Rm 8.18-27 – Nossa Esperança e Glória
RESUMO: Mesmo em meio ao sofrimento, a glória futura que nos espera em Cristo é incomparavelmente maior. Este sermão em Romanos 8:18-27 destaca três esperanças poderosas: a nova criação, a redenção de nossos corpos e a ajuda presente do Espírito Santo. Somos convidados a olhar além das aflições do momento presente e a fixar nossos olhos na promessa da ressurreição e da restauração de todas as coisas. Com gemidos que expressam nossa fragilidade, o Espírito intercede por nós, fortalecendo nossa confiança na glória que será revelada.
Para outros sermões desta série, clique:
- Livres do Pecado e da Culpa (Romanos 8:1-4)
- Vivendo no Espírito (Romanos 8:5-11)
- Adotados como Filhos de Deus (Romanos 8:12-17)
- Nossa Esperança e Glória (Romanos 8:18-27)
- Tudo Coopera para o Nosso Bem (Romanos 8:28-30)
- Mais que Vencedores (Romanos 8:31-39)
ABERTURA: Abra a sua Bíblia em Romanos 8. Hoje vamos trabalhar os versículos 18 até o 27. Antes da gente começar, gostaria de recapitular dois pontos e incluir um novo. Ok?
Uma das razões pelas quais eu acho que Romanos 8 é um dos principais capítulos da Bíblia é que ele apresenta em detalhes as três grandes doutrinas da vida cristã.
- nos versículos 1-4, apresenta a justificação
- nos versículos 5-17, apresenta a santificação e
- nos versículos 18-27 e 27-30, apresenta a glorificação.
Essas três doutrinas reunidas —justificação, santificação e glorificação— representam as diferentes etapas da nossa salvação. A justificação lida com o nosso passado. A santificação lida com o nosso presente. A glorificação tem a ver com o nosso futuro.
Mas também há uma outra maneira de olhar pra esse texto: Que é através da lente da adoção. Na justificação, somos adotados como filhos de Deus.
Na santificação, criados como filhos adotivos de Deus, nosso destino, estabelecido pelo Criador, é de crescer “de fé em fé, até a estatura de Cristo. Ou seja, a semelhança de Cristo.
E como a gente faz isso? Através da comunhão que nós desenvolvemos com Jesus por meio da leitura bíblica e do estudo dela. Da oração. Do louvor. Da adoração. Do jejum. Quando fazemos essas coisas, nós desenvolvemos as dimensões de “herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo”
E na glorificação, a nossa adoção chega à sua completude. É o estágio final da redenção, quando o nosso último inimigo: a morte, será destruída para sempre,
o nosso corpo ficará inteiramente livre dos efeitos da queda, e será levado ao estado original de perfeição para o qual Deus criou.
Quando chegar este dia, a gente vai passar do ministério atual do Espírito Santo
para a glória futura dos filhos de Deus, ou seja, vamos passar da santificação
para a glorificação, ou se você preferir, para a esperança de uma glória futura.
Agora, você já deve ter reparado uma coisa: O cristianismo é sempre sobre a esperança, nunca é sobre desespero. Por isso que a nossa atitude como cristãos
deve ser sempre de esperança e nunca sobre o desespero.
Portanto, baseado nessa premissa, gostaria de explorar três esperanças que encontramos aqui no texto:
- nossa esperança por uma nova criação,
- nossa esperança pela ressurreição do corpo e
- nossa esperança pela ajuda de Deus no tempo presente.
I. Nossa esperança de uma nova criação
A. A criação espera que a glória de Deus seja revelada em nós
Assim, em primeiro lugar, vamos ler os versículos 18-19:
Romanos 8:18-19 NVT
Considero que nosso sofrimento de agora não é nada comparado com a glória que ele nos revelará mais tarde. Pois toda a criação aguarda com grande expectativa o dia em que os filhos de Deus serão revelados.
