A principal função dos levitas no serviço religioso, conforme detalhado nas fontes, era a de auxiliar os sacerdotes no desempenho de suas diversas responsabilidades e na manutenção do culto a Deus. Eles foram designados para servir sob a supervisão de Arão e seus filhos, que foram separados para o sacerdócio. Esta designação dos levitas como assistentes dos sacerdotes aarônicos possuía uma significância especial, pois eles eram escolhidos como substitutos pelo filho mais velho de cada família israelita, que originalmente pertencia a Deus por ter escapado da morte no Egito. Desta forma, toda a nação estava representada no ministério sacerdotal.
Durante a permanência de Israel no deserto, os levitas tinham missões específicas no próprio tabernáculo, sendo que os levitas maduros, entre trinta e cinquenta anos, exerciam estas funções especiais. Uma das suas primeiras incumbências, após a dedicação do tabernáculo, foi o transporte do tabernáculo e seus componentes, para o qual foram dedicados doze carros cobertos e doze bois, sob a responsabilidade dos levitas de serviço.
No âmbito mais amplo do serviço religioso, a primeira responsabilidade dos sacerdotes era mediar entre Deus e o homem. Oficiando nas ofertas prescritas, eles conduziam o povo, assegurando-lhe a expiação pelo pecado. Os levitas, por sua vez, estavam facultados para assistir os sacerdotes na execução destas e de muitas outras responsabilidades designadas a eles. A manutenção e a administração do tabernáculo também estavam sob a jurisdição dos sacerdotes, com a assistência dos levitas.
É importante notar que, para o sustento dos levitas, foi estabelecida a provisão do dízimo entregue pelo povo. Os levitas, por sua vez, também davam um dízimo de sua renda aos sacerdotes. Em virtude desta designação especial e da sua função no serviço religioso, os levitas não foram incluídos no reparto da terra quando os israelitas se estabeleceram em Canaã.
Com a construção do templo sob o reinado de Salomão, a organização dos levitas tornou-se mais elaborada. Os 38.000 levitas foram organizados em unidades e designados para o ministério regular do templo. Pequenas unidades receberam a responsabilidade de serem guardadores das portas, enquanto outros atuavam como músicos, cuidando de tudo relacionado à música vocal e instrumental. Havia também levitas designados como tesoureiros, encarregados de cuidar dos valiosos presentes dedicados pelos príncipes israelitas.
Em tempos posteriores, como durante a celebração da Páscoa após o retorno do exílio, os levitas desempenharam um papel ainda mais ativo em certas cerimônias. Originalmente, o cabeça de cada família sacrificava o cordeiro da Páscoa, mas desde os dias de Josias, os levitas foram designados para esta obrigação para toda a comunidade, especialmente quando a maior parte do povo não estava qualificada para fazê-lo. Desta forma, os levitas aliviaram as obrigações dos sacerdotes ao oferecer os sacrifícios e aspergir o sangue.
Durante os esforços de restauração liderados por Esdras e Neemias após o exílio babilônico, os levitas continuaram sendo essenciais para a vida religiosa da comunidade. Eles auxiliavam na leitura e na explicação da Lei ao povo, e eram responsáveis por coletar e administrar os dízimos e outras contribuições do povo, garantindo que os sacerdotes e outros servidores do templo recebessem o seu sustento para poderem cumprir seus deveres. Cantores e guardiões das portas da cidade também recebiam seu apoio regular, conforme estabelecido por Davi e Salomão.
Em resumo, a função principal dos levitas era a de servir como auxiliares dos sacerdotes em todas as áreas do serviço religioso, desde a manutenção do tabernáculo e do templo, passando pela música e pela guarda, até a assistência nos sacrifícios e a instrução do povo na Lei de Deus. Sua dedicação permitia que o culto fosse realizado de forma ordenada e eficaz, representando uma parte fundamental da organização religiosa de Israel.
