O voto nazireu impunha obrigações específicas àqueles que voluntariamente se consagrava ao serviço especial de Deus. Três eram as principais obrigações de um nazireu:
- Abstenção dos produtos da videira: Um nazireu devia negar a si mesmo o uso de qualquer produto da videira, incluindo o suco de uvas e a própria fruta. Esta restrição abrangia todas as formas de vinho, bebidas fermentadas e qualquer coisa derivada da uva. O objetivo desta abstenção pode ter sido o de promover uma mente sóbria e focada, separada das alegrias sensoriais proporcionadas pelo vinho, como um símbolo de dedicação e autodisciplina para o serviço divino.
- Deixar crescer o cabelo: Um nazireu era obrigado a deixar o cabelo crescer livremente, sem cortá-lo. O cabelo longo servia como um sinal público visível de que a pessoa havia feito um voto nazireu e estava, portanto, sob as obrigações correspondentes. Este era um testemunho constante da consagração do indivíduo a Deus, distinguindo-o dos demais membros da comunidade. O ato de permitir que o cabelo crescesse poderia simbolizar uma entrega da vaidade pessoal e uma dedicação da própria aparência a um propósito sagrado.
- Abstenção do contato com corpos mortos: Um nazireu devia evitar qualquer contato com um corpo morto, seja ele de um familiar próximo ou de um estranho. Mesmo que o contato fosse acidental, impunha-se um severo castigo, o que sugere a importância da pureza cerimonial associada ao voto. Esta obrigação ressaltava a separação do nazireu das impurezas da morte e sua consagração à vida e ao serviço de um Deus vivo. A pureza ritual era fundamental para manter a santidade do voto.
O quebrantamento de qualquer um desses votos, inclusive se ocorresse de forma não intencional, impunha um severo castigo. Isso demonstra a seriedade com que o voto era considerado e a importância da fidelidade às obrigações assumidas diante de Deus.
O período do voto nazireu não era especificado na passagem, mas o voto costumava terminar com uma cerimônia pública na conclusão do período prescrito. Esta cerimônia marcava o fim do tempo de consagração especial e o retorno do indivíduo ao estado anterior, embora o tempo dedicado ao voto fosse considerado como um serviço distinto a Deus.
A prática do voto nazireu pode ter sido um costume já existente que requereu normalização na lei mosaica. Ao se submeter a este voto, uma pessoa se colocava voluntariamente à parte para um serviço especial a Deus, demonstrando um profundo desejo de se dedicar de maneira particular aos propósitos divinos. A natureza voluntária do voto enfatizava o compromisso pessoal e a intensidade da devoção envolvida.