Na semana passada, quando olhamos para o versículo 17, terminamos falando sobre sofrer com Cristo e por Cristo. No sentido de zombarias e perseguições.
Mas agora, a partir do versículo 18, Paulo fala sobre outros tipos de sofrimentos:
os sofrimentos que experimentamos nesta vida. Tristeza, doença, problemas, morte, luto e dor. Sofrer por essas coisas é muito ruim, não é mesmo?
O mais intrigante, porém, é que Paulo fala que esses tipos de sofrimentos não são nada se forem comparados com uma glória futura que nos será revelada.
Ele diz algo semelhante em 2 Coríntios 4:17. Vamos lê-lo pra expandir nosso entendimento:
2Co 4:17 NVT
Pois estas aflições pequenas e momentâneas que agora enfrentamos produzem para nós uma glória que pesa mais que todas as angústias e durará para sempre.
Lendo esse texto, percebi que essas palavras de Paulo que acabamos de ler aqui, poderiam ser ilustradas da seguinte forma.
ILUSTRAÇÃO: Imagina uma balança Filizola primitiva, daquela com dois pratos em cada extremidade. Imaginou? Agora, pegue todo o seu sofrimento e coloque no prato do lado esquerdo. Colocou? O que aconteceu? O prato do lado esquerdo, contendo seus sofrimentos desceu. Correto? Ok!
Agora, peça ao Espírito Santo pra colocar o peso da glória futura, do outro lado da balança, no prato direito. Pediu? O que você acha que aconteceu? O resultado é como se a balança não suportasse o peso da glória e descesse o prato direito de forma tão brusca, que levantaria tão rápido o prato do outro lado da balança que contém todo seu sofrimento. Conseguiu imaginar a cena? É esse tipo de glória que Paulo tá comparando às nossas aflições. Ou seja, não tem comparação!
Voltando pra Romanos 8. Repare em outra coisa: Paulo diz que essa glória futura é sobre uma glória que será revelada em nós. E que a criação tá esperando ansiosamente ver isso acontecer em nós.
Vamos ler o versículo 19:
Romanos 8:19 NVT
Pois toda a criação aguarda com grande expectativa o dia em que os filhos de Deus serão revelados.
A frase “com grande expectativa” traz uma ideia de alguém que “estica a cabeça para ver alguma coisa”. Consultando alguns livros sobre Romanos, uma citação me chamou muito a atenção. É uma paráfrase de um biblista inglês chamado J.B. Phillips. Ele traduziu o versículo 19 assim:
Eu achei isso absurdamente bonito e fiquei tentando imaginar como seria a cena: “com grande expectativa, toda a criação de pé, na pontinha dos pés, esticando o pescoço para frente, esforçando-se por inteira, dando o máximo de si, para ver a manifestação dos filhos de Deus”.
E então me peguei perguntando: “Por que toda a criação aguarda com tanta expectativa por esse dia?” Foi aí que percebi melhor o que Paulo está dizendo aqui: é porque a criação só será restaurada quando a glória de Deus for plenamente revelada em nós, como seus filhos e filhas.
Pense comigo: a criação não foi corrompida por causa de algum erro que ela mesma cometeu. Pelo contrário, ela foi arrastada para as consequências do erro fatal de Adão. A maldição sobre a natureza, que teve início no pecado humano, foi decretada pelo próprio Criador. E como a criação está sob o controle soberano de Deus, essa maldição não poderia ter sido imposta sem que houvesse uma promessa de esperança.
Assim, a esperança da criação está diretamente ligada à redenção da humanidade. Quando a glória de Deus se manifestar em nós, toda a criação será libertada da corrupção. E essa conexão entre a redenção da humanidade e a renovação da criação é profunda e inseparável. Uma não acontece sem a outra, pois ambas estão entrelaçadas no grande plano de Deus para restaurar todas as coisas.
Deus, no dia da ressurreição, dará ao homem um corpo glorificado, bem como, também, criará um novo cosmos a criação, que corresponde a ‘novos céus e uma nova terra.
