Os querubins são figuras celestiais mencionadas repetidamente na Bíblia, desempenhando papéis significativos tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. Embora não sejam humanos, eles estão profundamente ligados à presença, santidade e autoridade de Deus. Sua função e simbolismo revelam verdades teológicas importantes sobre a transcendência divina, a proteção da santidade e a mediação entre Deus e o mundo criado. Analisaremos aqui o papel e o significado dos querubins, explorando seu fundamento bíblico, sua aplicação prática e suas implicações teológicas.
1. A Primeira Menção: Guardiões da Santidade
Os querubins aparecem pela primeira vez em Gênesis 3:24, onde são colocados por Deus para guardar o caminho que leva à árvore da vida. Eles representam a separação entre o homem caído e a presença santa de Deus, sublinhando que o pecado interrompeu a comunhão direta com o Criador.
Essa verdade é ampliada em Apocalipse 4:6-8, onde os querubins adoram continuamente ao Senhor. Os querubins nos ensinam que a santidade de Deus é inviolável e exige reverência.
2. Presença Divina no Tabernáculo e Templo
No Tabernáculo e no Templo, os querubins são retratados como símbolos da habitação divina. Em Êxodo 25:18-22, Deus instrui Moisés a fazer dois querubins de ouro para cobrir a arca da aliança, onde Ele prometeu encontrar Seu povo. Esses seres celestiais apontam para a glória e majestade de Deus, que habita acima do propiciatório.
Essa dinâmica é ampliada em 1 Reis 6:23-28, onde Salomão esculpiu querubins enormes para o Santo dos Santos. Os querubins nos ensinam que a presença de Deus é central na adoração e no culto.
3. Representantes da Glória e Majestade Divinas
Os querubins são descritos como seres poderosos e gloriosos, muitas vezes associados à justiça e à soberania de Deus. Em Ezequiel 10, eles são detalhadamente descritos como parte da visão celestial do profeta, sublinhando que servem como manifestações visíveis da glória divina.
Essa perspectiva é ampliada em Hebreus 9:5, onde os querubins são mencionados como parte do “lugar santíssimo.” Os querubins nos ensinam que Deus é transcendente e merecedor de toda adoração.
4. Executores da Justiça Divina
Os querubins também estão associados à execução da justiça divina. Em 2 Samuel 22:11 e Salmos 18:10, Deus é descrito como montando um querubim para realizar juízo. Essa imagem revela que os querubins são instrumentos da autoridade e poder de Deus sobre a criação.
Essa dinâmica é ampliada em Apocalipse 6:1-2, onde os querubins estão conectados aos eventos do juízo final. Os querubins nos ensinam que Deus age na história para cumprir Seus propósitos de justiça.
5. Mediação Entre o Divino e o Humano
Os querubins desempenham um papel mediador, servindo como uma ponte entre Deus e o mundo criado. Em Ezequiel 28:14, o rei de Tiro é comparado a um querubim ungido, sugerindo que esses seres têm uma função especial de aproximar o divino do humano. No entanto, essa proximidade é sempre marcada pela santidade.
Essa verdade é ampliada em Romanos 8:38-39, onde Paulo escreve que nem as potestades celestiais podem separar o crente do amor de Cristo. Os querubins nos ensinam que Deus está próximo, mesmo sendo infinitamente santo.
6. Símbolo da Adoração Perfeita
Finalmente, os querubins representam a adoração perfeita a Deus. Em Apocalipse 4:8, eles proclamam continuamente: “Santo, santo, santo é o Senhor Deus Todo-Poderoso.” Essa descrição sublinha que a adoração deve ser caracterizada por reverência, pureza e constância.
Essa dinâmica é ampliada em Isaías 6:2-3, onde os serafins (seres semelhantes aos querubins) adoram a Deus no templo celestial. Os querubins nos ensinam que nossa adoração deve refletir a excelência e a santidade divinas.
Conclusão
Os querubins desempenham um papel crucial na Bíblia, representando a santidade, a glória e a justiça de Deus. Eles guardam Sua presença, mediam Sua autoridade e proclamam Sua majestade. Ao estudar os querubins, somos lembrados da transcendência de Deus e da necessidade de abordá-Lo com reverência e temor.
Que possamos aprender com os querubins a valorizar a santidade de Deus, a buscar Sua presença com sinceridade e a adorá-Lo com total dedicação. Ao fazer isso, experimentamos a plenitude da Sua glória e somos capacitados para viver como reflexos de Sua santidade no mundo.