Unidade 78: O Sacrifício Consumado: O Cordeiro na Cruz
1. Ideia central: A caminho do Gólgota, Simão de Cirene é obrigado a carregar a cruz de Jesus. Jesus é crucificado entre dois ladrões, e a inscrição sobre Sua cabeça declara Sua suposta ofensa: Rei dos Judeus. Passantes, principais sacerdotes e mestres da lei zombam dele, desafiando-o a descer da cruz para provar Sua messianidade, mas Jesus permanece ali até a Sua morte.
2. Para entender o texto:
a. Texto em contexto: Esta passagem (Marcos 15:21-32) segue a humilhação de Jesus pelos soldados romanos (Marcos 15:16-20) e descreve o evento central da narrativa da paixão: a crucificação de Jesus. Este é o ponto culminante do sofrimento de Jesus, o sacrifício final para a redenção da humanidade. As reações daqueles que testemunham a crucificação revelam a incompreensão e a rejeição do Messias.
b. Esboço/estrutura:
- Simão de Cirene carrega a cruz: (Marcos 15:21)
- Um certo homem, Simão de Cirene, pai de Alexandre e de Rufo, estava passando por ali, vindo do campo. Eles o forçaram a carregar a cruz de Jesus.
- A crucificação no Gólgota: (Marcos 15:22-24)
- Levaram Jesus ao lugar chamado Gólgota, que significa Lugar da Caveira.
- Ali lhe ofereceram vinho misturado com mirra, mas Ele não o bebeu.
- Então o crucificaram e dividiram as suas roupas, tirando sortes para ver o que cada um levaria.
- A inscrição na cruz: (Marcos 15:25-26)
- Eram nove da manhã quando o crucificaram.
- A acusação escrita contra Ele dizia: O REI DOS JUDEUS.
- Crucificado entre ladrões: (Marcos 15:27-28)
- Com Ele crucificaram dois ladrões, um à Sua direita e outro à Sua esquerda.
- [Cumpriu-se assim a Escritura que diz: “E com os malfeitores foi contado.”]
- A zombaria dos passantes: (Marcos 15:29-30)
- Os que passavam por ali balançavam a cabeça e o insultavam, dizendo: “Ah, você que destrói o templo e o reedifica em três dias,
- desça da cruz e salve-se a si mesmo!”
- A zombaria dos líderes religiosos: (Marcos 15:31-32a)
- Da mesma forma, os principais sacerdotes e os mestres da lei zombavam dele entre si, dizendo: “Salvou os outros, mas não pode salvar a si mesmo!
- Que o Cristo, o Rei de Israel, desça agora da cruz, para que vejamos e creiamos!”
- A zombaria dos crucificados com Jesus: (Marcos 15:32b)
- Os que foram crucificados com Ele também o insultavam.
c. Antecedentes históricos e culturais: Simão de Cirene era provavelmente um judeu da cidade de Cirene, no norte da África, que estava em Jerusalém para a Páscoa. Era comum que a pessoa condenada carregasse sua própria cruz (ou ao menos a trave horizontal) até o local da execução. Gólgota, ou Calvário, significa “lugar da caveira”, possivelmente devido ao formato do local ou por ser um local de execuções. Vinho misturado com mirra era oferecido como um analgésico suave para aliviar a dor, mas Jesus recusou, possivelmente para manter a clareza mental durante Seu sofrimento. A divisão das roupas do crucificado era um direito dos soldados romanos. A inscrição na cruz indicava o crime pelo qual a pessoa estava sendo crucificada. Ser crucificado entre ladrões era uma forma de humilhação e demonstrava que Jesus era considerado um criminoso comum. A zombaria era uma prática cruel para ridicularizar e degradar o condenado. A referência à destruição e reconstrução do templo era uma distorção das palavras de Jesus sobre Seu corpo como o templo (João 2:19-22).
d. Considerações interpretativas:
- O papel de Simão de Cirene (Marcos 15:21): Simão é forçado a ajudar Jesus a carregar a cruz, um ato involuntário que, para alguns, pode simbolizar o chamado para os seguidores de Cristo carregarem sua própria cruz (Marcos 8:34).
- A recusa do vinho com mirra (Marcos 15:23): A recusa de Jesus pode indicar Sua determinação em enfrentar a plenitude do sofrimento com clareza.
- A divisão das roupas (Marcos 15:24): Este detalhe cumpre a profecia do Salmo 22:18.