B. A criação foi submetida à futilidade
Entretanto, no tempo presente, toda criação está sofrendo! Paulo nos diz que ela está sofrendo porque foi submetida à futilidade com a queda.
Vamos ler o versículo 20:
Romanos 8:20 NVT
Toda a criação, não por vontade própria, foi submetida por Deus a uma existência fútil
Por que a criação espera ansiosamente pela nossa redenção? Porque a criação também precisa ser redimida. Lembra do que Deus disse a Adão em Gênesis 3:17: “Maldita é a terra por sua causa”. (Gênesis 3:17)
Pois bem, foi o próprio Deus quem submeteu a criação à futilidade como parte da maldição pelo nosso pecado.
Nesse sentido, a queda nem foi culpa da criação, e no entanto, ela está aguardando ansiosamente e esperançosamente pela redenção, mesmo que ainda esteja sofrendo os efeitos do pecado.
Se a Criação se porta assim, então nós também devemos, principalmente, porque fomos nós que causamos a queda da criação e por isso devemos olhar para o futuro com esperança.
C. A criação será libertada de sua atual escravidão à decadência
A criação foi sujeita à futilidade, é verdade! Mas virá o dia em que a criação ficará livre de sua atual escravidão e decadência.
Vamos ler o versículo 21. Paulo diz:
Romanos 8:21 NVT
na esperança de que, com os filhos de Deus, a criação seja gloriosamente liberta da decadência que a escraviza.
A criação atual está em um estado de morte e decadência por causa do pecado. Mas nem sempre será assim. Um dia, a criação ficará livre da sua escravidão e decadência e será trazida para a mesma liberdade que compartilharemos como filhos de Deus.
Lemos sobre essa nova criação no livro de Isaías do Antigo Testamento. Deus diz assim:
Isaías 65:17-19 NVT
“Vejam! Crio novos céus e nova terra,
e ninguém mais pensará nas coisas passadas.
Alegrem-se e exultem para sempre em minha criação!
Vejam! Criarei Jerusalém para ser um lugar de celebração;
seu povo será fonte de alegria.
Eu me alegrarei por Jerusalém
e terei prazer em meu povo.
Nela não se ouvirá mais
o som de pranto e clamor.
Também lemos em 2 Pedro 3:13:
2Pe 3:13 NVT
Nós, porém, aguardamos com grande expectativa os novos céus e a nova terra que ele prometeu, um mundo pleno de justiça.
Repare que a criação aguarda o dia em que a glória de Deus será revelada em nós,
porque nossa liberdade também significa a liberdade da criação.
Essa é a primeira esperança esta manhã. Temos a esperança por uma nova criação.
II. Nossa esperança para a ressurreição do corpo (22-25)
Em seguida, Paulo fala sobre a nossa esperança pela ressurreição do corpo.
E diz três coisas sobre a ressurreição nos próximos três versículos
A. Nós, que temos o Espírito, gememos junto com a criação
Em primeiro lugar, Paulo diz que, nós que temos o Espírito, agonizamos junto com a criação. Vamos ler o versículo 22:
Romanos 8:22 NVT
Pois sabemos que, até agora, toda a criação geme, como em dores de parto.
Já vimos que a criação foi submetida à futilidade. Agora Paulo compara à futilidade a agonia. Mas não é qualquer agonia. Ele tem um tipo muito específico de agonia em mente. Essa agonia é expressa em “gemidos, como nas dores do parto”. Toda mãe diz que o parto (normal) é muito doloroso, mas acredito que tem duas coisas coisas nas dores do parto que são diferentes de outro sofrimento qualquer.
O sofrimento do parto é temporário e tem um propósito. As dores são reais,
mas logo é esquecida quando o bebê nasce.
Vamos ler o que Jesus disse aos seus discípulos em João 16:
João 16:21 NVT
No trabalho de parto, a mulher sente dores, mas, quando o bebê nasce, sua angústia dá lugar à alegria, pois ela trouxe ao mundo uma criança.
