O Que Significa Tornar Se Um CristÃo
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O Que Significa se Tornar um Cristão? | #08

Bem-vindo ao nosso curso online “Fundamentos do Evangelho”! Este é o sétimo estudo da nossa série.

Esta série busca responder às grandes questões da vida e explorar as maravilhas da existência humana, desde a complexidade do corpo humano até as realidades eternas.

Quem sou eu? Por que estou aqui? Para onde vou? Qual é a base da moralidade? Qual é a realidade última? Estas não são apenas perguntas, mas o início de uma jornada para descobrir a verdade sobre nós mesmos e o universo que nos rodeia.

Neste curso, você será guiado por uma série de estudos e discussões que irão desafiar, inspirar e equipá-lo para viver a vida com um propósito maior. Vamos mergulhar em tópicos como a estrutura fascinante do DNA humano, o funcionamento complexo do nosso cérebro e o papel vital do nosso sangue.

Este curso foi projetado para todos os que buscam respostas, sejam eles novos na fé ou aqueles que desejam.

Criado com um propósito claro

As histórias de pessoas que se converteram ao cristianismo são tão interessantes quanto variadas. No meu caso, tudo começou com a conversão dos meus avós, que influenciou meus pais e, consequentemente, a mim. Embora tenha crescido em um lar cristão, foi apenas durante a minha adolescência que tive uma experiência verdadeira com Jesus. Conheci Isaque enquanto estudava no Senai. Ele era meu colega de classe e um jovem cristão muito piedoso. Quando ele falava sobre Jesus, parecia que o via como uma pessoa real, e a maneira como expressava sua fé parecia diferente da minha. Esse contato com ele foi essencial para o meu encontro posterior com Jesus.

Assim como eu, muitos já tiveram alguma interação com a igreja e só precisaram de uma palavra ou situação específica para iniciar sua conversão. No entanto, para a maioria dos crentes, essa caminhada envolveu a descoberta e compreensão de algumas verdades profundas. Assim, tiveram que se convencer sobre a existência de Deus e também explorar seu caráter e essência. Perceberam que Deus nos presenteou com sua palavra, a Bíblia, através da qual ele não só se revelou, mas também nos mostrou de diversas formas que fomos criados com um propósito bem definido – de conhecê-lo e interagir com ele. Em meio à sua criação maravilhosa, Deus espera que sejamos aqueles que refletem a sua imagem e semelhança.

Portanto, em nosso penúltimo estudo desta série, quero refletir com vocês sobre o que significa tornar-se um cristão. Quais são as questões essenciais no estabelecimento de um relacionamento com Deus que lhe dão acesso a toda a nossa vida? Para responder a essas perguntas, precisamos voltar brevemente à história da criação em Gênesis 1-3.

 

Nossa visão de Deus é um princípio organizador

Basicamente, nossas crenças sobre Deus vão moldar como enxergamos a vida e seu propósito. Se temos uma visão distorcida de Deus, vamos ter uma visão distorcida de tudo que está relacionado a Ele e aos Seus propósitos. A nossa compreensão sobre a natureza e o caráter de Deus, e como Ele age no nosso mundo, vai direcionar nosso pensamento sobre as questões importantes da vida. 

Isso também se aplica ao propósito Dele na criação. Quando Ele disse, no contexto da Trindade: ‘Vamos criar o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança’ (Gn 1:26), Ele estava dizendo que iria criar seres especiais para ter um relacionamento com Ele de uma maneira que não poderia ter com o resto da criação.

É crucial entender o que significa ser criado à imagem e semelhança de Deus. Isso não implica que fisicamente nos parecemos com Deus, mas que possuímos características pessoais semelhantes às Dele. Temos a capacidade de raciocinar, escolher, ser criativos, amar, perdoar e interagir uns com os outros. Fomos criados para viver com Deus e, por isso, interagir com Ele. Jesus foi o grande exemplo de ser humano conforme Deus desejava.

Hebreus 1:3 diz:

“O Filho é o resplendor da glória de Deus, a expressão exata do seu ser, e sustenta todas as coisas por sua palavra poderosa.”

João Evangelista disse:

Ninguém jamais viu Deus, mas o Deus Unigênito, que está junto do Pai, o tornou conhecido. (João 1:18)

Então, você consegue perceber o que está sendo expresso? Jesus deu plena expressão à humanidade, de modo que as pessoas viam nele as qualidades que também são parte do caráter de Deus. Ele nos mostrou a verdadeira humanidade que Deus criou para expressarmos.

Deus, ao criar os seres humanos à sua imagem e semelhança, se comprometeu com eles no amor e cuidado, proporcionando-lhes tudo no Jardim do Éden para serem desfrutados. Porém, havia uma restrição: existia uma árvore chamada “a árvore do conhecimento do bem e do mal” e eles foram instruídos a não comer seus frutos. Deus afirmou: ‘Porque quando comeres dele, certamente morrerás’. Ao decorrer da história, observamos a tentação sutil de desobedecer a essa instrução e o resultado não foi a morte física imediata, mas a alienação de Deus, a perda da dimensão espiritual e, por fim, a morte física. Permita-me relatar a história e fazer mais comentários posteriormente.

