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Os trinta e nove livros que compõem o Antigo Testamento, conforme utilizados pelos religiosos, podem ser divididos literariamente em três grupos principais.

O primeiro grupo compreende os dezassete livros históricos, que se estendem de Gênesis até Ester. Estes livros narram o desenvolvimento histórico de Israel até a última parte do século V a.C.. Outras nações entram em cena somente quando têm relação com a história de Israel. A narrativa histórica se interrompe muito antes dos tempos de Cristo, havendo um intervalo de separação de quatro séculos entre o Antigo e o Novo Testamento. É importante notar que a literatura apócrifa, aceita pela Igreja Católica, desenvolveu-se durante este período, mas nunca foi reconhecida pelos judeus como parte de seus livros aceitos ou “cânon”.

O segundo grupo é classificado como literatura de sabedoria e poesia, e inclui cinco livros: Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e o Cântico dos Cânticos. Estes livros são de natureza bastante geral e não estão intimamente relacionados a incidentes particulares da história de Israel. No máximo, apenas alguns poucos salmos podem ser associados a acontecimentos relatados nos livros históricos. Esta literatura reflete os problemas, as experiências, as crenças, a filosofia e a atitude dos israelitas, expressando uma ampla variedade de interesses com um apelo universal.

O terceiro grupo consiste nos dezassete livros restantes, que registram as mensagens dos poetas, que apareceram em Israel de tempos em tempos para declarar a Palavra de Deus. O fundo geral e frequentemente os detalhes específicos dados nos livros históricos servem como chave para a adequada interpretação dessas mensagens proféticas. Reciprocamente, as declarações dos profetas contribuem em grande medida para a compreensão da história de Israel.

A disposição dos livros do Antigo Testamento tem sido uma questão de desenvolvimento histórico. Na Bíblia hebraica moderna, os cinco livros da Lei (Pentateuco) são seguidos por oito livros chamados “Profetas”: Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, Isaías, Jeremias, Ezequiel e os Doze (os profetas menores). Os últimos onze livros são designados como “Escritos” ou hagiógrafos: Salmos, Jó, Provérbios, Rute, Cântico dos Cânticos, Lamentações, Ester, Daniel, Esdras-Neemias e 1 e 2 Crônicas. A ordem dos livros variou durante vários séculos após a conclusão do Antigo Testamento. A introdução do códice, em forma de livros, durante o século II d.C., necessitou de uma ordem definida de colocação. Enquanto os livros eram conservados em rolos individuais, a ordem não era fundamental, mas com a substituição do rolo pelo códice, a colocação normal, refletida nas Bíblias hebraicas e modernas, gradualmente se tornou de uso comum.

Em resumo, do ponto de vista literário, o Antigo Testamento pode ser agrupado em livros históricos (Gênesis a Ester), livros de sabedoria e poesia (Jó a Cântico dos Cânticos) e livros proféticos (Isaías a Malaquias). Adicionalmente, a tradição hebraica organiza os livros em Lei, Profetas e Escritos. Ambas as classificações oferecem diferentes perspectivas sobre a vasta e diversificada literatura do Antigo Testamento.

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