Em seguida, Jesus diz:
João 16:33 NVT
Eu lhes falei tudo isso para que tenham paz em mim. Aqui no mundo vocês terão aflições, mas animem-se, pois eu venci o mundo”.
Agora, repare em mais uma coisa. A criação geme como em dores do parto.
Mas Paulo também diz que nós, que temos o Espírito, gememos junto com a criação.
Vamos ler o versículo 23:
Romanos 8:23 NVT
E nós, os que cremos, também gememos, embora tenhamos o Espírito em nós como antecipação da glória futura, pois aguardamos ansiosos pelo dia em que desfrutaremos nossos direitos de adoção, incluindo a redenção de nosso corpo.
Basicamente, o que Paulo tá dizendo aqui é que, assim como as dores do parto, nossos sofrimentos como cristãos são temporários e têm propósito. O parto é doloroso, mas o resultado é incrível: Uma criança nasce.
Da mesma forma, nossos sofrimentos têm significado e propósito. Os sofrimentos que você experimenta nesta vida não são dores de morte, mas dores de parto!
Deus sempre tira algo de bom de seus sofrimentos. Veremos mais sobre isso na próxima semana, mas hoje, posso adiantar que todo o sofrimento e tristeza que você experimenta nesta vida resulta na nova criação e na ressurreição de nossos corpos.
B. Esperamos ansiosamente pela redenção de nossos corpos
É sobre isso que Paulo fala nos próximos versos.
Vamos ler o versículo 23b:
Romanos 8:23 NVT
E nós, os que cremos, também gememos, embora tenhamos o Espírito em nós como antecipação da glória futura, pois aguardamos ansiosos pelo dia em que desfrutaremos nossos direitos de adoção, incluindo a redenção de nosso corpo.
Pode parecer estranho ouvir Paulo falar mais uma vez sobre “aguardarmos” por nossos direitos de adoção como filhos. Afinal, não fomos adotados na família de Deus quando confiamos em Cristo pela primeira vez?
Obviamente que sim. Nós fomos, com toda certeza. Mas mesmo que já tenhamos sido adotados, a plenitude de tudo o que significa adoção ainda está no futuro.
Fomos adotados na família de Deus, mas ainda estamos aguardando a redenção de nossos corpos.
Você se lembra do que aprendemos sobre nossos corpos em Romanos 8:10?
Romanos 8:10 NVT
Uma vez que Cristo habita em vocês, embora o corpo morra por causa do pecado, o Espírito lhes dá vida porque vocês foram declarados justos diante de Deus.
Que, embora você tenha se tornado uma nova pessoa quando confiou em Cristo, seu corpo ainda está “morto por causa do pecado”. Em outras palavras, quando você se torna um cristão, você se torna novo por dentro, mas seu corpo não muda.
Seu corpo ainda é mortal. Assim como a criação está atualmente sujeita à futilidade, seu corpo está sujeito à doença, ao pecado e à morte. Assim,
tal como a criação espera ansiosamente que a glória de Deus seja revelada em nós, nós esperamos ansiosamente pela redenção de nossos corpos.
Se a criação aguarda com grande expectativa por esse dia, nós, que somos os filhos de Deus que serão revelados, devemos nos portar da mesma forma!
Como serão esses novos corpos ressurretos? Não sabemos exatamente, mas as Escrituras apontam que nossos novos corpos ressurretos serão como o corpo ressuscitado de Jesus.
Por exemplo, lemos em Filipenses 3 isto:
Filipenses 3:20-21 NVT
Nossa cidadania, no entanto, vem do céu, e de lá aguardamos ansiosamente a volta do Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Ele tomará nosso frágil corpo mortal e o transformará num corpo glorioso como o dele, usando o mesmo poder com o qual submeterá todas as coisas a seu domínio.
Já fomos adotados na família de Deus.
Mas nossos corpos atuais ainda estão sujeitos a doenças, pecado e morte. E assim, aguardamos ansiosamente a redenção de nossos corpos.
