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Unidade 57: A Vinha e os Lavradores: Rejeição do Filho e Suas Consequências

1. Ideia central: Jesus conta a parábola dos lavradores maus para ilustrar a história da relação de Deus com Israel, a rejeição dos profetas enviados por Deus e, finalmente, a rejeição e morte do Seu próprio Filho (Jesus), alertando sobre as consequências dessa rejeição e a transferência da bênção do Reino para outros.

2. Para entender o texto:

a. Texto em contexto: Esta passagem (Marcos 12:1-12) segue imediatamente o questionamento da autoridade de Jesus (Marcos 11:27-33). Em vez de responder diretamente à pergunta de Seus oponentes, Jesus usa uma parábola para revelar a natureza de Sua autoridade e as consequências da rejeição por parte da liderança religiosa de Israel. A parábola é uma acusação velada, mas poderosa, que expõe a história da infidelidade de Israel para com Deus e prediz a rejeição e morte do próprio Messias. Ela também aponta para a transferência das bênçãos do Reino para aqueles que produzirão fruto.

b. Esboço/estrutura:

  • A plantação da vinha e o arrendamento aos lavradores: (Marcos 12:1)
    • Então Jesus começou a falar-lhes por parábolas: “Um homem plantou uma vinha, cercou-a com um muro, cavou um tanque para prensar as uvas e construiu uma torre de vigia. Arrendou a vinha a alguns lavradores e ausentou-se.”
  • O envio dos servos e sua rejeição: (Marcos 12:2-5)
    • Na época da colheita, enviou um servo aos lavradores para receber deles a sua parte dos frutos da vinha.
    • Mas eles o agarraram, bateram nele e o mandaram embora de mãos vazias.
    • Enviou-lhes outro servo; também o espancaram e o trataram com humilhação.
    • Enviou ainda outro, e o mataram. E muitos outros foram enviados, alguns espancados e outros mortos.
  • O envio do filho amado e sua morte planejada: (Marcos 12:6-8)
    • “Finalmente, enviou-lhes o seu filho amado, pensando: ‘A meu filho eles respeitarão.’
    • Mas os lavradores disseram uns aos outros: ‘Este é o herdeiro. Vamos matá-lo, e a herança será nossa.’
    • Assim, agarraram-no, mataram-no e o lançaram fora da vinha.”
  • A pergunta de Jesus sobre o que o dono da vinha fará: (Marcos 12:9)
    • “Que fará então o dono da vinha? Virá, destruirá aqueles lavradores e entregará a vinha a outros.”
  • A citação das Escrituras sobre a pedra rejeitada: (Marcos 12:10-11)
    • “Vocês nunca leram esta passagem nas Escrituras?: ‘A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular;
    • isto veio do Senhor, e é maravilhoso aos nossos olhos’?”
  • A reação dos líderes religiosos: (Marcos 12:12)
    • Então procuraram um meio de prendê-Lo, mas temeram a multidão, pois perceberam que era contra eles que Ele havia contado a parábola. Assim, deixaram-no e se retiraram.

c. Antecedentes históricos e culturais: A imagem de uma vinha era uma metáfora comum no Antigo Testamento para representar Israel (Isaías 5:1-7; Jeremias 2:21). O arrendamento de terras era uma prática agrícola comum na época. Os lavradores tinham a responsabilidade de cuidar da vinha e entregar uma parte da colheita ao proprietário. O envio de servos pelo proprietário para cobrar sua parte reflete a maneira como Deus enviou profetas a Israel ao longo da história para chamá-los ao arrependimento e à obediência. A rejeição e o tratamento violento desses servos representam a perseguição e a morte dos profetas. O envio do filho amado pelo proprietário destaca a singularidade e a importância de Jesus como o Filho de Deus. A decisão dos lavradores de matar o filho para tomar posse da herança revela a ganância e a rebelião da liderança religiosa de Israel. A citação do Salmo 118:22-23 sobre a pedra rejeitada que se torna a pedra angular era uma conhecida profecia messiânica.

d. Considerações interpretativas:

  • A vinha (Marcos 12:1): Representa o povo de Israel e as bênçãos que Deus lhes havia confiado.
  • O proprietário (Marcos 12:1): Representa Deus, que plantou e cuidou de Israel.
  • Os lavradores (Marcos 12:1): Representam os líderes religiosos de Israel, que foram colocados como responsáveis por cuidar do povo de Deus.
  • Os servos (Marcos 12:2-5): Representam os profetas enviados por Deus ao longo da história para chamar Israel ao arrependimento e à obediência.
  • O filho amado (Marcos 12:6): Representa Jesus Cristo, o Filho único e amado de Deus.
  • A rejeição e morte dos servos (Marcos 12:2-5): Refletem a perseguição e a morte dos profetas por Israel.
  • A conspiração e morte do filho (Marcos 12:7-8): Predizem a rejeição e a crucificação de Jesus pelos líderes religiosos.
  • O lançamento do filho fora da vinha (Marcos 12:8): Pode aludir à crucificação de Jesus fora dos muros de Jerusalém.
  • A ação do dono da vinha (Marcos 12:9): Representa o julgamento de Deus sobre aqueles que rejeitam Seu Filho e a transferência das bênçãos do Reino para outros (os gentios e os crentes em Jesus).
  • A pedra angular rejeitada (Marcos 12:10-11): Refere-se a Jesus, que foi rejeitado pelos líderes religiosos, mas se tornou a pedra fundamental da nova aliança e da Igreja.
  • A reação dos líderes religiosos (Marcos 12:12): Demonstra que eles entenderam que a parábola era sobre eles e revela sua intenção de prender Jesus, mas foram impedidos pelo medo da multidão.