Imagine estar no Jardim do Éden! Se todas as coisas boas estivessem gratuitamente à nossa disposição, seria muito especial, não acha? Mas será que consideraríamos isso suficiente? 

Pois bem… Esse era o cenário quando lemos sobre Satanás, disfarçado de uma bela criatura, questionando a validade das instruções de Deus a Eva. Ele basicamente dizia: ‘Você não vai morrer, e Deus sabe disso. Ele sabe que ao comer dessa fruta, ela abrirá um novo mundo de conhecimento e liberdade. Ele está tentando enganá-la; Ele sabe que vocês serão como deuses, conhecendo o bem e o mal. Será bom para você tomar as rédeas de sua própria vida. Não o ouça; Ele quer limitá-los. Venha comigo!’ 

Na realidade, o que estava em jogo era o direito de Deus de comandar o seu próprio mundo; se  tratava do papel Dele em nossas vidas em comparação ao papel de Satanás.

Lemos que Eva olhou para o fruto longa e duramente. Parece que quanto mais ela olhava, mais desejável se tornava e eventualmente ela sucumbiu, pegou algumas e também deu para Adão.

Vamos pegar a história em Gênesis 3:7-13:

Então, os olhos dos dois se abriram, e perceberam que estavam nus. Por isso, entrelaçaram folhas de figueira e fizeram algo para cobrir‑se. Quando o homem e a sua mulher ouviram o som do Senhor Deus, que caminhava pelo jardim ao sopro do vento do dia, esconderam‑se da presença do Senhor Deus entre as árvores do jardim. O Senhor Deus, porém, chamou o homem e perguntou: ― Onde você está? Ele respondeu: ― Eu te ouvi no jardim e fiquei com medo porque estava nu; por isso, me escondi. Deus perguntou: ― Quem contou a você que estava nu? Você comeu da árvore da qual ordenei a você que não comesse? O homem disse: ― Foi a mulher que me deste para estar comigo que me deu do fruto da árvore, e eu comi. Então, o Senhor Deus perguntou à mulher: ― O que foi que você fez? A mulher respondeu: ― A serpente me enganou, e eu comi.

Veja só! Esse é um exemplo clássico de transferência de culpa e responsabilidade! A consequência direta foi que eles entraram em conflito com Deus. Mesmo com todos os privilégios recebidos, eles ainda não se sentiam satisfeitos e se tornaram vulneráveis à tentação do mal.

 

A questão central é quem governa

Rejeitar a autoridade de Deus é negar tudo o que Ele representa como criador e sustentador. Trata-se de uma recusa em se submeter ao seu domínio no mundo, resultando na separação de Sua presença e na perda da capacidade de interagir com Ele. As Escrituras nos dizem que “o salário do pecado é a morte”. Isso implica uma dupla consequência: morte espiritual e, eventualmente, morte física, significando a perda de nossa conexão com Deus e a incapacidade de interagir e apreciar Sua presença. 

Basicamente, em vez de experimentarmos a vida em todas as suas três dimensões, acabamos perdendo a espiritual e vivemos apenas a física e emocional. 

A decisão de Adão e Eva de rejeitar Deus teve efeitos que foram além deles mesmos, afetando toda a humanidade. A imagem e semelhança de Deus em nós foi distorcida. Em Gênesis 3:14-17, Deus faz um julgamento sobre a serpente, que simbolizava o mal que planejou a tentação e a queda final: ela seria esmagada.

O estrago foi feito e Adão e Eva não podiam se auto-recuperar, então Deus fez uma promessa especial de intervenção em favor da humanidade. 

Daquele dia em diante, todos nós nascemos com uma predisposição ao comportamento pecaminoso, o que nos torna sujeitos ao julgamento. No entanto, conforme Deus sempre planejou, Jesus veio ao mundo, demonstrou o que a humanidade deveria ser – refletindo a imagem de Deus – e, por meio de sua morte e ressurreição, tornou possível a restauração de um novo relacionamento com Deus.

Paulo, em Romanos 5:12-21, explica o que Deus fez para possibilitar nossa mudança de status com Ele. Ele afirma que a rejeição de Adão a Deus resultou na morte espiritual para toda a humanidade, contaminando-nos todos com o pecado e suas consequências. Contudo, ele destaca, quão mais poderosa é a generosa provisão de graça de Deus e o dom da justiça por meio de Jesus! Assim como o pecado e suas consequências afetaram toda a humanidade, por meio de Jesus, o perdão e o dom da justiça foram disponibilizados a todos.

Vamos detalhar isso mais adiante no próximo estudo, mas permita-me resumir o que isso significa para todos que atendem a essa disposição. Estamos recebendo total perdão e aceitação porque a dívida do nosso pecado foi totalmente quitada. Todos que aceitam essa expressão incrível e generosa do amor, misericórdia e graça de Deus entram em uma relação nova e especial com Ele através de Jesus.

