Gn 7:1-24 – Comentário
O Dilúvio e a Salvação de Noé
Introdução:
O episódio bíblico do Dilúvio é uma narrativa que destaca a história de Noé, sua família e as criaturas vivas que foram salvas da destruição. Nesta passagem, encontramos uma sequência de eventos cruciais que culminam na devastação causada pelo dilúvio e na proteção divina concedida a Noé e sua arca.
Resumo da passagem:
Versículos 1-12: Nos primeiros versículos, testemunhamos o momento em que Noé, sua família e os animais entram na arca, preparando-se para enfrentar o dilúvio iminente. A obediência de Noé às instruções divinas destaca sua fé inabalável em Deus e sua disposição de cumprir o plano divino para a preservação da vida na Terra.
Versículos 13-16: Noé fecha a entrada da arca conforme o dilúvio começa a cair sobre a Terra. A decisão de fechar a arca simboliza a separação entre aqueles que estão dentro, protegidos pela graça divina, e aqueles que permaneceram fora, sujeitos à destruição. Essa parte da narrativa ressalta a importância da obediência e da preparação para enfrentar os desafios que podem surgir em nossa jornada.
Versículos 17-20: Aqui, acompanhamos o desenvolvimento do dilúvio, que dura quarenta dias. Esse período de inundação traz à tona a magnitude da ira divina e a necessidade de purificação da Terra. A natureza e os efeitos devastadores do dilúvio são descritos, destacando a gravidade das ações humanas que levaram a esse evento catastrófico.
Versículos 21-24: No final deste relato, testemunhamos o resultado do dilúvio: toda carne na Terra é destruída. Esse evento representa tanto o juízo divino sobre o pecado quanto a misericórdia ao preservar Noé, sua família e as criaturas na arca. O dilúvio também simboliza a oportunidade de um novo começo, onde a humanidade tem a chance de reconstruir sua relação com Deus e com o mundo ao seu redor.
Texto Comentado Versículo por Versículo
Versão da Bíblia Sagrada Utilizada: Almeida Corrigida Fiel (ACF)
1 DEPOIS disse o Senhor a Noé: Entra tu e toda a tua casa na arca, porque tenho visto que és justo diante de mim nesta geração.
Comentário Bíblico de Gênesis 7:1-12:
Neste trecho, encontramos a continuação da narrativa do Dilúvio, um evento significativo e de grande importância na história bíblica. Deus, que é misericordioso e justo, chamou Noé para construir a arca e preservar a vida em meio à destruição que viria sobre a terra por causa da perversidade humana.
Noé é retratado como um homem justo e fiel, obedecendo prontamente ao chamado divino para entrar na arca com sua família e os animais que Deus ordenou que fossem reunidos. A obediência de Noé é um exemplo de fé e confiança no plano de Deus, mostrando que ele acreditava na revelação de um Salvador vindouro.
A construção da arca exigiu esforço e dedicação por parte de Noé, mas ele perseverou na fé, sabendo que a arca seria o seu refúgio e segurança durante o Dilúvio. Esse episódio também nos ensina sobre a importância de agir com obediência à palavra de Deus, pois é por meio da fé e do cumprimento de Seus mandamentos que encontramos proteção e salvação.
Deus concedeu um período de 120 anos para que a humanidade se arrependesse, mas eles desperdiçaram essa oportunidade, continuando em seus caminhos ímpios. Mesmo quando Deus estendeu esse prazo por mais sete dias, eles permaneceram obstinados em sua rebeldia.
Quando Noé entrou na arca, exatamente conforme Deus havia ordenado, as comportas do grande abismo se romperam, e as águas do Dilúvio inundaram a terra. A descrição detalhada do dilúvio enfatiza a ação soberana de Deus sobre a natureza, demonstrando que Ele está no controle de todas as coisas.
As chuvas foram intensas e sem precedentes, inundando toda a terra por 40 dias e 40 noites. Esse cataclismo revela a justiça de Deus ao lidar com o pecado humano, mas também destaca Sua fidelidade em preservar aqueles que O seguem com fé.
Neste episódio, somos lembrados da importância de ouvir e obedecer à voz de Deus, assim como Noé o fez, e confiar em Sua provisão e proteção, mesmo em meio às adversidades. O Dilúvio também aponta para o papel redentor de Cristo, a verdadeira Arca de salvação para todos que nele creem e se refugiam. Devemos aprender com a história de Noé a buscar a justiça pela fé em Deus e a viver uma vida de obediência e retidão.
2 De todos os animais limpos tomarás para ti sete e sete, o macho e sua fêmea; mas dos animais que não são limpos, dois, o macho e sua fêmea.
