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Existem diferentes métodos para estudar a história do dogma, que podem ser classificados em termos de como o assunto é dividido e a abordagem utilizada no seu tratamento.

Quanto às divisões da história do dogma, o texto menciona as seguintes abordagens:

  • História geral e história especial do dogma: Esta era uma divisão comum em obras mais antigas.
    • A história geral esboçava o pano de fundo filosófico, os principais temas de discussão e a direção geral do estudo doutrinário em cada período.
    • A história especial traçava a gênese e o desenvolvimento de dogmas separados, especialmente os centrais, sob os títulos usuais da dogmática (teologia, antropologia, cristologia, etc.). Este método é também conhecido como lokal-methode e foi seguido por autores como Hagenbach, Neander e Sheldon.
    • Essa divisão e o lokal-methode foram posteriormente rejeitados por autores como Ritschl por serem considerados métodos anatômicos em vez de orgânicos, e por separarem o que pertence a uma coisa só e não fazerem justiça à diferença de ênfase nos vários períodos.
  • Abordagens mais unificadas: Escritores posteriores se esforçaram por expor uma visão mais unificada da gênese e desenvolvimento do dogma.
    • As divisões usadas por Harnack e Loofs apresentavam grandes similaridades. Harnack divide em “O Surgimento do Cristianismo Eclesiástico” e “O Desenvolvimento do Dogma”.
    • Seeberg divide em: I. Formulação da Doutrina na Igreja Primitiva; II. Preservação, Transformação e Desenvolvimento da Doutrina na Igreja da Idade Média; III. Desenvolvimento do Sistema Doutrinário durante a Reforma, e Cristalização Opositora de Doutrina pelo Catolicismo Romano.

Quanto ao método de tratamento da história do dogma, o texto distingue entre duas abordagens principais:

  • Método horizontal: Este método considera a história do desenvolvimento doutrinário como um todo, dividida em períodos. A gênese de todos os vários dogmas é traçada em cada período específico, deixando-os no estágio em que se encontram no fim desse período, para então retomar seu desenvolvimento posterior no próximo período. Assim, a doutrina sobre Deus seria estudada até a Idade Média, depois a doutrina sobre Cristo até lá, e assim por diante. Este método foi seguido por autores como Hagenbach, Neander, Sheldon, Harnack, Loofs e Seeberg.
  • Método vertical: Este método considera o estudo dos dogmas separados na ordem em que se tornaram o centro da atenção da Igreja, seguindo seu desenvolvimento até atingirem sua forma final. A doutrina sobre Deus seria estudada até sua formulação final, seguida pelas doutrinas sobre Cristo, pecado, graça, expiação, etc.. Este método foi seguido, com algumas diferenças, por Thomasius, Shedd e Cunningham. O texto sugere que este método é preferível por manter os dogmas separados e facilitar o acompanhamento de seu desenvolvimento do começo ao fim.

Além disso, há uma distinção entre a postura do historiador ao abordar o estudo:

  • Método puramente objetivo: Alguns defendem que a história do dogma deve ser tratada de forma puramente objetiva, descrevendo o início e o desenvolvimento do dogma sem preconceitos, simpatia ou antipatia, e sem julgar a veracidade das doutrinas.
  • Método confessional: Outros, como o autor do texto, preferem o método confessional. Este método toma como ponto de partida a própria confissão de fé do historiador, buscando explicar geneticamente seu conteúdo. Ao avaliar os desenvolvimentos doutrinários, utiliza-se o padrão da Palavra de Deus e o critério da própria confissão, vista como um resultado ponderado de investigações anteriores. O texto argumenta que um historiador com convicções definidas achará difícil ser puramente objetivo e que o método confessional reflete naturalmente a perspectiva do autor.

Em resumo, o estudo da história do dogma pode ser abordado através de diferentes divisões temporais e temáticas, e o historiador pode adotar uma postura mais neutra (objetiva) ou mais engajada com suas próprias convicções doutrinárias (confessional). O texto parece favorecer uma divisão cronológica ampla, um método de tratamento vertical focado no desenvolvimento individual dos dogmas, e uma abordagem confessional na interpretação histórica.

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