O Retorno Da Arca Perdida!
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1Sm 6:1-7:1 – Respeitando a Santidade de Deus (O retorno da arca)

Estamos mergulhados na vida de Samuel através do livro de Samuel, mas algo surpreendente aconteceu. Samuel desapareceu da narrativa, e nossos olhos se voltam para a arca nos capítulos 4, 5 e 6. A história da arca se desdobra em três atos: sua captura no capítulo 4, sua estadia com os filisteus no capítulo 5 e, finalmente, seu retorno triunfante a Israel no capítulo 6.

Mas antes de mergulharmos nesta história, vamos tocar em uma questão que toca os corações de muitos: O que significa temer o Senhor? Você já se perguntou sobre isso? O livro de Provérbios nos dá uma pista: “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria” (Provérbios 9:10). Contudo, isso pode causar confusão. Algumas pessoas questionam: “Deus não é nosso Pai amoroso? Devo amar a Deus, não temer (sentir medo dele), certo?”

Essas perguntas são compreensíveis, e a passagem que exploraremos hoje lança luz sobre essas inquietações. Vamos descobrir três grupos de pessoas que reagiram à arca de formas distintas: os filisteus que a mandaram embora; o povo de Bete-Semes que a acolheu com alegria; e os setenta homens que pagaram com a vida após olharem para dentro dela. Essas três respostas revelam três atitudes cruciais em relação a Deus: medo, reverência e desrespeito.

Então, enquanto folheamos e analisamos cada uma dessas atitudes, vamos permitir que elas sejam um espelho, refletindo como nossos próprios corações se relacionam com Deus.

Então, hoje vamos trabalhar três lições: 1) Aqueles que temem a santidade de Deus o afastarão. 2) Aqueles que o reverenciam encontrarão alegria em sua presença. E 3) aqueles que o desrespeitam enfrentarão sua justa ira.

1. O Medo da Santidade de Deus (1 Samuel 6:1-12)

Então, em primeiro lugar, vamos falar de temer a santidade de Deus. Imagine a cena: os filisteus, os antigos inimigos de Israel, tomam posse da arca sagrada. Eles a levam para o seu território, triunfantes em sua vitória. Mas algo terrível acontece – uma praga, possivelmente uma forma de peste bubônica, atinge a terra.

O povo de Filistia começa a se contorcer com a dor de tumores. Os ratos invadem as cidades. O sofrimento é insuportável, e tudo isso é acompanhado pela arca.

Sete longos meses se passam, e os filisteus estão em pânico. Eles chamam seus sacerdotes e adivinhos e exclamam: “O que faremos com a arca do SENHOR? Diga-nos como devemos enviá-la de volta ao seu lugar!” (1 Samuel 6:1-2)

A resposta? “Não a envie vazia, mas envie de qualquer maneira uma oferta de culpa a ele. Faça modelos de tumores e ratos de ouro, e talvez ele retire sua mão de você” (1 Samuel 6:3-6).

Aqui, o desconhecimento dos filisteus sobre Deus é evidente. Tumores e ratos, imagens impuras segundo a Lei, são uma afronta ao Senhor, que quer sacrifício real, não ídolos dourados.

Mas os filisteus estão desesperados para se livrar da arca e agem conforme sua própria sabedoria, elaborando um plano para devolver a arca a Israel.

Eles preparam um carro novo e atrelam duas vacas que acabaram de parir. Elas nunca foram atreladas antes, e seus bezerros são levados para longe. A arca é colocada no carro junto com as ofertas de culpa.

O plano parece fadado ao fracasso. As vacas devem brigar, voltar para os bezerros, se perder no caminho. Mas o que acontece a seguir é incrível:

“As vacas foram diretamente para Bete-Semes, mantendo-se na estrada e mugindo o tempo todo; elas não viraram nem para a direita nem para a esquerda.” (1 Samuel 6:12)

Deus não apenas “passa” no teste dos filisteus; Ele os surpreende com o Seu poder, fazendo o impossível.

Esta história levanta uma questão crucial: Você tem medo de Deus? Os filisteus tinham, e em vez de se aproximarem d’Ele, eles O afastaram.

O medo de Deus, quando mal compreendido, pode nos afastar da Sua presença. Mas se transformarmos esse medo em reverência, poderemos nos aproximar d’Ele e encontrar graça.

Afinal, não é o medo que Deus deseja de nós, mas um coração humilde e contrito que busca conhecê-Lo, adorá-Lo e servir a Ele.

