Após a morte de Sargão II (705 a.C.), o Império Assírio enfrentou uma onda de rebeliões em várias de suas províncias, incluindo regiões cruciais no Crescente Fértil. Senaqueribe, filho e sucessor de Sargão II, respondeu a essas insurreições com uma política de repressão militar vigorosa e implacável.
Uma das primeiras e mais significativas reações de Senaqueribe foi contra a Babilônia. Em 702 a.C., Merodaque-Baladã, que já havia desafiado o domínio assírio anteriormente, foi subjugado e destronado por Senaqueribe. Em seu lugar, Senaqueribe instalou Bel-Libni como governante de Babilônia, buscando consolidar o controle assírio sobre essa importante cidade. A subsequente destruição de Babilônia por Senaqueribe em 689 a.C. demonstra a intensidade de sua determinação em esmagar as repetidas tentativas de rebelião nessa região. A reconstrução posterior da cidade por seu filho, Esar-Hadom, sugere a importância estratégica e simbólica da Babilônia, mesmo após a severa punição imposta por Senaqueribe.
No oeste, Senaqueribe também enfrentou resistência. Após submeter a Fenícia e outras cidades costeiras que se opunham ao seu domínio, os exércitos assírios avançaram e ocuparam a área dos filisteus em 701 a.C.. Este movimento fazia parte de uma campanha mais ampla para reafirmar o controle assírio sobre as rotas comerciais vitais e as nações tributárias do Levante.
Judá, sob o reinado de Ezequias, também se envolveu nesse período de agitação. Embora Ezequias inicialmente tenha tomado medidas para se preparar para um possível ataque assírio, como o reforço das defesas de Jerusalém e a construção de um túnel para garantir o abastecimento de água, ele acabou enfrentando a invasão de Senaqueribe em 701 a.C.. Senaqueribe sitiou Laquis e outras quarenta e seis cidades fortificadas de Judá, e enviou seus oficiais a Jerusalém com ameaças e exigências de rendição incondicional. As mensagens assírias procuravam minar a confiança do povo de Judá em seu Deus e em qualquer aliança com o Egito. Senaqueribe se vangloriou da conquista de inúmeras cidades cujos deuses não puderam protegê-las, insinuando que o Deus de Judá seria igualmente impotente.
No entanto, apesar do cerco e das ameaças, Jerusalém não foi conquistada por Senaqueribe. O relato bíblico atribui essa libertação à intervenção divina. A pressão de uma possível revolta em Babilônia também forçou Senaqueribe a interromper seu cerco a Libna e a se retirar. A preservação de Jerusalém, embora cercada e ameaçada, contrasta com a sorte de outras cidades e reinos que se rebelaram contra o domínio assírio.
A política de Senaqueribe em resposta às rebeliões seguia o padrão assírio de impor tributos pesados, deportar populações rebeldes e instalar governantes leais. A intenção era enfraquecer o nacionalismo local e garantir a submissão contínua ao poder assírio. As inscrições de Senaqueribe detalham suas conquistas e a punição infligida aos rebeldes, servindo como um aviso para outras nações sob o seu domínio.
Em resumo, a reação de Senaqueribe às rebeliões no Crescente Fértil foi marcada por uma forte resposta militar, incluindo campanhas punitivas contra centros de resistência como Babilônia e Judá. Embora tenha obtido sucesso na subjugação de muitas regiões e cidades rebeldes, sua campanha contra Judá e Jerusalém não alcançou seus objetivos finais, de acordo com o relato bíblico. A subsequente instabilidade e as novas rebeliões que surgiram após a morte de Senaqueribe indicam que, apesar de sua mão forte, o desejo de autonomia entre as nações do Crescente Fértil persistiu.