Unidade 79: A Hora da Vitória: O Filho Entrega o Espírito
1. Ideia central: Ao meio-dia, uma escuridão sobrenatural cobre toda a terra por três horas, culminando com o clamor de Jesus, Sua morte, o rasgar do véu do templo e a confissão de fé de um centurião romano, enquanto algumas mulheres observavam de longe.
2. Para entender o texto:
a. Texto em contexto: Esta passagem (Marcos 15:33-41) segue a descrição da crucificação de Jesus (Marcos 15:21-32) e relata os eventos que marcaram Sua morte. Este momento é o clímax da paixão de Cristo, o ponto central da história da redenção. Os eventos sobrenaturais e as reações dos presentes sublinham a importância cósmica da morte de Jesus.
b. Esboço/estrutura:
- A escuridão sobre a terra: (Marcos 15:33)
- Ao meio-dia, toda a terra ficou escura até as três da tarde.
- O clamor de Jesus: (Marcos 15:34)
- Às três da tarde, Jesus bradou em alta voz: “Eloí, Eloí, lamá sabactâni?”, que significa: “Meu Deus, Meu Deus, por que me abandonaste?”
- A incompreensão dos presentes: (Marcos 15:35-36)
- Alguns dos que estavam ali perto, ouvindo isso, disseram: “Vejam, ele está chamando Elias.”
- Alguém correu, embebeu uma esponja em vinho vinagre, colocou-a numa vara e ofereceu-a a Jesus para beber, dizendo: “Deixem-no. Vejamos se Elias vem tirá-lo dali.”
- A morte de Jesus e o rasgar do véu do templo: (Marcos 15:37-38)
- Com um forte brado, Jesus expirou.
- O véu do templo rasgou-se em duas partes, de alto a baixo.
- A confissão do centurião: (Marcos 15:39)
- Vendo Jesus morrer assim, o centurião exclamou: “Verdadeiramente este homem era o Filho de Deus!”
- As mulheres que observavam de longe: (Marcos 15:40-41)
- Algumas mulheres estavam observando de longe. Entre elas estavam Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, o Menor, e de José, e Salomé.
- Na Galileia elas haviam seguido Jesus e o servido. Muitas outras mulheres que tinham subido com Ele para Jerusalém também estavam ali.
c. Antecedentes históricos e culturais: A escuridão que cobriu a terra ao meio-dia por três horas foi um evento extraordinário, não explicado por fenômenos naturais conhecidos. Alguns sugerem que foi um sinal divino. A hora nona (três da tarde) era o horário do sacrifício vespertino no templo. O clamor de Jesus, “Eloí, Eloí, lamá sabactâni?”, é uma citação do Salmo 22:1, expressando um profundo sentimento de abandono. A oferta de vinho vinagre (posca), uma bebida comum entre os soldados romanos, pode ter sido um ato de compaixão ou apenas uma forma de prolongar o sofrimento. O véu do templo era uma cortina espessa que separava o Santo dos Santos do restante do templo, simbolizando a separação entre Deus e o homem por causa do pecado. Rasgá-lo de alto a baixo indicava que essa separação havia sido removida. Um centurião era um oficial militar romano encarregado de cerca de cem soldados. Sua confissão de fé é notável, pois ele era um gentio e um representante do poder que havia crucificado Jesus. As mulheres mencionadas eram seguidoras leais de Jesus que o haviam acompanhado e servido durante Seu ministério na Galileia e em Jerusalém.
d. Considerações interpretativas:
- A natureza da escuridão (Marcos 15:33): A extensão e a duração da escuridão sugerem um evento sobrenatural, marcando a importância daquele momento.
- O significado do clamor de Jesus (Marcos 15:34): A citação do Salmo 22 expressa o sofrimento de Jesus ao carregar o peso do pecado da humanidade e experimentar o abandono do Pai.
- A mal-interpretação dos presentes (Marcos 15:35-36): A confusão sobre se Jesus estava chamando Elias demonstra a falta de compreensão sobre Sua identidade e missão.
- O forte brado e a morte de Jesus (Marcos 15:37): O brado final de Jesus pode indicar a conclusão de Sua missão e a entrega voluntária de Seu espírito.