3 Também das aves dos céus sete e sete, macho e fêmea, para conservar em vida sua espécie sobre a face de toda a terra.
4 Porque, passados ainda sete dias, farei chover sobre a terra quarenta dias e quarenta noites; e desfarei de sobre a face da terra toda a substância que fiz.
5 E fez Noé conforme a tudo o que o Senhor lhe ordenara.
6 E era Noé da idade de seiscentos anos, quando o dilúvio das águas veio sobre a terra.
7 Noé entrou na arca, e com ele seus filhos, sua mulher e as mulheres de seus filhos, por causa das águas do dilúvio.
8 Dos animais limpos e dos animais que não são limpos, e das aves, e de todo o réptil sobre a terra,
9 Entraram de dois em dois para junto de Noé na arca, macho e fêmea, como Deus ordenara a Noé.
10 E aconteceu que passados sete dias, vieram sobre a terra as águas do dilúvio.
11 No ano seiscentos da vida de Noé, no mês segundo, aos dezessete dias do mês, naquele mesmo dia se romperam todas as fontes do grande abismo, e as janelas dos céus se abriram,
12 E houve chuva sobre a terra quarenta dias e quarenta noites.
13 E no mesmo dia entraram na arca Noé, seus filhos Sem, Cão e Jafé, sua mulher e as mulheres de seus filhos.
Comentário Bíblico de Gênesis 7:13-16:
Nestes versículos, encontramos um relato crucial sobre o cumprimento do mandamento divino de Noé de entrar na arca, juntamente com sua família, e levar consigo os animais conforme a vontade de Deus. Observamos, nesse contexto, a fidelidade de Noé em cumprir integralmente as instruções divinas, sendo considerado justo diante de Deus em sua geração (Gn 6:9).
É interessante notar que, ao contrário das criaturas selvagens, os animais foram conduzidos por Deus para a arca de forma dócil e obediente, mostrando a mão soberana do Criador sobre toda a Sua criação. A situação excepcional e o propósito específico da arca garantiram a cooperação dos animais sob a vontade de Deus.
Deus, em Sua providência, cuidou de Noé ao fechar a porta da arca, assegurando-o e protegendo-o da destruição iminente. Este ato demonstra a graça divina, que não apenas chamou Noé para a salvação, mas também providenciou os meios para a sua segurança durante o dilúvio.
Vale ressaltar que Noé é frequentemente considerado um tipo de Cristo, como um mediador entre Deus e a humanidade. Assim como Noé foi salvo através da arca, o cristão encontra segurança na obra redentora de Cristo, que é o único caminho para a salvação (João 14:6; Atos 4:12). Também é possível fazer uma conexão com o batismo cristão, que simboliza a purificação e a morte para o mundo antigo, assim como Noé passou pelo dilúvio que purificou a terra.
Portanto, uma lição importante a ser extraída desses versículos é que devemos obedecer prontamente ao chamado de Deus e confiar plenamente em Suas promessas. Assim como Deus fechou a porta da arca para proteger Noé, também podemos ver a segurança e o cuidado divino ao escolhermos seguir o caminho da salvação em Cristo. No entanto, é essencial lembrar que, como Noé advertia ao seu tempo, também hoje se apresenta o chamado de Deus para que aqueles que ouvem Sua voz venham a Ele, pois o tempo de misericórdia não é eterno (Hebreus 3:15).
Que possamos aprender com a história de Noé e buscar a Deus com sinceridade e prontidão, apegando-nos às Suas promessas e seguindo o caminho da salvação em Cristo Jesus.
14 Eles, e todo o animal conforme a sua espécie, e todo o gado conforme a sua espécie, e todo o réptil que se arrasta sobre a terra conforme a sua espécie, e toda a ave conforme a sua espécie, pássaros de toda qualidade.
15 E de toda a carne, em que havia espírito de vida, entraram de dois em dois para junto de Noé na arca.
16 E os que entraram eram macho e fêmea de toda a carne, como Deus lhe tinha ordenado; e o Senhor o fechou dentro.
17 E durou o dilúvio quarenta dias sobre a terra, e cresceram as águas e levantaram a arca, e ela se elevou sobre a terra.
Comentário Bíblico sobre Gênesis 7:17-20:
Neste trecho, somos testemunhas da contínua intensificação do dilúvio, que durou quarenta dias, conforme descrito anteriormente. As águas subiram a ponto de cobrir os cumes dos montes mais elevados por mais de vinte pés, aproximadamente 6 metros acima do nível usual. Esse detalhe ressalta a gravidade e a extensão global do dilúvio, evidenciando a magnitude do julgamento divino.
