Sim. O Filho é plenamente Deus. Ele é a segunda Pessoa da Trindade, eterno, consubstancial com o Pai, e igualmente digno de adoração, obediência e fé. O Filho é Deus em essência, atributos e glória — não um ser criado, inferior ou subordinado em natureza, mas o Deus eterno que se fez carne: Jesus Cristo, o Verbo de Deus.
Essa doutrina é essencial à fé cristã, pois sem a plena divindade de Cristo, não há evangelho verdadeiro, nem salvação real.
1. A Bíblia afirma que o Filho é Deus
a) João 1.1
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.”
Esse texto ensina três verdades sobre o Filho (o Verbo):
- Ele é eterno (“no princípio era”),
- Ele é distinto do Pai (“com Deus”),
- Ele é divino por essência (“era Deus”).
b) João 20.28
“Respondeu-lhe Tomé: Senhor meu e Deus meu!”
Jesus não corrige Tomé, mas aceita sua confissão, confirmando sua plena divindade.
c) Hebreus 1.8
“Quanto ao Filho, diz: O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre […]”
Aqui o Pai chama o Filho de “ó Deus”, mostrando que a divindade do Filho é reconhecida dentro da própria Trindade.
d) Colossenses 2.9
“Pois nele [Cristo] habita corporalmente toda a plenitude da divindade.”
Cristo não possui “parte” da divindade, mas toda a essência divina, de forma plena e completa.
2. O Filho é eterno, não criado
Contra a heresia do arianismo (que dizia que o Filho foi criado), a Bíblia afirma:
“Antes que Abraão existisse, EU SOU” (João 8.58)
Cristo se identifica com o “EU SOU” de Êxodo 3.14 — o nome de Deus revelado a Moisés.
“Ele é antes de todas as coisas, e nele tudo subsiste” (Colossenses 1.17)
Portanto, Cristo não teve começo. Ele é eterno como o Pai.
3. O Filho participou da criação
“Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez” (João 1.3)
“Pois nele foram criadas todas as coisas […] tudo foi criado por meio dele e para ele” (Colossenses 1.16)
O Filho é o Agente da criação, o que prova que Ele é Deus, e não criatura.
4. O Filho perdoa pecados e recebe adoração
Somente Deus pode perdoar pecados e aceitar adoração — e Jesus faz ambos:
- Perdoa pecados: “Os teus pecados estão perdoados” (Marcos 2.5–7);
- Recebe adoração: “E o adoraram” (Mateus 14.33; João 9.38; Hebreus 1.6).
Isso mostra que Ele possui autoridade divina e é digno da mesma honra do Pai (João 5.23).
5. O Filho é distinto do Pai, mas igual em essência
A Trindade ensina que o Filho é distinto do Pai (Jo 14.16; Jo 17.1), mas não inferior em natureza. Ele é:
- Eterno como o Pai (Jo 1.1),
- Igual em glória (Jo 17.5),
- Consubstancial — da mesma essência divina (Hb 1.3).
Submissão funcional (como o Filho enviado pelo Pai) não significa inferioridade ontológica, mas ordem dentro da Trindade.
6. A divindade do Filho é essencial à salvação
Somente um Salvador que fosse Deus poderia oferecer um sacrifício infinito, eficaz e eterno por nossos pecados.
“Em nenhum outro há salvação […]” (Atos 4.12)
Se Jesus não fosse Deus:
- Sua morte não teria valor eterno;
- Sua ressurreição não venceria a morte;
- Sua intercessão não seria suficiente.
Negar a divindade de Cristo é negar o coração do evangelho.
Conclusão
Sim, o Filho é Deus:
- Plenamente divino em essência, glória e atributos;
- Distinto do Pai e do Espírito, mas unido a Eles em perfeita comunhão;
- Eterno Criador, Redentor e Senhor;
- Digno de adoração, confiança e obediência eternas.
“No princípio era o Verbo […] e o Verbo se fez carne e habitou entre nós […] e vimos a sua glória” (Jo 1.1,14)
Esse é o nosso Salvador: verdadeiro homem e verdadeiro Deus.