A Conversão de Agostinho de Hipona
Agostinho de Hipona, um dos maiores pensadores da fé cristã, nasceu em 353. Ele era filho de um pai que não acreditava em Deus e de uma mãe cristã. Na sua juventude, ele estava muito focado em si mesmo e nas coisas do mundo.
Deixou sua cidade, Tagaste, em busca de respostas para a pergunta que Pilatos fez: “O que é a verdade?” Infelizmente, ou talvez por um plano de Deus, sua busca sozinha não trouxe resultados. Cansado e desiludido, ele percebeu que não conseguia encontrar as respostas que tanto queria. Ao ouvir sobre pessoas que deixavam de lado as coisas do mundo, ele se questionou: “O que há de errado conosco? Por que aqueles que não sabem nada conseguem o que é bom, enquanto nós, que sabemos tanto, nos perdemos em nossos desejos?” Ele foi para um jardim e tentou se libertar de suas amarras, mas a luta só mostrou o quanto estava preso.
Desesperado, ele começou a chorar: “Até quando vou ficar assim? Amanhã? Por que não agora? Por que não me livrar do que me suja agora?” Esse grito sincero foi ouvido por Deus, e, naquele momento, ele ouviu a voz de uma criança de uma casa próxima dizendo: “Tolle, lege — pega e lê.”
Essas palavras pareceram a Agostinho uma resposta direta à sua oração. Ele voltou para casa e abriu as cartas de Paulo, e seus olhos caíram no versículo 13 do capítulo 13 de Romanos: “Vivamos de maneira honesta, como se fosse de dia, não em festas e bebedeiras, não em imoralidades e brigas, mas vistam-se do Senhor Jesus Cristo e não se preocupem com os desejos da carne.”
Naquele instante, ele se sentiu livre, como se tivesse “nascido de novo” e experimentado a verdadeira liberdade que Cristo oferece. Assim como Paulo, ele não se envergonhava do Evangelho e não hesitava em contar a todos sobre a graça que o transformou. A luta que ele enfrentou, tão bem descrita no capítulo 7 de Romanos, foi substituída pela vitória que ele viveu, como está no capítulo 8. Desde então, os gemidos de dor foram trocados por gritos de alegria. “Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gálatas 2:20) se tornou o segredo da sua força.