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A História Insana de Benjamin Abbott — O Pecador que Virou Fogo Vivo do Espírito


Introdução: O homem que o Inferno não queria abrir mão

Imagine um homem que passou 40 anos vivendo como se Deus não existisse — bebendo, brigando, apostando, blasfemando, e ainda assim, aos 40, foi arrancado das garras da morte espiritual para se tornar um dos pregadores mais poderosos da história do metodismo americano.

Essa não é ficção. É a vida real de Benjamin Abbott — um “filho do trovão”, como o chamavam, cuja voz fazia multidões caírem em choro, cujo toque parecia incendiar almas, e cuja morte foi anunciada por ele próprio com os olhos fixos no céu aberto.

Se você acha que já viu tudo sobre conversão, santificação e poder do Espírito Santo — espere até conhecer Abbott.


O Pecador Perfeito (Até os 40 Anos)

Nascido em Long Island em 1732, Benjamin Abbott perdeu o pai cedo. Mandado para Filadélfia como aprendiz de chapeleiro, logo se perdeu nas sombras da cidade: jogos de azar, rinhas de galo, álcool, blasfêmias. Casou-se, mas a vida doméstica só intensificou sua rebeldia.

Ele era, nas palavras do próprio texto, “o que o mundo chamaria de um homem muito perverso”. Só que com um detalhe curioso: tratava bem a família. Um paradoxo moral — cruel com Deus, mas terno com os seus. Um homem dividido.

E pior: ele sabia que estava errado.

Frequentava igrejas presbiterianas. Sentia o Espírito cutucando sua consciência. Prometia mudar. Quebrava as promessas. Repetia o ciclo.

Até que… veio o sonho.


O Sonho que o Inferno Lhe Mostrou — e Não Era Metáfora

Com 33 anos, Abbott sonhou que foi arrastado ao inferno.

Demônios o prenderam em um torno, esmagando seu corpo até sangrar. Depois, escorpiões o perfuraram sem parar. Por fim, foi levado a um lago de fogo, onde almas eram lançadas por legiões de demônios. No momento exato em que ia ser arremessado — acordou, suando, gritando, trêmulo.

Esse sonho não foi apenas “uma visão noturna”. Foi um alerta divino. Um preview do que o aguardava — e ele sabia.

Mas… não bastou.

Ele continuou vivendo como antes. Porque, como ele mesmo diria depois: “não havia aprendido a necessidade de buscar a ajuda divina”. Consciência culpada ≠ arrependimento salvífico.

Quantos de nós vivemos assim? Sabendo que estamos errados, sentindo o peso, prometendo mudar — mas sem correr para os braços de Cristo?

Abbott era o retrato da humanidade caída: consciente do pecado, mas incapaz de se libertar dele por si mesmo.

Até aquele domingo.


O Sermão que Abalou Cada Junta do Seu Corpo

Tudo mudou porque a esposa foi a uma reunião metodista.

Ela voltou encantada: “Foi o maior pregador que já ouvi!” Abbott, curioso (ou talvez cético), foi no domingo seguinte.

O texto? Mateus 11:28 — “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei.”

O pregador não era teórico. Era fogo puro. As pessoas choravam, gritavam, caíam. Abbott ficou chocado — mas o sermão não o tocou… até a aplicação.

“Talvez alguns de vocês pensem que não existem Deus, nem demônios, nem inferno — apenas uma consciência culpada. E, de fato, meus amigos, isso já é ruim o suficiente. Mas eu lhes asseguro: existem tanto o céu quanto o inferno. Deus e demônios.”

BUM.

Foi como se o sermão tivesse sido escrito para ele. Os sonhos, os pecados, as promessas quebradas — tudo voltou como um tsunami.

Ele voltou para casa esmagado pela convicção — mas ainda sem saber como ser salvo.

E então veio o segundo sermão. E dessa vez, o Espírito não só falou — abalou cada junta do seu corpo. Ele caiu aos gritos: “Misericórdia! Misericórdia!”

As pessoas acharam que ele tinha enlouquecido.

Mas não. Ele estava sendo quebrado.


O Calvinista que Quase Se Matou — e o Arminiano que Nasceu das Cinzas

Criado no calvinismo rígido, Abbott acreditava na reprovação eterna. Ou seja: se Deus não o tivesse escolhido desde a eternidade, nada que fizesse salvaria sua alma.

