Comentário De Gênesis
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Gn 6:1-22 – Comentário

A História de Noé – Fé e Obediência em Meio à Maldade do Mundo

Introdução:

No capítulo 6 de Gênesis, somos apresentados à história de Noé e como ele enfrentou um mundo cheio de maldade, provocando a ira de Deus. Veremos como Noé encontrou graça diante do Senhor, recebeu instruções sobre a construção da arca e, finalmente, como sua fé e obediência foram fundamentais durante todo o processo.

Resumo da passagem:

Versículos 1-7: Nestes versículos iniciais, somos confrontados com a realidade da maldade que dominava o mundo na época de Noé. Essa depravação e perversidade provocaram a ira de Deus, que decidiu agir para corrigir a trajetória da humanidade. A história de Noé começa a se destacar aqui como um exemplo notável de retidão em um mundo corrompido.

Versículos 8-11: Apesar da maldade que cercava Noé, ele encontrou graça aos olhos do Senhor. A sua devoção e compromisso com a retidão o distinguiram em meio à escuridão moral do seu tempo. Deus escolheu Noé para ser o agente de mudança, e é aí que a história ganha um tom de esperança em meio ao caos.

Versículos 12-21: Nestes versículos, acompanhamos o emocionante anúncio do dilúvio a Noé. Deus dá instruções detalhadas sobre a construção da arca, que serviria como um refúgio para Noé, sua família e representantes de todas as espécies de animais, garantindo a sobrevivência das criaturas durante o dilúvio devastador. Aqui, testemunhamos a comunicação direta de Deus com Noé, fortalecendo ainda mais sua fé e determinação em cumprir a vontade divina.

Versículo 22A: No encerramento dessa emocionante história, vemos a fé e obediência inabaláveis de Noé. Ele obedeceu às instruções divinas com diligência e perseverança, mostrando sua confiança absoluta em Deus, mesmo diante de um desafio aparentemente impossível.

Texto Comentado Versículo por Versículo

Versão da Bíblia Sagrada Utilizada: Almeida Corrigida Fiel (ACF)

1 E ACONTECEU que, como os homens começaram a multiplicar-se sobre a face da terra, e lhes nasceram filhas,

Comentário Bíblico sobre Gênesis 6:1-7:

Nestes versículos, encontramos a descrição da crescente iniquidade na terra que levou Deus a decidir punir a humanidade através do dilúvio. Observamos que uma das principais causas dessa maldade foi a interação entre os filhos de Deus (possivelmente descendentes piedosos de Sete) e as filhas dos homens (provavelmente descendentes ímpios de Caim). Esse casamento misto resultou em uma corrupção crescente da fé e dos princípios religiosos, levando a uma sociedade cada vez mais depravada.

Aqui, a misericórdia de Deus também é evidente, pois Ele enviou pregações e advertências por meio de Enoque, Noé e outros servos fiéis, buscando chamar a humanidade ao arrependimento. O Espírito de Deus contendia com os homens, buscando levá-los ao caminho da retidão. No entanto, Deus é justo e não pode tolerar o pecado indefinidamente. Sua paciência tem limites, e o momento chegou em que Ele decidiu que a humanidade havia excedido esses limites e se endurecido no pecado.

É importante notar que, quando a Bíblia fala de Deus “arrependendo-se” ou “se entristecendo”, não significa que Ele muda de opinião ou que comete erros. Essas expressões são usadas para nos dar uma compreensão humana da profundidade do pecado e do desgosto que ele causa a Deus. Deus é amoroso e justo, mas também é santo e justo em suas ações.

A situação na época de Noé era tão terrível que a intenção e os pensamentos dos corações das pessoas eram continuamente maus. A maldade havia se tornado tão generalizada e profunda que não havia praticamente nenhuma inclinação para o bem em suas vidas. A depravação era total.

Diante de tamanha perversidade, Deus determinou que a única solução era destruir a humanidade através do dilúvio. Ele não toma essa decisão de ânimo leve, mas age como um pai compassivo que vê a rebeldia de seu filho e é afligido por isso. Deus não se alegra na destruição, mas em sua justiça, Ele não pode permitir que o pecado continue sem punição.