É essencial notar que, neste evento, não há um local na terra que possa escapar dos juízos de Deus. A mão de Deus alcança a todos os seus inimigos, e a universalidade da inundação demonstra a abrangência das consequências do pecado humano. Isso reforça a importância de compreender que não existe lugar seguro fora da vontade e do plano de Deus.
Enquanto as águas continuavam a aumentar, a arca de Noé foi sustentada e elevada acima do dilúvio em progressão. Esse acontecimento é simbólico, pois para os incrédulos, o dilúvio significava a morte, um julgamento final por suas ações pecaminosas. Em contraste, para os fiéis, a arca era uma representação de vida, pois Deus a providenciou como um meio de salvação para Noé, sua família e os animais que foram resgatados.
Portanto, ao refletir sobre esses versículos, somos lembrados da importância de obedecer a Deus e buscar refúgio em Sua vontade. Da mesma forma que Deus forneceu um meio de escape para Noé através da arca, Ele também oferece salvação a todos aqueles que confiam Nele. Essa passagem nos incentiva a reconhecer a soberania de Deus sobre a criação e a buscarmos a vida em meio aos desafios e juízos deste mundo.
18 E prevaleceram as águas e cresceram grandemente sobre a terra; e a arca andava sobre as águas.
19 E as águas prevaleceram excessivamente sobre a terra; e todos os altos montes que havia debaixo de todo o céu, foram cobertos.
20 Quinze côvados acima prevaleceram as águas; e os montes foram cobertos.
21 E expirou toda a carne que se movia sobre a terra, tanto de ave como de gado e de feras, e de todo o réptil que se arrasta sobre a terra, e todo o homem.
Comentário Bíblico sobre Gênesis 7:21-24:
Neste trecho das Escrituras, somos confrontados com um dos eventos mais impactantes da história bíblica: o Dilúvio. Após a obediência de Noé em construir a arca, os dilúvios vieram sobre a terra, cumprindo-se a sentença divina para julgar a corrupção e a maldade que havia se espalhado entre a humanidade. Os versículos 21 a 24 descrevem o fim terrível que a inundação trouxe a todos os seres viventes que habitavam fora da arca.
A ênfase bíblica é clara: todos os seres humanos e criaturas da terra, com exceção dos que estavam dentro da arca, foram exterminados pelas águas. O propósito desse juízo foi demonstrar o justo julgamento de Deus contra o pecado e a Sua santidade perante a corrupção humana.
Esse relato nos confronta com a seriedade do pecado e a necessidade de arrependimento e obediência a Deus. A salvação encontrava-se dentro da arca, simbolizando a proteção da justiça divina para aqueles que se refugiam na provisão de Deus.
O episódio do Dilúvio nos lembra da necessidade de nos achegarmos a Deus em fé e obediência, confiando em Sua graça e salvação. Ao mesmo tempo em que somos confrontados com o juízo divino, também encontramos esperança na provisão de um caminho seguro de escape através do qual Deus oferece salvação e proteção para todos os que o buscam.
Que este relato nos conduza à reflexão e ao compromisso com Deus, para que possamos encontrar segurança em Sua graça e misericórdia, e evitar o juízo futuro reservado àqueles que rejeitam Sua oferta de salvação. A história do Dilúvio nos lembra da soberania de Deus e de Sua justiça, assim como da Sua misericórdia e amor para com aqueles que O buscam em fé e retidão.
22 Tudo o que tinha fôlego de espírito de vida em suas narinas, tudo o que havia em terra seca, morreu.
23 Assim foi destruído todo o ser vivente que havia sobre a face da terra, desde o homem até ao animal, até ao réptil, e até à ave dos céus; e foram extintos da terra; e ficou somente Noé, e os que com ele estavam na arca.
24 E prevaleceram as águas sobre a terra cento e cinqüenta dias.
Conclusão:
O episódio do Dilúvio é uma poderosa lição sobre fé, obediência e o equilíbrio entre o julgamento divino e a graça salvadora. Enquanto testemunhamos a destruição resultante da desobediência humana, também somos lembrados da importância de seguir a vontade de Deus e confiar em Sua proteção. Ao mesmo tempo em que a história carrega um elemento de advertência, também abre caminho para um novo começo e a esperança de um futuro melhor para aqueles que seguem a retidão.
REFERÊNCIAS:
HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Matthew Henry Obra Completa – CPAD
Todas as Escrituras em português citadas são da Almeida Corrigida Fiel ©
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