Resultado? Desespero total. Ele se convenceu de que era um réprobo. Que estava condenado. Que não adiantava lutar.

Foi tentado a se matar.

Só não o fez porque pensou: “Se o inferno é pior do que esta dor… melhor aguentar aqui.”

Essa é uma das passagens mais assustadoras — e reveladoras — da história. Mostra o perigo de uma teologia mal compreendida. Uma doutrina que, em vez de apontar para a graça, aprisiona o pecador em desespero.

Mas Deus não o abandonou.

Depois de semanas (ou meses?) de agonia, alguém lhe mostrou o caminho simples: fé em Cristo. Entrega total. Descanso na promessa.

E no dia 12 de outubro de 1772, aos 40 anos, Benjamin Abbott entregou tudo a Jesus — e encontrou descanso.

“Meu coração parecia tão leve quanto um pássaro… meu corpo se sentia ágil como aos 18 anos. Tanto o homem exterior quanto o interior foram vivificados.”

Ele pegou a Bíblia, abriu em Atos 9 — a conversão de Saulo — e pregou para a própria família. Depois saiu correndo para contar aos vizinhos.

O ex-jogador de cartas agora pregava o Evangelho.


“Eu Sou Metodista!” — E o Fogo Não Parou Mais

Abbott estudou confissões de fé, comparou doutrinas, leu a Bíblia inteira buscando respostas. Seus instintos o levavam a outra denominação — mas após seis meses de oração, algo explodiu dentro dele:

“EU SOU METODISTA! EU SOU METODISTA!”

Ele sabia que seria perseguido. Ridicularizado. Mas não importava. Ele tinha encontrado a graça que transforma — e queria viver (e morrer) por ela.

Sua esposa se converteu. Seus seis filhos também. Formaram uma pequena classe. Ele virou líder.

E então… veio a santificação.

Influenciado pelas visões de Wesley sobre a “segunda bênção”, Abbott buscou a purificação total do coração. E num dia, durante a oração, aconteceu:

“Cai estendido no chão. Não tinha forças nem para levantar a mão. Senti o poder de Deus percorrendo cada parte da minha alma e do meu corpo, como fogo consumindo as corrupções internas… Quando me levantei, toda a criação parecia louvar a Deus. Tinha ganhado novos olhos. Tudo era novo. Um amor por todas as criaturas encheu meu peito. Uma paz ininterrupta.”

Isso, meus amigos, é o que os antigos chamavam de batismo do Espírito Santo com evidência de santificação.

E Abbott não guardou isso para si.


O Pregador que Fazia Pessoas Cair — e até Presbiterianos Gritarem “PENTECOSTES!”

As reuniões de Abbott eram… caóticas. Pelo menos para os padrões da época.

Pessoas caíam aos montes. Gritos. Choros. Gemidos. Corpos estirados como mortos. Um presbiteriano velho se aproximou e disse: “Isso é obra do diabo! Deus é Deus de ordem!”

Abbott respondeu com calma:

“Se for obra do diabo, quando acordarem, vão amaldiçoar e praguejar. Se for de Deus… vão louvar.”

Minutos depois, os “caídos” começaram a se levantar — e a cantar, a clamar, a testemunhar.

“Ouça!”, disse Abbott ao velho. “Isto não é linguagem do inferno. É linguagem de Canaã.”

Numa reunião seguinte, só restaram de pé Abbott e o mesmo presbiteriano cético. Um a um, todos caíram — até que só restaram eles dois. O velho continuou argumentando. Abbott disse: “Fique quieto e veja a salvação do Senhor.”

E assim foi. Todos se levantaram louvando. Oito disseram ter recebido santificação.

O velho presbiteriano? Não sabemos se se converteu… mas gritou junto com Abbott:

“ISTO É UM PENTECOSTES, COM CERTEZA!”


A Morte que Ele Viu Chegar — e Recebeu com Sorriso

Abbott pregou por 23 anos. Foi itinerante. Fundou igrejas. Transformou comunidades.

Quando a morte se aproximou, em 1796, ele não temeu.

Num funeral, ouviu um pastor dizer: “A morte é o rei dos terrores… nos torna a todos covardes.”