Não deixe que o medo te afaste da presença divina. Em vez disso, transforme esse medo em reverência e veja como Deus pode fazer o impossível em sua vida, assim como Ele fez com as vacas dos filisteus.

2. Aqueles que têm reverência pela santidade de Deus o recebem com alegria. (1 Samuel 6:13-18)

Agora, em segundo lugar, vemos surgir na narrativa um contraste na maneira como as pessoas reagem à santidade de Deus. Alguns podem afastá-lo com medo, mas há aqueles que o recebem com alegria e reverência. Os versículos 13 a 16 ilustra isso perfeitamente.

Imagine o cenário: o povo de Bete-Semes, trabalhando arduamente na colheita de trigo. O sol queima, o suor escorre e as pessoas continuavam completamente envolvidas nessa tarefa, mas algo extraordinário está prestes a acontecer. De repente, eles olham e veem a arca do Senhor chegando em um carro, e uma onda de alegria inunda seus corações.

O carro para junto a uma grande rocha, e o povo toma medidas imediatas. Eles cortam a madeira do carro, sacrificam as vacas como oferta ao Senhor, e os levitas, em respeito à lei de Deus, cuidam da arca. Os governantes dos filisteus veem tudo isso e retornam para Ecrom, atônitos com o que testemunharam.

A cena é tocante – em meio ao trabalho, eles se alegram com a chegada da presença palpável de Deus. A arca, para eles, não era apenas um objeto; era o símbolo da presença e santidade de Deus.

E aqui, eles nos ensinam algumas lições essenciais:

  • Prioridade à Deus: Mesmo no auge da colheita, eles param. Deus se tornou sua prioridade imediata, demonstrando que, independente de nossas ocupações, a presença de Deus merece ser reconhecida e celebrada.
  • Sacrifício com Intenção: As vacas, que trouxeram a arca, são sacrificadas. O ato aponta para uma realidade muito mais profunda: a necessidade de um sacrifício para se aproximar de um Deus santo. 1000 anos depois desse episódio, compreenderíamos que tudo isso simbolizava o sacrifício supremo de Jesus por nós.
  • Obediência à Palavra: Eles respeitam as leis. A arca era sagrada, e apenas os levitas podiam tocá-la. Bete-Semes, sendo uma cidade levita, tinha muitos deles. Respeitando as leis divinas, eles deixam os levitas cuidarem da arca.

Essa é a beleza da reverência. Bete-Semes não apenas temia a Deus; eles reverenciavam Sua santidade. E como resposta, houve alegria, ofertas queimadas e sacrifícios.

Hoje, o convite é o mesmo. Não se trata de meramente temer Deus, mas de se aproximar d’Ele com reverência e gratidão pelo sacrifício de Jesus. Como Hebreus nos lembra, é por meio desse sacrifício que temos confiança para nos aproximar do Lugar Santíssimo com coração sincero e fé inabalável.

Então, diante da presença de Deus em nossas vidas, como escolhemos responder? Como o povo filisteu, vamos afastar Deus por temer Sua santidade ou como Bete-Semes, vamos recebê-lo com com pausa, reverência e alegria? A decisão está em nossas mãos.

3. O desrespeito à santidade de Deus: Uma lição de Bete-Semes

Em terceiro lugar, encontramos mais uma história no capítulo 6 que nos ensina muito sobre como devemos encarar a santidade de Deus. Não é sobre medo, nem apenas reverência, mas sobre o perigo do desrespeito.

No centro dessa narrativa está a Arca do Senhor. Imaginem a cena: os habitantes de Bete-Semes veem a arca retornando. A princípio, eles se alegram. Os levitas, cientes da santidade da arca, a manuseiam com cuidado. Mas, por um impulso de curiosidade, 70 homens da cidade decidem espiar o interior da arca.

E aqui está a coisa: o povo comum não era autorizado sequer a olhar para a arca, que dirá seu interior. A arca era tão sagrada que ficava escondida atrás de cortinas no santuário. Então, ao espiar seu interior, esses homens cruzaram uma linha que não deveriam.

E o resultado? Setenta vidas perdidas.

Isso nos lembra da gravidade de tratar as coisas de Deus com casualidade. Em nossos dias, podemos nos perguntar: “Como mostramos desrespeito à santidade de Deus?”. Seja desobedecendo Sua palavra, não tratando a Ceia do Senhor com seriedade, ou o maior de todos, rejeitando Jesus, o Filho de Deus, como nosso Salvador.

