A reação do escolasticismo ortodoxo no período imediatamente posterior à Reforma em relação à Bíblia é descrita na fonte. De acordo com o texto, os resultados alcançados pelos reformadores no estudo histórico da Bíblia foram rapidamente esquecidos. Nesse período, a Bíblia foi mais uma vez utilizada sem uma perspectiva crítica e histórica, principalmente para servir de apoio à doutrina ortodoxa.
Os principais aspectos dessa reação podem ser resumidos da seguinte forma:
- A Bíblia como Livro Isento de Erros e Contradições: A Bíblia era considerada um livro isento de erros e contradições. Essa visão enfatizava a infalibilidade das Escrituras, mas negligenciava a análise histórica e literária.
- Ausência de Desenvolvimento ou Progresso: A Bíblia era vista como um livro sem desenvolvimento ou progresso. Isso significava que não se reconhecia uma progressão na revelação ao longo do tempo ou diferentes perspectivas teológicas dentro dos textos bíblicos.
- Nível Único de Valor Teológico: Considerava-se que toda a Bíblia possuía um nível único de valor teológico. Essa abordagem tendia a homogeneizar os diferentes gêneros e contextos dos livros bíblicos, ignorando as nuances e a diversidade de seus ensinamentos.
- Absorção da História pelo Dogma: A História foi completamente absorvida pelo dogma. Em vez de entender os textos bíblicos dentro de seus contextos históricos específicos, a história era interpretada à luz das doutrinas ortodoxas preexistentes.
- Filologia como Ramo da Dogmática: A filologia tornou-se um ramo da dogmática. O estudo das línguas originais da Bíblia, que havia sido valorizado pelos reformadores para uma interpretação mais precisa, foi agora subordinado à necessidade de apoiar as doutrinas ortodoxas.
Em suma, o escolasticismo ortodoxo pós-Reforma caracterizou-se por um recuo da ênfase histórica e crítica no estudo bíblico, priorizando a utilização da Bíblia como um repositório de provas para sustentar a doutrina ortodoxa estabelecida. A Bíblia era vista como um livro estático, uniforme e desprovido de contradições ou desenvolvimento, com sua interpretação fortemente influenciada pelas necessidades do dogma.
Referência:
LADD, George Eldon. Teologia do Novo Testamento