu corpo frágil permitia. No verão de 1770, já em Nova Hampshire, ele insistia com os amigos que preferia “gastar-se a enferrujar-se”. Ele ignorou sinais de perigo, em particular “resfriados” asmáticos que lhe causavam “grande dificuldade” em respirar. Em vez de descansar, ele continuou viajando e pregando, acreditando que o esforço da pregação lhe proporcionaria um “bom suor no púlpito” que lhe daria mais um dia de sobrevida. Mesmo após ser “tomado à noite por uma violenta diarreia, acompanhada de ânsias e calafrios”, ele persistiu.

Seu último dia de vida exemplifica sua dedicação inabalável. Na manhã de sábado, 29 de setembro de 1770, após concluir mais um sermão bem-sucedido em Portsmouth, ele partiu imediatamente para Newburyport, seu próximo destino. Testemunhas o descreveram quase desmaiando, sendo ajudado a subir em seu cavalo e seguindo em frente apesar dos apelos de amigos e admiradores. Ao parar em Exeter ao meio-dia, foi solicitado a pregar e o fez. Um amigo, observando as “opressivas elevações de seu peito”, aconselhou-o a ir para a cama em vez de pregar. Whitefield ignorou o aviso e respondeu com uma oração, pedindo a Deus que, se ainda não tivesse terminado sua jornada, o deixasse falar por Ele mais uma vez nos campos, selar Sua verdade e então ir para casa e morrer. Sua oração foi atendida. Seu último discurso ocorreu à tarde, em um campo, sobre um barril. Seu texto foi “Examinai-vos a vós mesmos se permaneceis na fé”, e seu tema foi o Novo Nascimento. Um ouvinte relatou que ele se levantou “preguiçosa e cansadamente, como se desgastado e exausto por seus estupendos trabalhos”, mas então sua mente se acendeu e sua voz “rugiu como a de um leão” para as extremidades de sua audiência. Essas foram suas últimas palavras públicas; ele morreu na manhã seguinte.

Apesar de sua saúde precária e do impacto físico de seu ministério intenso, George Whitefield pregou pelo menos 18.000 vezes e alcançou talvez 10.000.000 de ouvintes em sua vida. Sua dedicação ao chamado era tal que ele priorizava a disseminação do Evangelho acima de seu próprio bem-estar físico, demonstrando uma devoção extraordinária que moldou profundamente o Grande Despertar e deixou um legado duradouro no cenário religioso americano e britânico. Sua disposição de se “gastar” até a exaustão reflete uma convicção profunda na urgência de sua mensagem e no valor das almas que ele buscava alcançar.

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