Gn 5:1-32 – Comentário
Resumo do Capítulo 05
Versículos 1-5: Nessa primeira seção, encontramos a descendência de Adão, o primeiro homem criado por Deus, através de seu filho Sete. A narrativa destaca a importância de Sete na continuação da linhagem humana após a queda de Adão e Eva. Através de Sete, a humanidade pôde prosseguir, cumprindo o propósito divino de povoar a Terra.
Versículos 6-20: Na segunda parte, encontramos uma lista de patriarcas que sucederam Sete e precederam Enoque. Essas figuras desempenharam papéis relevantes em suas gerações e contribuíram para a formação do povo escolhido por Deus. Suas vidas e legados são fundamentais para entendermos o plano de Deus para a humanidade e a construção de uma sociedade justa.
Versículos 21-24: Nessa terceira seção, continuamos a seguir a linhagem dos patriarcas, destacando suas jornadas e realizações. Cada um desses homens desempenhou um papel essencial na preservação da fé e dos ensinamentos transmitidos por Deus, em meio às adversidades e desafios da época.
Versículos 25-32: Na última parte do texto, acompanharemos a linhagem desde Matusalém, o patriarca conhecido por ter vivido mais tempo na Terra, até seu descendente Noé. Matusalém desempenhou um papel importante como guardião das tradições ancestrais e como avô de Noé, o escolhido para construir a arca e salvar a humanidade durante o dilúvio.
Texto Comentado Versículo por Versículo
Versão da Bíblia Sagrada Utilizada: Almeida Corrigida Fiel (ACF)
1 ESTE é o livro das gerações de Adão. No dia em que Deus criou o homem, à semelhança de Deus o fez.
Comentário Bíblico de Gênesis 5:1-5:
Neste breve segmento de Gênesis, temos um profundo retrato não apenas da origem da humanidade, mas também da condição humana em seu estado caído. “Este é o livro das gerações de Adão”, o versículo 1 nos diz, chamando nossa atenção para o fato de que a vida humana, apesar de sua degradação, ainda é uma continuidade do ato criativo de Deus. Fomos criados à Sua imagem, uma verdade reafirmada aqui para enfatizar o valor inerente e a dignidade que residem em cada ser humano, apesar de nossa queda.
No versículo 2, somos lembrados de que “homem e mulher os criou”, um eco do relato da criação em Gênesis 1. Isso é importante porque estabelece a igualdade essencial entre homens e mulheres perante Deus, ambos criados à Sua imagem.
No entanto, no versículo 3, surge a realidade dolorosa da queda. “Adão…gerou um filho à sua semelhança, conforme a sua imagem”. Aqui vemos o efeito profundo e duradouro do pecado. Embora Adão fosse originalmente criado à imagem de Deus, seu filho nasce à sua imagem – uma imagem agora manchada pelo pecado. O pecado, portanto, é transmitido através das gerações, uma triste herança da qual nenhum ser humano pode escapar por seus próprios meios.
Adão viveu uma vida longa – 930 anos, segundo o versículo 5. Isso serve para enfatizar a extraordinária longevidade da primeira geração da humanidade, um fenômeno que gradualmente diminui conforme a narrativa bíblica continua. No entanto, a frase final do versículo 5 é talvez a mais pungente: “e morreu”. A morte, a conseqüência inevitável do pecado, alcança até mesmo Adão, o primeiro homem. Embora a sentença divina de morte não tenha sido executada imediatamente após o pecado original, ela chega inescapavelmente no final. Assim, a história de Adão é a história da humanidade: criada à imagem de Deus, desfigurada pelo pecado e marcada pela mortalidade. Nesse sentido, Gênesis 5:1-5 funciona como um microcosmo de toda a narrativa bíblica, uma prefiguração do drama humano que se desenrolará nas páginas seguintes das Escrituras.
2 Homem e mulher os criou; e os abençoou e chamou o seu nome Adão, no dia em que foram criados.
3 E Adão viveu cento e trinta anos, e gerou um filho à sua semelhança, conforme a sua imagem, e pôs-lhe o nome de Sete.
4 E foram os dias de Adão, depois que gerou a Sete, oitocentos anos, e gerou filhos e filhas.
5 E foram todos os dias que Adão viveu, novecentos e trinta anos, e morreu.
6 E viveu Sete cento e cinco anos, e gerou a Enos.
Comentário Bíblico – Gênesis 5:6-20:
Neste trecho das Escrituras, encontramos uma série de genealogias que registram a descendência de Adão através de Sete, destacando a longevidade das pessoas mencionadas. A repetição da frase “e morreu” após a descrição de cada patriarca reforça a mortalidade humana e a brevidade da vida em relação à eternidade.
