Os missionários empregaram uma variedade de métodos para tentar converter os indígenas das Américas, com abordagens que evoluíram ao longo do tempo e variaram entre diferentes ordens religiosas e indivíduos. As fontes detalham diversas dessas maneiras, desde a pregação itinerante até o estabelecimento de instituições e, em alguns casos, a utilização de meios mais coercitivos.
Um dos métodos iniciais e mais comuns foi a pregação itinerante. Os clérigos viajavam até as aldeias indígenas e falavam através de um intérprete. Com o tempo e o aprendizado das línguas nativas, os missionários passaram a se comunicar diretamente com os indígenas em seus próprios idiomas. Essa abordagem visava disseminar os princípios básicos da fé cristã, apresentando Jesus Cristo, os ensinamentos bíblicos e a doutrina da Igreja Católica. Hernando Cortés, apesar de sua natureza violenta, em algumas ocasiões pregava o Evangelho aos nativos.
A administração de batismos em massa foi outra prática frequente. Em alguns casos, milhares de indígenas eram batizados em um único dia. Essas cerimônias eram por vezes apoiadas pela presença militar espanhola. A facilidade com que alguns indígenas pareciam aprender as orações e demonstrações de fé levava os europeus a crer que a conversão seria simples. No entanto, a profundidade da compreensão e a genuinidade dessas conversões em massa são questões complexas e debatidas.
Um esforço significativo foi dedicado à erradicação dos ídolos e práticas religiosas indígenas. Os missionários viam as religiões nativas como obra do demônio e procuravam ativamente destruir seus objetos de culto e cerimônias. Hernando Cortés, por exemplo, ficou perturbado ao encontrar um quarto cheio de ídolos astecas manchados de sangue de sacrifícios humanos e começou a destruí-los com uma barra de ferro. Esse método, muitas vezes imposto pela força, gerou resistência e ressentimento por parte dos indígenas.
O estabelecimento de igrejas e missões foi crucial para a consolidação da presença cristã. As missões serviam como centros de evangelização, onde os indígenas eram reunidos para receber instrução religiosa, aprender sobre a cultura europeia e adotar novos modos de vida. As famosas 21 missões da Califórnia, muitas fundadas pelo franciscano Junípero Serra, são um exemplo desse esforço. Outras missões foram estabelecidas em locais como a Geórgia, Carolina do Sul, Novo México e Flórida.
A fundação de escolas e universidades foi outra estratégia importante. As escolas eram destinadas a educar as crianças indígenas na fé cristã e em habilidades práticas. Universidades, como a do México e a de Lima, também foram estabelecidas, embora inicialmente focadas na educação dos colonos. Juan de Zumárraga, o primeiro bispo do México, fundou escolas para crianças indígenas de ambos os sexos, usando a educação como meio de evangelização.
Em algumas ocasiões, os missionários tentaram estabelecer uma relação de troca e oferecimento de presentes para criar boa vontade e facilitar a aproximação dos indígenas à fé cristã. Colombo relatou ter dado “gorros vermelhos e contas de vidro” aos nativos, que ficaram muito satisfeitos e se tornaram amigos dos espanhóis. Essa abordagem inicial, no entanto, frequentemente coexistia com a subsequente exploração e subjugação.
A doutrinação formal era realizada através do ensino dos mistérios da fé cristã, como a Criação, a Queda, a Trindade, a Encarnação, a Paixão e a Ressurreição de Cristo. O uso de símbolos como o crucifixo era comum para ilustrar esses ensinamentos. Os missionários esperavam que a apresentação desses conceitos levasse os indígenas a abandonar suas crenças tradicionais e a abraçar o cristianismo.
Alguns missionários adotaram uma postura de caridade e proximidade com os indígenas, vivendo entre eles, vestindo-se de forma semelhante e compartilhando seus alimentos. Essa abordagem, em contraste com a brutalidade dos conquistadores, muitas vezes encorajava uma maior aceitação do cristianismo. Um oficial da igreja relatou que os indígenas preferiam um grupo de frades porque eles se vestiam pobremente e andavam descalços como eles, comiam o que eles comiam e eram gentis em seu relacionamento.
Em períodos posteriores, principalmente com o crescimento do protestantismo na América Latina, surgiram novas formas de evangelização. Os protestantes, especialmente os pentecostais, demonstraram maior adaptação à mentalidade e cultura latino-americana, criando seus próprios hinos e estilos de culto mais expressivos. O uso do rádio e outros meios de comunicação de massa também se tornou uma ferramenta importante para a disseminação da fé protestante. Além disso, as igrejas protestantes muitas vezes ofereciam um senso de comunidade, apoio social e oportunidades de ascensão social para os marginalizados.
É importante notar que houve um debate significativo dentro da própria Igreja Católica sobre os métodos apropriados de conversão. Enquanto alguns, como Juan Ginés de Sepúlveda, defendiam a submissão dos indígenas pela força, argumentando sua inferioridade cultural e religiosa, outros, como Bartolomé de Las Casas, defendiam a persuasão pacífica e o respeito pela dignidade e liberdade dos indígenas. Las Casas argumentava que a única maneira de ensinar a verdadeira religião era persuadir o entendimento através da razão e atrair suavemente a vontade.
Em resumo, os missionários utilizaram uma ampla gama de métodos na tentativa de converter os indígenas, que incluíam a pregação, o batismo em massa, a destruição de ídolos, o estabelecimento de missões e escolas, a oferta de presentes e a doutrinação formal. As abordagens variavam desde a imposição pela força até a persuasão pacífica e a demonstração de caridade, refletindo as diferentes visões e prioridades dos indivíduos e ordens religiosas envolvidas. O impacto desses métodos foi complexo e multifacetado, resultando em conversões, mas também em resistência, sincretismo religioso e perdas culturais significativas para os povos indígenas.