Harvest From A Palm Oil Plantation
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É a sabedoria do homem que lhe dá paciência!

Quando te deitares, não temerás; deitar-te-ás, e o teu sono será suave. Não temas o pavor repentino, nem a arremetida dos perversos, quando vier. Porque o Senhor será a tua segurança e guardará os teus pés de serem presos.

Provérbios 3:24-26

A vida moderna nos empurra como uma correnteza apressada, nos arrastando para um estado de constante agitação, onde o momento presente se torna uma sombra, eclipsada por um amanhã que nunca chega. Estamos sempre correndo, sempre buscando, mas raramente nos encontramos. Ansiosos, pressionamos botões de elevadores como se, de alguma forma, pudéssemos apressar a própria existência. Nossa impaciência não é apenas um hábito; é um reflexo de uma alma que esqueceu como descansar.

Vivemos em uma cultura que nos ensinou a medir nosso valor pela eficiência, pelo que fazemos, pelo que entregamos. Restaurantes que servem comida em minutos, informações que chegam em segundos, promessas de gratificação instantânea a cada deslizar de dedo nas telas. Mas, nesse ritmo implacável, o que estamos perdendo? Talvez seja algo tão simples e ao mesmo tempo tão profundo: o tempo. O tempo para sentir, o tempo para crescer, o tempo para sermos transformados.

Há uma verdade oculta em algo tão humilde quanto um jardim. A cebolinha brota em semanas, mas uma melancia, essa precisa de meses de espera. E há algo sagrado nessa espera. Porque ao comprar tudo pronto no supermercado, perdemos não apenas o sabor da fruta, mas também o sabor da paciência, do processo que nos lembra que as coisas mais valiosas não podem ser apressadas.

E aqui está a ironia divina: enquanto nós, com nossas mãos impacientes e corações ansiosos, tentamos acelerar tudo, Deus espera. Ele espera por nós. Ele nos observa em nossos erros e decisões precipitadas, nos dando tempo, oferecendo graça, sustentando-nos em nossa pressa sem sentido. Como um Pai que sabe que a criança tropeçará, mas ainda assim a deixa caminhar, Ele nos dá espaço para aprender, para crescer, para falhar.

A sabedoria, como nos ensina Provérbios, é encontrada na paciência. “A sabedoria do homem lhe dá paciência” (Provérbios 19:11). Mas essa sabedoria não é um dom fácil de abraçar. Porque exige mais do que aguardar; exige confiar. Confiar que há um propósito no intervalo, que há beleza no silêncio, que Deus está trabalhando mesmo quando parece que nada está acontecendo.

Quantas vezes nossas más decisões não nascem da pressa? Diante de uma crise, agimos como se tudo dependesse de nós, como se a solução estivesse em nossas mãos inquietas. E ainda assim, quantas dessas escolhas não nos levam a desejar poder voltar atrás, repensar, refazer? Mas a paciência, ah, a paciência nos chama a esperar no Senhor. A ouvir antes de falar. A respirar antes de agir. A amar antes de julgar.

E talvez essa seja a maior lição que a paciência nos ensina: que não estamos no controle. Que, apesar de nosso esforço para moldar o tempo e comandar o destino, é Deus quem segura o fio da nossa história. E Ele, em Sua bondade infinita, não tem pressa. Ele é paciente. Ele nos espera quando tropeçamos, nos abraça quando caímos, e nos guia novamente quando estamos prontos para caminhar.

Cultivar a paciência é mais do que uma virtude; é um ato de fé. É confiar que o Deus que começou a boa obra em nós é fiel para completá-la, no Seu tempo, não no nosso. E quando aprendemos a esperar Nele, encontramos algo que o mundo não pode oferecer: a paz que excede todo entendimento, a confiança de que, em cada intervalo, Ele está ali, sussurrando: “Eu estou contigo.”

E então, talvez, ao abraçarmos a paciência, descubramos não apenas como esperar, mas como viver. Vivendo com a certeza de que o Deus que espera por nós também nos dá força para esperar por Ele, transformando cada momento, até os mais dolorosos, em oportunidades de sermos renovados pelo Seu amor.

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