Neste episódio, aprendemos sobre a seriedade do pecado e a importância da obediência a Deus. A história do dilúvio é um lembrete poderoso de que, mesmo em sua paciência e misericórdia, Deus eventualmente responde ao pecado com justiça. Devemos aprender com essa narrativa e buscar andar nos caminhos de Deus, humildemente submetendo-nos a Sua vontade e buscando a santidade em nossas vidas.

2 Viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram.

3 Então disse o Senhor: Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem; porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos.

4 Havia naqueles dias gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de Deus entraram às filhas dos homens e delas geraram filhos; estes eram os valentes que houve na antiguidade, os homens de fama.

5 E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente.

6 Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem sobre a terra e pesou-lhe em seu coração.

7 E disse o Senhor: Destruirei o homem que criei de sobre a face da terra, desde o homem até ao animal, até ao réptil, e até à ave dos céus; porque me arrependo de os haver feito.

8 Noé, porém, achou graça aos olhos do Senhor.

Comentário Bíblico – Gênesis 6:8-11

Noé é apresentado neste trecho como uma figura notável aos olhos de Deus, contrastando com a perversidade prevalente na humanidade de sua época. O versículo 8 revela que Noé encontrou graça perante o Senhor, destacando sua conexão íntima com Deus e sua fidelidade à Sua vontade. Enquanto o mundo ao redor mergulhava na corrupção e violência, Noé permanecia justo e íntegro, mantendo-se fiel ao Deus que escolhera seguir.

Essa justiça atribuída a Noé não se baseia em suas próprias obras, mas na sua fé e aceitação da promessa divina. Ele foi considerado justo aos olhos de Deus, pois confiou na Semente prometida, que, no contexto bíblico, se refere à futura redenção através de Cristo. Sua retidão moral decorreu de sua relação com Deus, e ele foi capacitado para uma vida santa através dessa comunhão com o Criador.

No contexto histórico-cultural, a corrupção e violência descritas na sociedade pré-diluviana desencadearam o juízo divino. A perversão moral e espiritual era tão abrangente que o texto destaca que “toda carne havia corrompido o seu caminho”. Essa degradação chegou a tal ponto que Deus decidiu trazer o dilúvio para purificar a terra.

A história de Noé, portanto, serve como um exemplo para todas as gerações posteriores. Mostra a importância de permanecer fiel a Deus, mesmo quando a maioria se desvia do caminho da retidão. A graça de Deus é acessível a todos que confiam nele e seguem seus caminhos. Ao mesmo tempo, a narrativa alerta sobre as consequências do pecado e a necessidade de arrependimento e busca por Deus, mesmo em tempos de corrupção generalizada.

9 Estas são as gerações de Noé. Noé era homem justo e perfeito em suas gerações; Noé andava com Deus.

10 E gerou Noé três filhos: Sem, Cão e Jafé.

11 A terra, porém, estava corrompida diante da face de Deus; e encheu-se a terra de violência.

12 E viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque toda a carne havia corrompido o seu caminho sobre a terra.

Comentário Bíblico – Gênesis 6:12-21

Nestes versículos, encontramos a revelação de Deus a Noé sobre o propósito de destruir o mundo malvado com um dilúvio. A comunhão íntima do Senhor é reservada para aqueles que o temem e buscam viver em obediência às Suas palavras e mandamentos. Deus, em Sua sabedoria e justiça, escolheu o dilúvio como meio para corrigir e punir a perversidade humana.

A palavra “aliança” é mencionada aqui pela primeira vez na Bíblia. Ela tem dois aspectos: a aliança de providência, que assegura a continuidade dos ciclos naturais até o fim dos tempos, e a aliança de graça, em que Deus será o Deus de Noé e sua descendência. Através dessa aliança, Deus seleciona um povo para Si.

Noé foi incumbido de construir uma arca de dimensões extraordinárias, semelhante ao casco de um navio, que flutuaria sobre as águas durante o dilúvio. Essa tarefa exigia grande fé, obediência e diligência de Noé, pois ele se tornaria o instrumento através do qual Deus preservaria a vida durante o cataclismo vindouro.