- A inscrição (Marcos 15:26): A acusação “O REI DOS JUDEUS” era irônica, mas também reconhecia a reivindicação de Jesus, embora de forma zombeteira.
- Crucificado com malfeitores (Marcos 15:27-28): Isso cumpriu a profecia de Isaías 53:12, mostrando Jesus carregando o pecado dos outros.
- A natureza da zombaria (Marcos 15:29-32): A zombaria dos passantes e dos líderes religiosos focava na incapacidade de Jesus de salvar a Si mesmo, apesar de ter realizado muitos milagres. Eles exigiam um sinal espetacular para crerem, demonstrando sua incredulidade.
e. Considerações teológicas:
- A Expiação Substitutiva: A crucificação de Jesus é o ato central da expiação, onde Ele tomou sobre Si o pecado da humanidade e sofreu a ira de Deus em nosso lugar.
- O Sofrimento de Cristo: A descrição detalhada da crucificação enfatiza a intensidade do sofrimento físico e emocional que Jesus suportou.
- O Cumprimento da Profecia: Vários detalhes da crucificação, como a divisão das roupas e ser contado entre os malfeitores, cumprem profecias do Antigo Testamento, confirmando a identidade de Jesus como o Messias.
- A Rejeição do Messias: A zombaria e a incredulidade daqueles que testemunharam a crucificação revelam a profundidade da rejeição de Jesus como o Cristo.
- A Paciência e a Perseverança de Cristo: Apesar da dor e da zombaria, Jesus permaneceu na cruz, cumprindo Seu propósito até o fim.
3. Para ensinar o texto:
- Principais temas: O sofrimento e a morte de Jesus na cruz; o cumprimento das profecias bíblicas; a rejeição de Jesus como Messias; a natureza sacrificial da Sua morte; a paciência e a perseverança de Jesus diante da adversidade.
- Aplicação: Devemos contemplar a profundidade do sacrifício de Jesus por nós na cruz. Devemos reconhecer a tendência humana de duvidar e exigir sinais, mesmo diante de evidências. A perseverança de Jesus nos encoraja a permanecermos firmes em nossa fé, mesmo em meio ao sofrimento e à zombaria.
4. Para ilustrar o texto:
Imagine um herói que, tendo salvado muitas vidas, é capturado por seus inimigos e zombado por sua aparente impotência. A cena da crucificação de Jesus reflete essa inversão de expectativas e a incompreensão de Sua verdadeira força.
Pense em alguém que está passando por uma grande dor, mas se recusa a tomar analgésicos para manter a clareza mental e enfrentar a situação com plena consciência. A recusa de Jesus ao vinho com mirra pode ser vista sob essa luz.
Considere a ironia de pessoas zombando de alguém que tem o poder de salvá-las, mas escolhe sofrer por elas. A zombaria dos passantes e líderes religiosos destaca essa tragédia da incredulidade.
5. Perguntas de fixação/reflexão:
- Quem foi Simão de Cirene e por que ele carregou a cruz de Jesus (Marcos 15:21)? Qual a possível significância desse ato?
- O que significa o nome Gólgota (Marcos 15:22)? O que aconteceu naquele lugar?
- O que foi oferecido a Jesus antes da crucificação e por que Ele não bebeu (Marcos 15:23)?
- O que os soldados fizeram com as roupas de Jesus (Marcos 15:24)? Qual a relevância desse detalhe?
- Qual era a inscrição colocada sobre a cruz de Jesus (Marcos 15:26)? O que ela declarava?
- Quem mais foi crucificado com Jesus (Marcos 15:27)? Como isso cumpriu as Escrituras (Marcos 15:28)?
- Como os passantes zombavam de Jesus (Marcos 15:29-30)? Qual era a essência de suas zombarias?
- De que maneira os principais sacerdotes e mestres da lei zombavam de Jesus (Marcos 15:31-32a)? O que eles exigiam para crer?
- Até mesmo aqueles que foram crucificados com Jesus o insultavam (Marcos 15:32b). O que isso revela sobre a atmosfera da crucificação?
- Meditando em Marcos 15:21-32, qual o principal ensinamento que você extrai sobre o sacrifício de Jesus na cruz e a reação da humanidade a Ele? Como essa passagem o desafia a responder a esse sacrifício com fé e gratidão, mesmo diante da incredulidade e da zombaria do mundo?