- O simbolismo do véu rasgado (Marcos 15:38): Este evento dramático simboliza a remoção da barreira entre Deus e o homem, abrindo o acesso ao Santo dos Santos através do sacrifício de Jesus.
- A confissão do centurião (Marcos 15:39): A declaração do centurião, “Verdadeiramente este homem era o Filho de Deus!”, é uma poderosa testemunha da divindade de Jesus, vinda de um oficial romano que presenciou Sua morte.
- A fidelidade das mulheres (Marcos 15:40-41): A presença das mulheres que seguiram e serviram Jesus demonstra sua lealdade e coragem em permanecer perto da cruz em Seu momento final.
e. Considerações teológicas:
- A Expiação Completa: A morte de Jesus na cruz é o sacrifício perfeito e completo para a expiação dos pecados da humanidade.
- O Sentido do Abandono Divino: O clamor de Jesus reflete o peso do pecado que Ele carregou, resultando em uma experiência de separação do Pai.
- O Acesso a Deus: O rasgar do véu do templo simboliza o novo acesso a Deus que foi aberto para todos os crentes através da morte de Jesus.
- A Universalidade da Salvação: A confissão de fé de um centurião romano, um gentio, prenuncia a inclusão de todas as nações na salvação oferecida por meio de Jesus.
- A Fidelidade dos Seguidores: O exemplo das mulheres que permaneceram com Jesus até o fim nos encoraja à fidelidade e ao serviço, mesmo em meio à dificuldade e ao sofrimento.
3. Para ensinar o texto:
- Principais temas: A escuridão sobrenatural na morte de Jesus; Seu clamor de abandono; Sua morte como sacrifício final; o simbolismo do véu rasgado; a confissão de fé do centurião; a lealdade das mulheres que o seguiram.
- Aplicação: Devemos refletir sobre a profundidade do sofrimento de Jesus e o preço que Ele pagou por nossa redenção. Devemos reconhecer que, através de Sua morte, temos acesso direto a Deus. Devemos ser encorajados pela fé inesperada daqueles que reconheceram Jesus mesmo em Sua hora de maior humilhação.
4. Para ilustrar o texto:
Imagine um momento de profunda crise em que a escuridão parece tomar conta de tudo, mas então, de repente, uma luz rompe as trevas, trazendo esperança e libertação. A escuridão na morte de Jesus e o subsequente rasgar do véu podem ser vistos como essa transição das trevas para a luz.
Pense em um muro que separa duas pessoas, impedindo qualquer comunicação. A remoção desse muro abre um caminho para o relacionamento e a reconciliação. O rasgar do véu do templo simboliza essa remoção da barreira entre Deus e a humanidade.
Considere a transformação de um cético ou de um inimigo em um crente fervoroso ao testemunhar um evento1 extraordinário. A confissão do centurião ilustra essa mudança de coração diante da realidade da morte de Jesus.
5. Perguntas de fixação/reflexão:
- O que aconteceu ao meio-dia em toda a terra (Marcos 15:33)? Por quanto tempo essa escuridão durou? Qual a possível significância desse evento?
- O que Jesus clamou em alta voz por volta das três da tarde (Marcos 15:34)? Qual o significado dessas palavras?
- Como alguns dos que estavam perto da cruz interpretaram o clamor de Jesus (Marcos 15:35-36)? O que isso revela sobre a compreensão deles?
- O que aconteceu quando Jesus deu um forte brado (Marcos 15:37)? O que esse brado pode ter significado?
- O que aconteceu com o véu do templo no momento da morte de Jesus (Marcos 15:38)? Qual o simbolismo desse evento?
- Qual foi a reação do centurião romano ao ver como Jesus morreu (Marcos 15:39)? O que sua declaração revela?
- Quem eram as mulheres que observavam de longe (Marcos 15:40-41)? O que a presença delas demonstra?
- De que maneira a morte de Jesus cumpriu as profecias do Antigo Testamento?
- O que a morte de Jesus revela sobre o amor e a justiça de Deus?
- Meditando em Marcos 15:33-41, qual o principal ensinamento que você extrai sobre a morte de Jesus e seu impacto no relacionamento entre Deus e a humanidade? Como essa passagem o desafia a viver em resposta a esse sacrifício e a compartilhar essa verdade com outros?