C. Esperamos pacientemente pelo que ainda não temos.
Repare que a palavra-chave aqui é “aguardamos”. Ou seja, ainda não temos nossos novos corpos. Por isso, esperamos pacientemente pelo que ainda não temos.
Vamos ler o versículo 24 e 25:
Romanos 8:24-25 NVT
Recebemos essa esperança quando fomos salvos. (Se já temos alguma coisa, não há necessidade de esperar por ela, mas, se esperamos por algo que ainda não temos, devemos fazê-lo com paciência e confiança.)
A esperança olha para o futuro, não para o presente. A esperança que é vista não é nenhuma esperança. Como Paulo escreve em 2 Coríntios 4:18:
2Co 4:18 NVT
Portanto, não olhamos para aquilo que agora podemos ver; em vez disso, fixamos o olhar naquilo que não se pode ver. Pois as coisas que agora vemos logo passarão, mas as que não podemos ver durarão para sempre.
Primeiro vem a agonia, depois vem a glória. E assim, como cristãos, esperamos e esperamos. A nossa esperança não é uma esperança duvidosa e vacilante. Pelo contrário, é uma esperança segura e certa nas promessas de Deus.
Ainda não desfrutamos de todas as bênçãos da nova criação e do novo corpo ressuscitado. Mas sabemos que está chegando, e assim podemos esperar pacientemente. Podemos perseverar através do sofrimento, porque a glória está chegando.
Esperamos pacientemente pelo que ainda não temos.
III. Nossa esperança pela ajuda de Deus no presente (26-27)
Paulo falou sobre a nossa esperança de uma nova criação. Ele falou sobre nossa esperança para a ressurreição do corpo. Mas essas coisas estão todas no futuro.
Então, agora, finalmente, Paulo fala sobre nossa esperança na ajuda de Deus no presente. E ele nos diz duas coisas aqui.
O Espírito nos ajuda em nossa fraqueza. E o Espírito nos ajuda a orar.
A. O Espírito nos ajuda em nossa fraqueza
Primeiro, o Espírito ajuda em nossa fraqueza. Romanos 8:26 diz:
Romanos 8:26 NVT
E o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza, pois não sabemos orar segundo a vontade de Deus, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos que não podem ser expressos em palavras.
A palavra traduzida como “ajuda” aqui é uma palavra que significa que o Espírito “carrega os seus fardos junto com você”. Todos nós carregamos muitos fardos nesta vida. E muitas vezes esses fardos são mais do que podemos suportar por conta própria.
Entretanto, como é reconfortante saber que, não importa o quão fraco você possa se sentir, Deus está lá para ajudá-lo com sua fraqueza. Muita dessa ajuda vem através da oração. Como diz Tiago 5:13:
Tiago 5:13 NVT
Algum de vocês está passando por dificuldades? Então ore.
Mas e se eu não souber o que devo orar? O que eu faço então?
B. O Espírito nos ajuda a orar
Bem, o Espírito também nos ajuda com isso. O Espírito não só nos ajuda em nossa fraqueza. O Espírito nos ajuda a orar.
Volte a Romanos 8 e olhe para o resto do versículo 26:
Romanos 8:26 NVT
E o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza, pois não sabemos orar segundo a vontade de Deus, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos que não podem ser expressos em palavras.
O problema é que, em nossa fraqueza, muitas vezes nem sabemos o que devemos orar. Não sabemos o futuro. Não sabemos o que é melhor para nós ou para os outros. Às vezes até oramos pelas coisas erradas.
Sabemos que se orarmos de acordo com a vontade de Deus, ele nos ouve e responde, mas nem sempre conhecemos a vontade de Deus em uma situação particular.
Então, para que servem nossas orações? A boa notícia é que o Espírito Santo também nos ajuda aqui.
Você não sabe o que orar, mas o Espírito vem e carrega esse fardo de oração junto com você. O próprio Espírito intercede por nós.