 

Iniciando a Jornada para a Fé Pessoal

Começamos nossa jornada de fé em Jesus reconhecendo a natureza do nosso pecado. Como mencionado anteriormente, antes de nos tornarmos cristãos, nossas vidas são regidas pelo pecado – a atitude de independência de Deus, onde reivindicamos o direito de autogovernar. 

De fato, o pecado não apenas rejeita o direito de Deus 

de governar como Deus em seu mundo, mas também rejeita sua natureza e caráter. 

Nossa atitude em relação a Ele se reflete em nosso comportamento, mesmo que não seja deliberado ou consciente. Em Romanos 1, Paulo afirma que, apesar de todas as evidências da existência de Deus estarem presentes, a humanidade em geral se recusa a reconhecê-lo. Embora isso entristeça o coração de Deus, Ele permite que escolhamos rejeitá-lo.

Em segundo lugar, precisamos reconhecer que Deus está reafirmando sua autoridade por meio de Jesus. No nosso último estudo, analisamos a mensagem de Pedro à multidão de peregrinos de todo o mundo que vieram a Jerusalém para a festa de Pentecostes. Ele deixou claro que a morte e ressurreição de Jesus haviam sido prometidas por Deus e sempre estiveram em seu plano.

No dia de Pentecostes, Pedro disse:

22― Israelitas, ouçam estas palavras: Jesus de Nazaré foi aprovado por Deus diante de vocês por meio de milagres, maravilhas e sinais que Deus fez entre vocês por intermédio dele, como bem sabem. 23Este homem foi entregue por propósito determinado e presciência de Deus; e vocês, com a ajuda de homens transgressores da lei, o mataram, pregando‑o na cruz. 24No entanto, Deus o ressuscitou dentre os mortos, rompendo os laços da morte, porque era impossível que a morte o retivesse. 26Por isso, o meu coração está alegre e a minha língua exulta;

Em seguida, Pedro declara: 

36― Portanto, que todo o Israel fique certo de que este Jesus, a quem vocês crucificaram, Deus o fez Senhor e Cristo. (Atos 2:36).

Que resposta devemos dar?

A afirmação de Pedro de que a morte e ressurreição de Jesus estava não apenas prevista, mas também planejada por Deus, ressoou como verdade para aqueles que a ouviam. Sua declaração inequívoca de que Jesus era o Messias impactou profundamente seus ouvintes. Lemos: “Ao ouvir isso, eles foram profundamente tocados e perguntaram a Pedro e aos outros apóstolos: ‘Irmãos, o que devemos fazer?'”. A resposta de Pedro, embora pareça simples à primeira vista, teve um grande alcance: “Arrependam-se e sejam batizados”.

Quem ouvia entendia que arrepender-se significava literalmente mudar de direção. Em Atos 3:19, Pedro reiterou: 

“Arrependam‑se, pois, e voltem‑se para Deus, para que os seus pecados sejam apagados”. 

Vê o conceito? O arrependimento se refere a uma mudança radical de mentalidade e atitude que resulta em uma mudança de ação.

As pessoas que ouviam Pedro buscavam conhecer a Deus. Elas estavam envolvidas em práticas religiosas, mas ainda não estavam em paz com Deus. Os indivíduos que são meramente “religiosos” podem adotar o que acham que Deus quer que eles façam para se tornarem aceitáveis para Ele, mas não lidaram com a questão da submissão à Sua autoridade.

A “religião” nos permite permanecer no controle, esforçando-nos para cumprir a Lei, a fim de nos tornarmos aceitáveis para Deus. Em contraste, o chamado do evangelho é um convite para se submeter a Deus, aceitando Sua provisão através de Jesus. É um chamado para entregar a nossa vida ao Cristo ressuscitado.

O chamado de Pedro para o batismo é intrigante. Isso não seria novidade para os presentes, pois quando eles se converteram à fé judaica, já teriam sido batizados, simbolizando uma mudança de direção em sua fé, deixando uma vida para iniciar outra.

Romanos 6 discute o conceito de ser sepultado com Cristo e ressuscitado com Ele. 

Gálatas 2:20 apresenta a perspectiva de Deus: 

Estou crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo‑a pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim.”.

O conceito bíblico de batismo é uma expressão visível de nossa renúncia à antiga vida de rejeição à autoridade de Deus. Descer na água durante o batismo simboliza o sepultamento, e sair da água representa a ressurreição para uma nova vida.

Neste ponto da nossa série de estudos, talvez você tenha se identificado profundamente, afirmando o que já acredita como seguidor de Jesus. 

Alguns talvez tenham descoberto coisas novas sobre Deus e o amor Dele por nós. 

E para outros, esses estudos podem ter trazido novidades que desafiam o que conheciam. 

Sempre que nos deparamos com a visão bíblica sobre a vida e seu propósito, escolhemos um caminho, mesmo que de maneira não tão evidente. Alguns decidem manter as coisas como estão; outros se sentem motivados a se comprometerem conscientemente com Jesus como Senhor e Salvador. Qual tem sido a sua escolha?

Junte-se a nós no próximo estudo e descubra as maravilhas que Deus preparou para aqueles que aceitam o Seu convite para se aproximarem Dele.

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