bible, genesis, in the beginning
| |

Gênesis 16.1-4 – Abraão e Agar

1Sarai, mulher de Abrão, não havia conseguido lhe dar filhos. Tinha, porém, uma serva egípcia chamada Hagar. 2Sarai disse a Abrão: “O Senhor me impediu de ter filhos. Vá e deite-se com minha serva. Talvez, por meio dela, eu consiga ter uma família”. Abrão aceitou a proposta de Sarai. 3Então Sarai, mulher de Abrão, tomou Hagar, a serva egípcia, e a entregou a Abrão como mulher. (Isso aconteceu dez anos depois que Abrão havia se estabelecido na terra de Canaã.) (Gênesis 16.1-4, NVT)

A Bíblia é uma coleção de escritos inspirados por Deus, produzidos por diversos autores humanos ao longo de muitos séculos. Esses autores viveram em culturas que, em muitos aspectos, podem parecer estranhas para nós hoje. Um exemplo claro dessa diferença cultural pode ser encontrado na história de Abraão.

Deus chamou Abraão para deixar sua casa e sua família e viajar para uma terra desconhecida. Ele prometeu que Abraão teria descendentes incontáveis. No entanto, já se passaram dez anos desde que Abraão chegou a Canaã, e ele ainda não tinha filhos. Além disso, ele e Sara estavam envelhecendo.

Diante dessa situação, Sara sugeriu uma solução. Ela ofereceu sua serva, Agar, a Abraão como concubina, na esperança de que Agar pudesse ter filhos que Sara pudesse considerar como seus. Assim, Abraão teve um filho com Agar, chamado Ismael, o que gerou um conflito familiar que perdurou por gerações.

Compreendendo o contexto cultural

É fácil olhar para essa história hoje e criticar as decisões de Abraão e Sara. No entanto, o que Sara fez era uma prática comum na cultura da época. Por exemplo, Raquel e Lia, esposas de Jacó, também deram suas servas a ele para terem filhos.

Embora possamos sentir a tentação de julgar essas ações, é importante notar que a Bíblia não faz isso. Não há indícios de que Abraão e Sara tenham desobedecido a qualquer ordem de Deus. Eles eram produtos de sua cultura, buscando uma maneira de ver a promessa de Deus se cumprir em suas vidas.

Em vez de ser uma lição sobre moralidade e falhas, essa história nos oferece um contexto sobre os conflitos que surgiram entre os descendentes de Abraão, que ainda persistem até hoje.

Além disso, essa narrativa nos alerta sobre o perigo de aplicarmos nossos padrões culturais às histórias da Bíblia, especialmente no Antigo Testamento. Para realmente entender a mensagem das Escrituras, precisamos extrair seu conteúdo do contexto cultural em que está inserido. Isso exige tempo e esforço, mas vale a pena.

Posts Similares

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *