1Co 13:1-3 – O Desafio do Amor – 1a. parte
Introdução à Série:
Hoje, vamos explorar 1 Coríntios 13, conhecido como o “capítulo do amor” na Bíblia. Este capítulo é frequentemente citado como um dos mais belos textos sobre o amor na história da linguagem humana. A maneira como Paulo compõe suas frases – o ritmo, o equilíbrio e o poder das palavras – junto com a grandiosidade dos conceitos que ele utiliza, tem emocionado e inspirado muitas gerações.
Apesar de sua simplicidade, a profundidade do texto é notável. Sob a inspiração do Espírito Santo, Paulo atinge um dos seus maiores momentos literários, comparável às suas palavras em Romanos 8, que também fala sobre a grandeza do amor.
Alguns acreditam que 1 Coríntios 13 é tão perfeitamente escrito que não deveria ser analisado detalhadamente. Eles defendem que o texto deve ser lido e vivido, sem dissecções. Por outro lado, outros argumentam que não devemos isolar o capítulo 13, já que ele faz parte de uma discussão maior sobre dons espirituais na Igreja, como vemos nos capítulos 12 e 14 de 1 Coríntios.
Pergunta: O que isso significa?
Resposta: Significa que o propósito de 1 Coríntios 13 é mostrar que a prática e a busca por dons espirituais devem sempre estar ancoradas no amor. Isso não invalida, contudo, a importância de lermos o capítulo em seu contexto mais amplo, uma regra que vale para toda a Bíblia.
No entanto, existem exceções. Alguns textos bíblicos, como João 3.16, têm um significado que permanece intacto mesmo fora de seu contexto original. Da mesma forma, 1 Coríntios 13, embora parte de uma discussão maior, pode ser apreciado como uma descrição autônoma e poderosa do amor.
Com base nessa compreensão, proponho dedicar as próximas três semanas para estudar essa passagem. Hoje, focaremos nos versículos 1 a 3, explorando a medida do amor. Nas próximas semanas, analisaremos os versículos 4 a 7, sobre o caráter do amor, e os versículos 8 a 13, discutindo a supremacia do amor.
Que Deus nos guie nesse estudo, para que possamos crescer em amor e refletir esse amor em nossas vidas, pois, como diz a Escritura: “Deus é amor”. E nós somos chamados a amar uns aos outros como Cristo nos amou.
Leitura Bíblica: 1 Coríntios 13.1-3
Se eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, mas não tivesse amor, seria como um sino que ressoa ou um címbalo que retine. 2. Se eu tivesse o dom de profecias, se entendesse todos os mistérios de Deus e tivesse todo o conhecimento, e se tivesse uma fé que me permitisse mover montanhas, mas não tivesse amor, eu nada seria. 3. Se desse tudo que tenho aos pobres e até entregasse meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, de nada me adiantaria. – (1 Coríntios 13.1-3, NVT)
Introdução ao Sermão: Medindo a Vida: Além de Dinheiro e Status
Pergunta: Como você avalia sua vida? Como mede o valor do que fez ou alcançou?
Muitas vezes, a sociedade usa o dinheiro como medida de sucesso. Nos círculos dos jogadores de “League of Legends” e do mundo dos gamers, por exemplo, adotamos termos como “milhões” e “centavos” para qualificar algo ou alguém. Alguém ou algo que é considerado bom é descrito como “de milhões”, enquanto o oposto é “de centavos”.
Essa abordagem sugere que quanto mais dinheiro você ganha, mais importante você é. Mas isso é uma visão distorcida. Sob esse padrão, atletas e artistas são muitas vezes mais valorizados do que professores ou assistentes sociais, por exemplo. Contudo, a pandemia nos mostrou que profissionais como motoristas e trabalhadores da saúde são os verdadeiros heróis.
Outra maneira de medir o valor na vida é pelo status, que depende de como você é visto em relação aos outros. Isso pode incluir onde você mora, sua educação, roupas, carro, número de seguidores e popularidade. O status pode estar ligado ao dinheiro, mas nem sempre. Por exemplo, um prefeito de uma pequena cidade pode não ganhar muito, mas ainda assim ter um alto status.
