A rejeição da oferta de Caim e a aceitação do sacrifício de Abel motivaram Caim a matar seu irmão. Ambos trouxeram ofertas a Deus. O sacrifício animal de Abel foi aceito, enquanto a oferta vegetal de Caim foi rejeitada. Irritado com essa distinção, Caim assassinou Abel.
A razão pela qual Deus aceitou a oferta de Abel e rejeitou a de Caim não é explicitamente detalhada no texto de Gênesis, mas a distinção entre os tipos de ofertas é mencionada. Abel ofereceu um animal, presumivelmente um primogênito do seu rebanho, enquanto Caim ofereceu produtos da terra. Historicamente, a oferta de sangue era vista como tendo maior significado no contexto da adoração e da expiação, apontando para a necessidade de um sacrifício pela remissão dos pecados. Embora este entendimento se desenvolva mais plenamente na lei mosaica, a narrativa aqui pode estar prenunciando essa verdade espiritual.
A reação de Caim à rejeição divina foi de intensa ira. Em vez de buscar compreender a razão da sua rejeição ou de se humilhar diante de Deus, ele permitiu que a frustração se transformasse em rancor contra seu próprio irmão, cuja oferta fora bem recebida. Essa inveja e ressentimento culminaram no ato violento do homicídio.
O texto enfatiza que Caim já havia sido advertido por Deus antes de cometer o assassinato. Essa advertência sugere que Caim estava ciente da sua atitude interior e da potencial direção dos seus sentimentos. Apesar da oportunidade de arrependimento ou de ajustar sua postura e sua oferta, Caim escolheu persistir em uma “atitude de deliberada desobediência”. Essa desobediência não se manifestou apenas no seu comportamento após a rejeição, mas também pode ter estado presente na forma como ele apresentou sua oferta, indicando uma possível falta de reconhecimento da sua própria necessidade de graça e perdão.
Portanto, a motivação de Caim para matar Abel foi uma complexa interação de fatores: a dor e a humilhação da rejeição divina da sua oferta, a inveja e o ressentimento pela aceitação da oferta de Abel, e uma teimosa persistência em uma atitude de desobediência, apesar do aviso direto de Deus. Este trágico evento inicial na história da humanidade revela a profundidade da queda e a rapidez com que o pecado pode gerar violência e destruição nas relações humanas.