E as consequências de tal desrespeito? A Bíblia nos diz em 1 Coríntios 11 que na igreja primitiva, alguns até adoeceram e morreram por não tomar a comunhão de maneira digna.

O livro de Hebreus 10:28-31 diz

28 Quem tiver rejeitado a lei de Moisés morre sem misericórdia, pelo depoimento de duas ou três testemunhas. 29 Imaginem quanto mais severo deve ser o castigo daquele que pisou o Filho de Deus, profanou o sangue da aliança com o qual foi santificado e insultou o Espírito da graça! 30 Pois conhecemos aquele que disse: “A mim pertence a vingança; eu retribuirei.” E outra vez: “O Senhor julgará o seu povo.” 31Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo

Os habitantes de Bete-Semes se viram tomados pelo temor, questionando: “Quem pode ficar perto deste Deus tão santo?”. Tentando encontrar uma solução, chamaram o povo de Quiriate-Jearim para cuidar da arca. Eles, em sua reverência e respeito, trouxeram a arca para sua cidade e foram abençoados por isso.

Em resumo, a história nos ensina que a santidade de Deus não é algo a ser levado de ânimo leve. Ela nos chama à reverência, ao respeito e, acima de tudo, ao amor por aquele que é completamente santo. E para nós, que vivemos depois da cruz, nos lembra do grande preço pago por Jesus, para que pudéssemos ter um relacionamento íntimo com este Deus santo.

CONCLUSÃO:

Para concluir, hoje, gostaria de fazer uma pergunta pessoal: Como é a sua relação com Deus? Essa pergunta pode parecer simples, mas as respostas podem ser complexas.

Baseado no que vimos aqui, algumas pessoas se aproximam de Deus com medo, uma atitude que, infelizmente, só as afasta Dele. Outras, sem temor algum, acabam mostrando desrespeito, e isso pode acender a Sua ira. Ambos os caminhos podem ser traiçoeiros.

Mas Deus, em Sua infinita sabedoria e amor, nos mostra o caminho correto. Ele nos chama a nos aproximarmos Dele com uma atitude de reverência e respeito, reconhecendo-O como o Criador e Senhor. Ele nos pede para entender e honrar Sua santidade, para nos arrependermos de nossos pecados e confiar em Cristo.

É um convite, não uma ameaça. É um chamado à alegria, não ao medo.

Os que têm medo da santidade de Deus podem se afastar, enquanto os que mostram desrespeito podem provocar a Sua ira. Mas aqueles que reconhecem e reverenciam a Sua santidade recebem uma recompensa inigualável: uma relação íntima e alegre com o Criador.

Assim diz o Salmo 95:6-7: “Vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do SENHOR que nos criou. Pois ele é o nosso Deus, e nós somos o povo do seu pasto, e as ovelhas da sua mão.”

Este é o coração do convite. Deus nos chama a nos juntarmos a Ele, não em temor, mas em amor e respeito. Ele é nosso Deus, e nós somos o Seu povo. Pense nisso, reflita sobre isso e, se sentir o chamado, responda com um coração aberto e humilde.

Que esta mensagem ressoe em você hoje. Amém.

ORAÇÃO


Senhor,

Que este dia nos lembre da importância de temer, respeitar e amar a Tua santidade. Que possamos reconhecer a Tua presença em nossas vidas e nos aproximarmos de Ti com uma atitude de humildade e gratidão. Ajuda-nos a entender que o medo não é o que procuras de nós, mas sim um coração contrito e sincero que busca conhecê-Lo e servi-Lo.

Que possamos sempre lembrar-nos do sacrifício de Jesus e que isso nos dê a confiança para nos aproximarmos do Lugar Santíssimo com um coração sincero e fé inabalável. Ajuda-nos a respeitar Tuas leis e mandamentos, e a não tratar as coisas de Deus com casualidade.

Que possamos ser como o povo de Bete-Semes, que priorizou a Tua presença, ofereceu sacrifícios com intenção e obedeceu à Tua palavra. Que possamos encontrar alegria em Tua presença e ser abençoados por isso.

Ajuda-nos a não sermos como os filisteus, que tentaram enviar Tua arca com presentes impuros e sem o devido respeito. Que possamos ter um coração que busca a Tua santidade, reverência e amor.

Que este dia nos ajude a refletir sobre nossa relação contigo e nos leve a responder com um coração aberto e humilde ao Teu convite para nos juntarmos a Ti. Que possamos nos tornar o povo do Teu pasto e as ovelhas da Tua mão.

Tudo isso pedimos no nome de Jesus. Amém.

Por Diego Gonçalves


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