A longevidade desses patriarcas, com a maioria deles vivendo quase oitocentos anos, ou até mais, pode nos parecer extraordinária nos dias atuais. No entanto, é importante lembrar que, naquela época, a vida terrena não era carregada com as mesmas dificuldades e limitações que experimentamos hoje. Além disso, o conhecimento sobre a vida após a morte pode não ter sido tão claro ou desenvolvido como é sob a revelação do evangelho. Portanto, não é surpreendente que eles tenham vivido por tanto tempo, pois a perspectiva da eternidade pode não ter sido tão premente.
Também é notável que todos os patriarcas mencionados aqui, com exceção de Noé, nasceram antes da morte de Adão. Essa proximidade com o primeiro homem criado por Deus provavelmente permitiu que eles recebessem informações diretas sobre a criação, a queda da humanidade, a promessa divina e os princípios fundamentais da adoração e vida religiosa. Deus, em Sua sabedoria, preservou o conhecimento de Sua vontade na Sua igreja, através desses patriarcas, para que Seu plano redentor e propósitos fossem transmitidos de geração em geração.
Concluímos, portanto, que esse registro genealógico em Gênesis 5 nos mostra a continuidade do propósito divino, a transmissão de informações essenciais sobre a relação entre Deus e a humanidade e o cuidado de Deus em preservar Sua mensagem ao longo dos tempos até a revelação completa em Cristo. É um lembrete da brevidade da vida humana e da importância de buscarmos um relacionamento significativo com Deus, seguindo Seus caminhos e cumprindo Seus propósitos.
7 E viveu Sete, depois que gerou a Enos, oitocentos e sete anos, e gerou filhos e filhas.
8 E foram todos os dias de Sete novecentos e doze anos, e morreu.
9 E viveu Enos noventa anos, e gerou a Cainã.
10 E viveu Enos, depois que gerou a Cainã, oitocentos e quinze anos, e gerou filhos e filhas.
11 E foram todos os dias de Enos novecentos e cinco anos, e morreu.
12 E viveu Cainã setenta anos, e gerou a Maalalel.
13 E viveu Cainã, depois que gerou a Maalalel, oitocentos e quarenta anos, e gerou filhos e filhas.
14 E foram todos os dias de Cainã novecentos e dez anos, e morreu.
15 E viveu Maalalel sessenta e cinco anos, e gerou a Jerede.
16 E viveu Maalalel, depois que gerou a Jerede, oitocentos e trinta anos, e gerou filhos e filhas.
17 E foram todos os dias de Maalalel oitocentos e noventa e cinco anos, e morreu.
18 E viveu Jerede cento e sessenta e dois anos, e gerou a Enoque.
19 E viveu Jerede, depois que gerou a Enoque, oitocentos anos, e gerou filhos e filhas.
20 E foram todos os dias de Jerede novecentos e sessenta e dois anos, e morreu.
21 E viveu Enoque sessenta e cinco anos, e gerou a Matusalém.
Comentário Bíblico de Gênesis 5:21-24:
Nestes versículos, encontramos o relato sobre Enoque, o sétimo descendente de Adão, cuja vida é notável pela sua comunhão com Deus. A expressão “caminhou com Deus” destaca a intimidade e dedicação de Enoque ao seu Criador. Essa frase revela que Enoque não somente viveu uma vida justa e santa diante de Deus, mas também buscou uma comunhão profunda com Ele em todos os aspectos de sua existência.
Andar com Deus é muito mais do que cumprir rituais religiosos ou obrigações cerimoniais; é viver em harmonia com a vontade divina e em constante busca por agradar a Deus em todas as esferas da vida. Enoque compreendeu essa realidade e tornou a presença de Deus uma constante em sua jornada terrena.
Interessantemente, a Bíblia nos relata que Enoque não experimentou a morte comum a todos os seres humanos. Deus o levou de forma sobrenatural, e ele deixou de existir neste mundo como conhecemos. Esse evento misterioso enfatiza a recompensa e a bênção reservadas aos que vivem em íntima comunhão com Deus. Enoque alcançou uma transição única entre a vida terrena e a presença direta de Deus.