A obediência de Noé às ordens específicas de Deus na construção da arca demonstrou sua fé e retidão diante do Senhor. A providência divina se manifestou através da salvação de Noé e sua família, que foram protegidos na arca durante o dilúvio.

Essa passagem nos lembra da importância da obediência a Deus, pois nossas ações podem influenciar não apenas nossas próprias vidas, mas também a de nossos familiares. A piedade dos pais pode abençoar seus filhos nesta vida e guiá-los no caminho da vida eterna, se eles também escolherem seguir a Deus.

Portanto, em Gênesis 6:12-21, encontramos a justiça e a graça de Deus se manifestando através do dilúvio, mas também a misericórdia para com Noé e sua família, que encontraram refúgio na arca como resultado de sua obediência e fé. Esses eventos nos convidam a refletir sobre a importância da nossa comunhão com Deus e da obediência a Seus mandamentos, confiando em Sua provisão e proteção em todas as circunstâncias.

13 Então disse Deus a Noé: O fim de toda a carne é vindo perante a minha face; porque a terra está cheia de violência; e eis que os desfarei com a terra.

14 Faze para ti uma arca da madeira de gofer; farás compartimentos na arca e a betumarás por dentro e por fora com betume.

15 E desta maneira a farás: De trezentos côvados o comprimento da arca, e de cinqüenta côvados a sua largura, e de trinta côvados a sua altura.

16 Farás na arca uma janela, e de um côvado a acabarás em cima; e a porta da arca porás ao seu lado; far-lhe-ás andares, baixo, segundo e terceiro.

17 Porque eis que eu trago um dilúvio de águas sobre a terra, para desfazer toda a carne em que há espírito de vida debaixo dos céus; tudo o que há na terra expirará.

18 Mas contigo estabelecerei a minha aliança; e entrarás na arca, tu e os teus filhos, tua mulher e as mulheres de teus filhos contigo.

19 E de tudo o que vive, de toda a carne, dois de cada espécie, farás entrar na arca, para os conservar vivos contigo; macho e fêmea serão.

20 Das aves conforme a sua espécie, e dos animais conforme a sua espécie, de todo o réptil da terra conforme a sua espécie, dois de cada espécie virão a ti, para os conservar em vida.

21 E leva contigo de toda a comida que se come e ajunta-a para ti; e te será para mantimento, a ti e a eles.

22 Assim fez Noé; conforme a tudo o que Deus lhe mandou, assim o fez.

Comentário Bíblico – Gênesis 6:22

Este versículo conclui a narrativa da construção da arca por Noé. Ele é descrito como obediente e fiel em cumprir todas as instruções dadas por Deus. A ênfase recai sobre a obediência de Noé, que é um exemplo de fé e submissão à vontade divina. A construção da arca foi uma tarefa monumental, exigindo muito trabalho e perseverança, mas Noé não hesitou em obedecer ao chamado de Deus e realizar a obra necessária.

A história de Noé e a arca também apresenta lições para os leitores ao longo dos tempos. Além de ser um registro histórico, ela também simboliza a importância da fé, obediência e temor a Deus. A arca de Noé serviu como meio de salvação para ele, sua família e as criaturas vivas durante o dilúvio. Da mesma forma, através de Cristo, o verdadeiro arco da aliança, a humanidade é convidada a encontrar salvação e refúgio para a alma.

Assim como Noé, somos chamados a confiar na vontade de Deus, seguir Suas orientações e obedecer aos Seus mandamentos. A história de Noé nos lembra da importância de estar preparado para as advertências divinas e buscar a salvação que Deus nos oferece. Que possamos seguir o exemplo de obediência e fé de Noé, sempre buscando fazer conforme tudo o que Deus nos ordenar.

Conclusão:

A história de Noé é um relato poderoso de fé, obediência e esperança, mesmo em meio à corrupção e perversidade da humanidade. Noé é apresentado como um exemplo de retidão e devoção, sendo recompensado pela graça de Deus. Essa narrativa continua a inspirar gerações a confiarem no poder de Deus e a agir com retidão, independentemente das circunstâncias ao seu redor.

REFERÊNCIAS:

HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Matthew Henry Obra Completa – CPAD

Todas as Escrituras em português citadas são da Almeida Corrigida Fiel ©


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