1. O Espírito intercede por nós com gemidos que as palavras não podem expressar
Ele faz isso de duas maneiras. Primeiro, o versículo 26 nos diz que o Espírito intercede por nós “com gemidos que não podem ser expressos em palavras”.
Romanos 8:26 NVT
E o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza, pois não sabemos orar segundo a vontade de Deus, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos que não podem ser expressos em palavras.
Esta é a terceira vez que encontramos a palavra “gemido” nesses versículos. A criação geme enquanto aguarda sua restauração. Nós gememos enquanto aguardamos a ressurreição do corpo. Agora aprendemos que o Espírito Santo geme enquanto intercede por nós.
Sabe aqueles momentos em que você nem consegue colocar suas orações em palavras? Você não tem certeza do que orar ou até mesmo como dizer isso? Então, é nessas horas que o Espírito ouve seus suspiros e gemidos, e ele vem e clama junto com você.
Essa é a primeira maneira pela qual o Espírito intercede por nós: com gemidos que as palavras não podem expressar.
2) O Espírito intercede por nós de acordo com a vontade de Deus
Em segundo lugar, o Espírito intercede por nós de acordo com a vontade de Deus.
Olhe para o versículo 27:
Romanos 8:27 NVT
E o Pai, que conhece cada coração, sabe quais são as intenções do Espírito, pois o Espírito intercede por nós, o povo santo, segundo a vontade de Deus.
O negócio é o seguinte. Assim como o Espírito geme junto com você, Deus conhece a mente do Espírito, e o Espírito conhece a vontade de Deus. E essa é uma combinação perfeita para uma oração eficaz!
1Jo 5:14-15 NVT
Estamos certos de que ele nos ouve sempre que lhe pedimos algo conforme sua vontade. E, uma vez que sabemos que ele ouve nossos pedidos, também sabemos que ele nos dará o que pedimos.
O Espírito conhece perfeitamente a vontade de Deus, e ele intercede por nós de acordo com a vontade de Deus. E isso significa que Deus responderá sempre.
Que encorajamento precioso à oração!
Mesmo quando não sabemos exatamente o que devemos orar, mesmo quando podemos orar errado, o Espírito nos ajuda a orar. O Espírito ora o que teríamos orado se soubéssemos a vontade de Deus para a nossa situação.
O próprio Espírito intercede por nós com gemidos que as palavras não podem expressar e em perfeita conformidade com a vontade de Deus.
CONCLUSÃO:
Vivemos em um mundo caído que está sob uma maldição por causa do pecado.
Essa maldição traz muita dor e sofrimento. Mas a boa notícia de Romanos 8 é que podemos perseverar através da dor porque temos esperança.
Temos esperança de uma nova criação, toda a criação renovada em Cristo e restaurada à sua antiga glória. Você acha que a criação de Deus é linda agora?
Espere até vê-lo restaurado.
Temos esperança para a ressurreição do corpo. Esses nossos velhos corpos ainda estão sujeitos à doença, ao pecado e à morte. Não podemos confiar neles.
Eles envelhecem, se machucam, quebram.
Mas seu novo corpo será perfeito em todos os sentidos. Pense nisso! Você terá um corpo perfeito e estará vivendo em um mundo perfeito.
E mesmo que a maioria dessas esperanças seja para o futuro, você também tem a esperança da ajuda de Deus no presente. O Espírito ajuda você em sua fraqueza, e mesmo quando você não sabe o que orar, o Espírito faz, e ele intercede por você de acordo com a vontade de Deus.
Esperança significa que você ainda não tem o que quer. Ou que ainda está no futuro. E isso significa esperar. E esperar é difícil. Mas o Espírito de Deus está com você enquanto você espera.
Sim, todos nós passamos por muita dor e tristeza neste mundo caído. Mas podemos perseverar no presente porque temos esperança para o futuro. Então, mesmo diante do sofrimento, coloque sua esperança em Deus e sua promessa de glória futura.
Vamos orar!
Por Diego Gonçalves