Além disso, o fato de Enoque ter vivido apenas 365 anos, uma metade aproximada da expectativa de vida da época, pode ser interpretado como um exemplo de como Deus honra aqueles que andam fielmente em Sua presença, encurtando sua permanência na terra e concedendo-lhes uma vida eterna em Sua presença.
O exemplo de Enoque nos inspira a buscar uma vida de santidade, retidão e busca incessante pela presença de Deus. Que possamos aprender com esse patriarca sobre a importância de caminhar com Deus, buscando estar alinhados com Sua vontade e experimentar uma comunhão mais profunda e significativa com o nosso Criador. A marcha constante na santidade, o viver dedicado a Deus, é um testemunho poderoso em meio a um mundo que muitas vezes se distancia dos caminhos divinos. Que busquemos seguir os passos de Enoque, vivendo uma vida de fé e comunhão com Deus, para que possamos também desfrutar da recompensa reservada aos que O amam e O buscam de todo o coração.
22 E andou Enoque com Deus, depois que gerou a Matusalém, trezentos anos, e gerou filhos e filhas.
23 E foram todos os dias de Enoque trezentos e sessenta e cinco anos.
24 E andou Enoque com Deus; e não apareceu mais, porquanto Deus para si o tomou.
25 E viveu Matusalém cento e oitenta e sete anos, e gerou a Lameque.
Comentário Bíblico sobre Gênesis 5:25-32:
Neste trecho de Gênesis, encontramos uma lista genealógica que registra a linhagem desde Adão até Noé. Um dos personagens mencionados é Matusalém, cujo nome significa “quando ele morrer, virá como um dardo” ou “um envio”, possivelmente relacionado ao dilúvio que ocorreu no ano de sua morte. É notável que Matusalém viveu 969 anos, tornando-se a pessoa mais longeva mencionada na Bíblia. No entanto, mesmo com uma vida tão prolongada, ele também experimentou a inevitável realidade da morte, mostrando a limitação da existência humana, conforme previsto por Deus após a queda do homem.
Outro destaque nesta genealogia é Noé, cujo nome significa “descanso”. Seus pais lhe deram esse nome com a expectativa de que ele seria uma bênção para sua geração. No entanto, é interessante notar que mesmo com a chegada de Noé, seu pai Lameque expressa uma queixa sobre o estado calamitoso da vida humana, marcada pelo trabalho árduo e esforço contínuo, como consequência da entrada do pecado e da maldição sobre a terra.
Lameque tem esperança de que Noé traga alívio e consolo, e essa esperança pode ser interpretada não apenas como a expectativa comum de pais em relação aos filhos, mas também pode ser vista como uma perspectiva de algo maior e salvífico. Aqui, podemos perceber uma possível alusão a Cristo, o verdadeiro Consolador e Salvador da humanidade.
Em resumo, esta passagem de Gênesis 5:25-32 nos lembra da brevidade da vida humana e da realidade do pecado, que trouxe consequências ao mundo. Também aponta para a esperança de um consolo e redenção, que finalmente encontramos em Cristo, nosso Salvador e Descanso verdadeiro.
26 E viveu Matusalém, depois que gerou a Lameque, setecentos e oitenta e dois anos, e gerou filhos e filhas.
27 E foram todos os dias de Matusalém novecentos e sessenta e nove anos, e morreu.
28 E viveu Lameque cento e oitenta e dois anos, e gerou um filho,
29 A quem chamou Noé, dizendo: Este nos consolará acerca de nossas obras e do trabalho de nossas mãos, por causa da terra que o Senhor amaldiçoou.
30 E viveu Lameque, depois que gerou a Noé, quinhentos e noventa e cinco anos, e gerou filhos e filhas.
31 E foram todos os dias de Lameque setecentos e setenta e sete anos, e morreu.
32 E era Noé da idade de quinhentos anos, e gerou Noé a Sem, Cão e Jafé.
Conclusão:
A genealogia dos patriarcas desde Adão até Noé é um elemento fundamental na Bíblia, pois traça a história da humanidade desde suas origens até um dos eventos mais marcantes – o dilúvio. Por meio dessas linhagens, podemos compreender a importância de cada pessoa na jornada humana e como a fidelidade a Deus desempenhou um papel crucial na preservação da vida e da fé. Aprofundar-nos nessas histórias nos ensina lições valiosas e fortalece nossa compreensão das Escrituras Sagradas.
Escrito e organizado por Diego Gonçalves.
RECURSOS UTILIZADOS:
HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Matthew Henry Obra Completa – CPAD
Todas as Escrituras em português citadas são da Almeida Corrigida Fiel ©
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