Além das quatro paredes da igreja
Em cada momento de incerteza ou desafio, tanto na vida pessoal quanto profissional, encontro refúgio nos evangelhos. É surpreendente como, a cada leitura, parece que estou redescobrindo Jesus. Existe algo no amor, na compaixão e no poder presentes nas histórias de Jesus que me guiam de volta à luz, mesmo nos vales mais escuros da minha caminhada. Essa inspiração é constante e renovadora.
Refletindo mais profundamente, percebo que alguns dos desafios que enfrentamos em relação à “igreja” podem ser, de fato, desafios relacionados à nossa compreensão de Jesus. Não estou sugerindo que o problema seja Ele, mas acredito que todos os aspectos da igreja, da liderança à teologia, devem se espelhar no exemplo de Jesus.
Observando a companhia de Jesus, vemos que Ele não se limitava a andar apenas com os considerados “puros”. Ele se relacionava com uma variedade de pessoas, inclusive aquelas vistas como marginais pela sociedade. Como estamos seguindo esse exemplo hoje? Será que nos aventuramos além dos círculos da igreja? Uma autoanálise honesta pode revelar desconfortos sobre nossas atitudes.
Ao contemplar a igreja primitiva, fica evidente o entendimento que tinham do chamado de Jesus. Eles não viam a igreja como um mero edifício, mas como uma comunidade vibrante e missionária. Hoje, as igrejas que verdadeiramente causam impacto são aquelas que compreendem que ser igreja transcende as paredes físicas. É ser as mãos e os pés de Jesus no mundo.
Jesus frequentemente falava sobre o reino de Deus, e é esse reino que devemos esforçar-nos para manifestar aqui na Terra. Imagine se cada um de nós agisse como missionários em cada esquina, em cada ambiente de trabalho, disseminando amor e compaixão. Para isso, é essencial amar, servir, praticar a humildade e, acima de tudo, estar em constante aprendizado.
Além disso, o serviço é fundamental. Jesus lavou os pés dos discípulos, demonstrando que a verdadeira grandeza está no ato de servir. Se desejamos fazer a diferença, precisamos estar prontos para servir, mesmo nas tarefas mais simples.
Às vezes, complicamos demais as coisas. Ainda que pensemos saber muito, sempre há mais para aprender. Jesus desafiava os “especialistas” de sua época, mostrando que, por vezes, a teologia pode nos afastar da essência de sua mensagem. Ele é a chave para compreendermos o verdadeiro significado do Evangelho. Talvez devêssemos focar mais no amor e na unidade que Jesus desejava para todos, ao invés de nos dividirmos em diferentes denominações e interpretações.
Portanto, proponho um compromisso: mergulhemos nos evangelhos, permitamos que suas palavras transformem nossos corações e, mais importante, que vivamos refletindo o amor e a compaixão de Jesus diariamente. Não basta apenas ler; é preciso viver conforme Ele nos ensinou!