Abbott se levantou e disse:

“O perfeito amor lança fora o medo. Posso chamar Deus como testemunha: a morte não é terror para mim. Estou pronto para encontrar meu Deus — AGORA MESMO!”

Dias depois, já à beira da morte, disse a um irmão:

“Vá buscar o irmão McCluskey para pregar meu sermão fúnebre. Eu morrerei antes que você volte — a menos que viaje a noite inteira.”

Quando o amigo hesitou, Abbott riu: “Ah, é verdade… se eu não estiver morto, vão rir de você. Melhor esperar.”

No dia 14 de agosto de 1796, aos 65 anos, ele partiu.

Suas últimas palavras?

“Glória a Deus! Eu vejo o céu docemente se abrindo diante de mim!”

E enquanto batia as mãos magras, repetia: “Veja! Veja! Glória! Glória!”

Até o último suspiro — foi fogo.


Por Que Essa História Importa HOJE?

Porque vivemos numa era de:

  • Conversões superficiais — onde “aceitar Jesus” virou um clique, não uma rendição total.
  • Teologias que paralisam — como o calvinismo mal compreendido que quase levou Abbott ao suicídio.
  • Igrejas que temem o poder — onde “ordem” é mais importante do que avivamento.
  • Cristãos sem fogo — que nunca experimentaram o que Abbott chamou de “fogo consumindo as corrupções internas”.

Abbott nos lembra que:

Deus salva os piores pecadores — não os “mais preparados”, mas os mais quebrantados.
A santificação é real — e não é teoria, é fogo que transforma.
O Espírito Santo ainda derruba gente — e quem tenta domesticar isso, está lutando contra Deus.
Morrer bem é fruto de viver bem — Abbott não temeu a morte porque viveu cada dia como se o céu já estivesse aberto.


Um Tição Arrancado do Fogo — e Aceso Para o Mundo

John Wesley chamava os pregadores como Abbott de “homens de um livro” — mas também de “homens de fogo”.

Abbott não tinha educação teológica. Não era eloquente. Mas tinha o que muitos hoje perderam: uma alma abrasada pela graça, um coração partido pelo pecado, e uma boca cheia do Espírito.

Ele foi um “tição arrancado do fogo” — e se tornou uma tocha que incendiou vidas.

Se você se sente longe de Deus — lembre-se: Abbott tinha 40 anos e estava mergulhado no pecado. Ainda assim, Deus o alcançou.

Se você se sente frio — lembre-se: Abbott clamou por santificação, e o fogo veio.

Se você teme a morte — lembre-se: Abbott a viu chegando… e sorriu, porque viu o céu se abrir.


Essa história me marcou profundamente. Não apenas pela dramaticidade, mas pela autenticidade. Abbott não foi fabricado por marketing religioso. Ele foi forjado no fogo da graça.

Se você chegou até aqui, talvez Deus esteja te chamando para algo mais profundo.

Talvez você precise:

  • De um reencontro radical com Cristo.
  • De buscar a santificação como Abbott buscou.
  • De parar de controlar o Espírito — e deixar Ele te derrubar, se for preciso.

Comente abaixo:
👉 Qual parte da história de Abbott mais te impactou?
👉 Você já experimentou algo parecido com o “fogo consumidor” que ele descreveu?
👉 O que te impede de viver com essa intensidade espiritual hoje?

Vamos conversar. Vamos orar. Vamos buscar — juntos — o mesmo fogo que transformou um jogador de cartas num profeta de Deus.


Paz às suas cinzas, Benjamin Abbott. E fogo às nossas almas.

— Diego Souza
Arminianismo, Teologia & Fogo do Espírito

📌 As opiniões aqui expressas são pessoais e não refletem necessariamente a visão de qualquer igreja, grupo ou organização. Embora eu busque fidelidade à Bíblia, reconheço minhas limitações humanas e a possibilidade de falhas na interpretação. Sinta-se à vontade para deixar comentários, dúvidas ou testemunhos — ficarei grato pelo seu retorno.


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Porque o fogo ainda arde. E o céu ainda se abre — para os que ousam olhar.

Fonte: “The Lives of Eminent Methodist Ministers” por P. Douglass Gorrie


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