e. Considerações teológicas:

  • A Paciência e a Graça de Deus: Deus demonstrou grande paciência ao enviar repetidamente Seus servos (os profetas) a Israel. O envio de Seu Filho amado é a expressão máxima de Sua graça.
  • A Responsabilidade Humana e a Rebelião: Os lavradores maus são responsáveis por suas ações de rejeitar e maltratar os servos do proprietário e, finalmente, matar seu filho. Isso ilustra a rebelião humana contra Deus e Sua vontade.
  • A Centralidade de Cristo: Jesus é o Filho amado de Deus, cuja rejeição e morte foram planejadas por aqueles que deveriam tê-Lo reconhecido. Ele é a pedra fundamental sobre a qual a Igreja é construída.
  • O Julgamento de Deus: A parábola anuncia o julgamento de Deus sobre aqueles que rejeitam Seu Filho e abusam da responsabilidade que lhes foi confiada.
  • A Transferência das Bênçãos do Reino: A parábola sugere que, devido à rejeição de Israel, as bênçãos do Reino seriam oferecidas a outros que produziriam fruto para Deus.

3. Para ensinar o texto:

  • Principais temas: A história da relação de Deus com Israel marcada pela rejeição; a identidade de Jesus como o Filho amado de Deus; a responsabilidade dos líderes espirituais; as consequências da rejeição do Messias; a promessa de que Deus levantará outros que produzirão fruto para Ele.
  • Aplicação: Devemos reconhecer a paciência e a graça de Deus em nossas próprias vidas. Devemos estar atentos para não rejeitar a mensagem de Deus e o Seu Filho Jesus. Devemos examinar nossa própria responsabilidade em produzir fruto para o Reino de Deus.

4. Para ilustrar o texto:

Imagine um proprietário que confia sua fazenda a um administrador, mas este maltrata os mensageiros enviados pelo proprietário e, finalmente, mata o próprio filho do proprietário na esperança de tomar posse da propriedade. A parábola de Jesus ilustra essa traição e suas consequências inevitáveis.

Pense na história de um país que repetidamente rejeita os conselhos de seus melhores líderes e, finalmente, se volta contra seu próprio rei. A parábola reflete essa dinâmica de rebelião e suas trágicas consequências.

Considere um jardineiro que planta uma árvore frutífera e a confia aos cuidados de outra pessoa, mas esta negligencia a árvore e impede que ela produza fruto. A parábola nos lembra da importância de cuidar daquilo que Deus nos confiou e de produzir os frutos esperados.

5. Perguntas de fixação/reflexão:

  1. Quais são os elementos principais da parábola contada por Jesus (Marcos 12:1-8)? Quem cada um desses elementos representa?
  2. Como os lavradores trataram os servos enviados pelo dono da vinha (Marcos 12:2-5)? O que isso nos ensina sobre a resposta de Israel aos profetas de Deus?
  3. Por que o dono da vinha finalmente enviou seu filho amado (Marcos 12:6)? Qual era a sua esperança?
  4. Qual foi a decisão dos lavradores em relação ao filho do dono da vinha (Marcos 12:7-8)? O que isso revela sobre suas motivações?
  5. O que Jesus perguntou sobre o que o dono da vinha faria aos lavradores (Marcos 12:9)? Qual a implicação dessa pergunta?
  6. Qual passagem das Escrituras Jesus citou após contar a parábola (Marcos 12:10-11)? Como essa passagem se aplica a Ele mesmo?
  7. Como os líderes religiosos reagiram ao ouvir a parábola (Marcos 12:12)? Por que eles não prenderam Jesus naquele momento?
  8. De que maneira essa parábola revela a paciência de Deus para com Israel ao longo da história?
  9. Qual a responsabilidade daqueles que são confiados com as bênçãos de Deus, de acordo com essa parábola?
  10. Meditando em Marcos 12:1-12, qual o principal ensinamento que você extrai sobre a identidade de Jesus como o Filho de Deus e as consequências da rejeição a Ele? Como essa parábola o desafia a examinar sua própria resposta à autoridade de Cristo?
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