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O que é o Dízimo e Ainda é Obrigatório para os Cristãos Hoje?

Ao abordarmos esta questão que desperta tanto interesse quanto controvérsia no meio cristão, somos convidados a explorar um tema que toca diretamente a vida prática da fé: o dízimo. Este conceito, amplamente discutido nas Escrituras, levanta questões importantes sobre sua aplicação na vida dos cristãos contemporâneos. Vamos examinar essa verdade com reverência, guiados pela Palavra de Deus.


1. O Que é o Dízimo?

O dízimo refere-se à prática de dedicar 10% dos recursos, geralmente dos rendimentos ou colheitas, como uma oferta a Deus. Essa prática está enraizada na Bíblia e foi especialmente regulamentada na lei mosaica.

a) No Antigo Testamento

  • Um Mandamento Legal: Em Levítico 27:30-32, o dízimo é descrito como algo “santificado” a Deus, incluindo os frutos da terra, rebanhos e outros bens. Esse sistema sustentava o templo, os sacerdotes e as necessidades da comunidade.
  • Propósito do Dízimo: Além de ser uma expressão de gratidão e dependência de Deus, o dízimo também tinha um propósito social. Deuteronômio 14:28-29 menciona que, a cada três anos, o dízimo era destinado aos pobres, estrangeiros e levitas, promovendo justiça e solidariedade.

b) Bênçãos Associadas ao Dízimo

Malaquias 3:10 apresenta uma promessa associada ao dízimo: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e derramar sobre vós bênção sem medida.” Aqui, o dízimo é apresentado como um ato de confiança em Deus, que recompensa generosamente Seus fiéis.


2. O Dízimo no Contexto do Novo Testamento

No Novo Testamento, o foco muda de um sistema legalista para princípios mais amplos de generosidade e oferta voluntária.

a) Ausência de Um Mandamento Direto

Embora o Novo Testamento reconheça a prática do dízimo (como em Lucas 11:42, onde Jesus critica os fariseus por observarem meticulosamente o dízimo, mas negligenciarem a justiça e o amor), ele não impõe o dízimo como obrigatório para os cristãos. Em vez disso, enfatiza princípios mais profundos de doação e sacrifício.

b) A Generosidade como Princípio Superior

2 Coríntios 9:6-7 destaca o princípio da generosidade voluntária: “Quem semeia pouco, pouco também colherá; quem semeia com fartura, com abundância também colherá. Cada um contribua segundo propôs no seu coração, não com tristeza nem por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria.” Aqui, o foco está na motivação do coração, não em uma porcentagem fixa.


3. O Dízimo Ainda é Obrigatório para os Cristãos Hoje?

A resposta a essa pergunta depende de como interpretamos a transição da lei mosaica para a graça no Novo Testamento.

a) Uma Prática Sob a Lei, Não Sob a Graça

Os cristãos vivem sob a nova aliança estabelecida por Jesus Cristo, que substituiu o sistema de leis do Antigo Testamento. Hebreus 7:12 explica que a mudança no sacerdócio (de Levi para Cristo) trouxe uma mudança na lei, incluindo práticas como o dízimo.

b) Um Chamado à Generosidade Proporcional

Embora o dízimo não seja obrigatório, ele pode servir como um modelo útil para os cristãos que desejam praticar a generosidade de maneira sistemática. Romanos 12:1 nos exorta a oferecer nossas vidas como “sacrifícios vivos,” o que inclui nossos recursos financeiros.


4. Implicações Práticas para Nossa Vida

Entender o dízimo e sua aplicação deve impactar nossa postura em relação às finanças e ao uso dos recursos que Deus nos confiou.

a) Priorizar o Reino de Deus

Mateus 6:33 nos instrui: “Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas.” Isso inclui usar nossos recursos para apoiar a obra de Deus, cuidar dos necessitados e promover a missão da igreja.

b) Dar com Alegria e Fé

Deuteronômio 16:17 enfatiza que cada pessoa deve dar conforme sua capacidade e com alegria. Da mesma forma, os cristãos devem evitar a mentalidade de obrigação e abraçar a doação como um ato de adoração e gratidão.

c) Apoiar a Igreja e os Necessitados

Embora o dízimo não seja obrigatório, os cristãos têm a responsabilidade de sustentar a igreja local e ajudar os pobres. Gálatas 2:10 nos lembra de “lembrar-nos dos pobres,” algo que Paulo considerava uma prioridade em seu ministério.


5. Evitando Extremos: Legalismo e Negligência

Ao lidarmos com o tema do dízimo, devemos evitar dois extremos:

a) Legalismo

Reduzir a prática cristã ao pagamento de um percentual fixo pode levar ao legalismo, distorcendo o propósito do dízimo como uma expressão de coração grato e dependente de Deus.

b) Negligência

Por outro lado, ignorar completamente a responsabilidade de dar pode refletir uma falta de compromisso com o Reino de Deus e com as necessidades dos outros. Atos 20:35 nos lembra: “Mais bem-aventurado é dar do que receber.”


Conclusão: Um Chamado à Generosidade com Liberdade

O que é o dízimo e ainda é obrigatório para os cristãos hoje? O dízimo foi uma prática importante no Antigo Testamento, mas no Novo Testamento, ele é substituído por princípios mais amplos de generosidade voluntária e sacrificial. Embora não seja obrigatório, o dízimo pode servir como um guia útil para aqueles que desejam praticar a generosidade de maneira sistemática.

Que esta compreensão inspire em nós um coração generoso e grato, disposto a investir nossos recursos no avanço do Reino de Deus. Como escreveu Paulo: “Cada um contribua segundo propôs no seu coração, não com tristeza nem por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria” (2 Coríntios 9:7). Que possamos viver como mordomos fiéis, refletindo o amor de Deus em nossas ofertas.

“Honra ao Senhor com os teus bens e com as primícias de toda a tua renda” (Provérbios 3:9). Que esta verdade ecoe em nossos corações, lembrando-nos de que tudo o que temos pertence a Deus e deve ser usado para Sua glória.

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