Eu sou um pregador
Se você acha que ser evangelista é só subir no púlpito aos domingos, você está muito enganado. Já ouvi essa pergunta antes: “Você trabalha só uma hora ou dia por semana, né?” E toda vez que ouço, fico pensando em como explicar o que realmente faço.
Ser ministro do evangelho não é um bico, é um chamado. É algo que começa muito antes do domingo. Envolve estudo, oração e preparação de uma vida inteira. Como E.M. Bounds disse: “É preciso vinte anos para escrever um sermão, pois, vinte anos é o tempo que se leva para fazer um pregador”.
Além disso, ser um pregador é levar em conta cada rosto que olha para você do banco da igreja, cada vida que está ali representada. Pessoas alegres ou tristes, corajosas ou desanimadas, perdidas e humildes, mas as vezes cheias de orgulho do pecado.
E quando o domingo chega, ah, meu Jesus, é um desafio e tanto. Tem o jovem gamer que dorme a pregação toda porque passou a noite inteira jogando, tem a criança correndo, tem os viciados no celular, tem o sistema de som que resolve falhar bem na hora H. Então, você se pergunta: “Será que estou realmente fazendo alguma diferença na vida dessas pessoas com realidades, gostos e culturas tão diferentes da minha?” Quando isso acontece, geralmente volto pra casa considerando que eles não se abriram para o toque de Deus – pelo menos não naquela hora.
Mas é aí que a coisa fica séria. Porque não é só sobre mim ou sobre o que eu sinto ou tenho a dizer. É sobre o Espírito Santo agindo em cada pessoa ali presente. É sobre a esperança que só Deus pode dar, sobre o conforto que só Ele pode trazer.
E essa é a lição que eu tenho aprendido. Deus sempre trabalha, apesar de tudo o que acontece. Apesar das inúmeras distrações. Apesar de tudo o que parece trabalhar contra a adoração, Deus sempre faz algo precioso na vida de alguém.
E mesmo quando tudo parece dar errado, ao ponto de fazer você pensar em jogar a toalha, algo incrível acontece. É Deus agindo. E isso, pode acreditar, faz toda a diferença.
Então, da próxima vez que alguém me perguntar se eu trabalho só uma hora ou um dia por semana, vou responder: “Não, eu vivo isso aqui. E cada segundo vale a pena.”
por Diego Gonçalves