O conceito de “ser peregrino e estrangeiro na terra” é uma metáfora bíblica que descreve a condição do crente nesta vida como temporária e passageira. Essa ideia sublinha que os cristãos são cidadãos de um reino celestial, cuja verdadeira pátria está além deste mundo. A perspectiva de peregrinação molda a identidade espiritual, os valores e as prioridades dos seguidores de Cristo, enfatizando que esta vida não é o nosso lar definitivo. Analisaremos aqui o significado desse conceito, explorando seu fundamento bíblico, sua aplicação prática e suas implicações teológicas.
1. A Identidade do Peregrino
Na Bíblia, o povo de Deus é frequentemente descrito como peregrino e estrangeiro. Em Hebreus 11:13, lemos que os patriarcas “morreram na fé, sem terem recebido as promessas, mas vendo-as de longe e saudando-as.” Essa descrição revela que a vida terrena é marcada por uma expectativa futura, não por uma posse presente.
Essa verdade é ampliada em 1 Pedro 2:11: “Rogo-vos que vos abstenhais das paixões carnais que fazem guerra contra a alma.” O conceito de peregrinação nos ensina que nossa identidade principal não está enraizada neste mundo, mas no reino eterno.
2. O Contraste Entre Dois Reinos
O apóstolo Paulo contrasta o caráter transitório deste mundo com a eternidade do reino de Deus. Em Filipenses 3:20, ele escreve: “Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo.” Esse contraste sublinha que os valores e prioridades do crente devem estar alinhados com a realidade celestial, não com as distrações terrenas.
Essa dinâmica é ampliada em João 18:36: “O meu reino não é deste mundo.” O conceito de peregrinação nos ensina que somos chamados a viver como embaixadores de outro reino, mesmo habitando temporariamente neste.
3. A Renúncia às Coisas Terrenas
Ser peregrino implica renunciar às afeições excessivas pelas coisas deste mundo. Em 1 João 2:15-17, lemos: “Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo.” Essa exortação sublinha que o apego aos prazeres e riquezas terrenas pode desviar o crente de seu propósito eterno.
Essa verdade é ampliada em Mateus 6:19-20: “Não ajunteis para vós tesouros na terra… mas ajuntai para vós tesouros no céu.” O conceito de peregrinação nos ensina que nossos investimentos devem ser eternos, não temporários.
4. A Esperança da Cidade Futura
O autor de Hebreus destaca que os patriarcas buscavam “uma pátria melhor, isto é, a celestial” (Hebreus 11:16). Essa esperança sustenta o crente em meio às dificuldades desta vida, lembrando que o sofrimento presente é temporário diante da glória futura.
Essa perspectiva é ampliada em Apocalipse 21:2: “Vi descer do céu a cidade santa, a nova Jerusalém.” O conceito de peregrinação nos ensina que nossa esperança está firmada na consumação do plano divino.
5. A Missão do Peregrino
Embora sejamos peregrinos, isso não significa que somos indiferentes ao mundo. Em Mateus 5:13-16, Jesus chama Seus seguidores de “sal da terra” e “luz do mundo,” destacando que nossa missão é impactar positivamente a sociedade enquanto aguardamos a volta de Cristo.
Essa dinâmica é ampliada em 2 Coríntios 5:20: “Somos, pois, embaixadores em nome de Cristo.” O conceito de peregrinação nos ensina que, enquanto estamos no mundo, somos chamados a refletir os valores do reino celestial.
6. A Disciplina da Peregrinação
A vida de peregrinação exige disciplina e vigilância espiritual. Em Tiago 4:4, lemos: “Adúlteros e adúlteras, não sabeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus?” Essa advertência sublinha que a jornada como peregrino demanda separação das influências mundanas.
Essa verdade é ampliada em Romanos 12:2: “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos.” O conceito de peregrinação nos ensina que a santidade é essencial para mantermos nossa identidade celestial.
Conclusão
O conceito de “ser peregrino e estrangeiro na terra” nos lembra que esta vida é apenas uma fase temporária em nossa jornada espiritual. Somos chamados a viver como cidadãos de um reino eterno, com valores, esperanças e prioridades que transcendem este mundo.
Que possamos aprender com esse conceito a valorizar o que é eterno, a resistir às tentações deste mundo e a cumprir nossa missão como embaixadores de Cristo. Ao fazer isso, experimentamos a plenitude da esperança cristã e somos fortalecidos para perseverar até a consumação do reino de Deus.