O surgimento do montanismo foi motivado por uma série de fatores, vejamos alguns a seguir:
- Reação contra as inovações do gnosticismo: Embora o montanismo em si apresentasse tendências inovadoras, ele pode ser considerado uma reação contra as especulações do gnosticismo. Em contraste com o gnosticismo, a Igreja sustentava uma posição ortodoxa, o que foi apreciado por alguns.
- Reação contra a lassidão e o mundanismo da Igreja: O montanismo surgiu como uma reação contra a gradual secularização, o crescente mundanismo e a corrupção da Igreja. Os líderes montanistas investiram contra a lassidão e o mundanismo das igrejas, insistindo em práticas ascéticas.
- Ênfase na proximidade do fim do mundo: Com base no Evangelho de João, Montano e seus seguidores afirmavam que o último e mais elevado estágio da revelação já havia sido atingido, pois a era do Parácleto havia chegado e o fim do mundo estava próximo. Essa crença na iminência do fim motivou a insistência em estritas exigências morais.
- Ascetismo legalista e moralismo rigoroso: As revelações de Montano giravam principalmente em torno de questões que pareciam indicar que as Escrituras não eram suficientemente ascéticas. O montanismo caracterizou-se por um ascetismo legalista, enfatizando o celibato (ou no máximo um único matrimônio), o jejum e uma rígida disciplina moral. Havia uma forte ênfase para que os crentes se mantivessem isentos das manchas mundanas.
- Exaltação dos dons espirituais, especialmente a profecia: O montanismo afirmava que o período final da revelação havia começado com a vinda do Parácleto, caracterizando a era presente pelos dons espirituais, sobretudo a profecia. Montano e seus colaboradores se consideravam os últimos profetas, trazendo novas revelações.
- Preocupação com o perdão de pecados pós-batismo: Os montanistas diziam que os pecados grosseiros cometidos após o batismo eram imperdoáveis.
Apesar de muitos terem sido favoráveis ao movimento devido à sua ênfase escriturística sobre a proximidade do fim, a importância dos dons carismáticos e a necessidade de pureza dos crentes, a Igreja acabou rejeitando o montanismo, especialmente por causa do fanatismo e das reivindicações de possuir revelações superiores ao Novo Testamento.