Além do status, as pessoas podem medir seu valor com base em produtividade, educação, talentos ou impacto positivo na vida dos outros.
No entanto, em 1 Coríntios 13:1-3, Paulo apresenta uma medida diferente: a do amor. Para ele, o amor é a verdadeira medida de tudo que dizemos, possuímos e fazemos. Sem amor, até nossos maiores feitos são insignificantes aos olhos de Deus.
Paulo aplica esse conceito em três áreas da vida:
- O amor é mais que palavras: Não basta apenas falar; o amor deve ser demonstrado através de ações.
- O amor é o dom supremo: Mesmo os maiores talentos ou habilidades são vazios sem amor.
- O amor vai além dos sacrifícios: Não é apenas o que sacrificamos, mas o amor com que fazemos esses sacrifícios que conta.
Essa visão nos desafia a repensar nossas medidas de sucesso e valor, colocando o amor como a verdadeira métrica para avaliar nossa vida.
I. O Valor das Palavras Além da Elegância da Fala
Paulo começa discutindo o valor da fala. Ele usa o exemplo de falar em línguas humanas e angelicais para ilustrar que, sem amor, mesmo a fala mais impressionante é vazia.
A. Eloquência Não Garante Valor
Os Coríntios valorizavam muito a eloquência. Paulo, apesar de admitir não ser o mais eloquente dos oradores, ensina que a eloquência por si só não é suficiente. Ele destaca que a verdadeira comunicação de valor vem do coração, não apenas das palavras. Em 2 Coríntios 10:10 e 1 Coríntios 2:1-4, Paulo reconhece sua própria limitação na eloquência, mas enfatiza o poder do Espírito em sua fala.
B. O Dom de Línguas e a Tentação do Egoísmo
Os Coríntios também valorizavam o dom de línguas, vendo-o como um sinal de status espiritual. Paulo adverte que o uso egoísta desse dom, para autopromoção ou divisão, é contraproducente. O verdadeiro valor do dom de línguas, como Paulo explica em 1 Coríntios 12-14, é quando ele é usado para edificar a igreja em amor.
C. O Amor como a Verdadeira Medida
Paulo argumenta que a verdadeira medida do valor das palavras não está na eloquência, mas no amor. Ele usa a metáfora do bronze que soa e do címbalo que retine para ilustrar que, sem amor, a fala é apenas barulho vazio. Efésios 4:29 reforça essa ideia, incentivando palavras que sejam edificantes e motivadas pelo amor.
P: Como aplicar isso?
Devemos sempre procurar que o amor seja a motivação principal em nossas palavras e ações. Pergunte-se: “O que posso dizer que vai edificar, encorajar, beneficiar ou aproximar alguém de Deus?”
Conclusão da primeira parte:
Paulo deixa claro que a verdadeira comunicação de valor não vem apenas do que ou como falamos, mas do amor que impulsiona nossas palavras. Ele nos desafia a usar a medida do amor em nossas interações, lembrando-nos de que Deus valoriza o amor acima da eloquência ou dos dons espirituais.
II. A Verdadeira Maturidade Espiritual Não se Mede Pelos Dons
No versículo 2, Paulo aborda o tema dos dons espirituais. Pode-se pensar que a grandiosidade de uma pessoa está na magnitude de seus dons espirituais, mas não é bem assim.Vamos explorar o versículo 2.
Paulo declara:
“Ainda que eu tenha o dom de profetizar e entenda todos os mistérios e todo o conhecimento; ainda que eu tenha fé suficiente para mover montanhas, se não tiver amor, nada serei.” (2 Coríntios 13.2, NVT)
Observa-se que a igreja de Corinto valorizava muito os dons espirituais. Eles foram agraciados com uma variedade de dons, que incluem sabedoria, conhecimento, fé, cura, milagres, profecia, discernimento de espíritos, falar em línguas, interpretação de línguas, ajuda ao próximo, administração, entre outros mencionados em diferentes partes da Bíblia.
Os dons espirituais, sem dúvida, são bênçãos divinas. Eles são fundamentais para a edificação mútua e para o funcionamento efetivo da igreja de Cristo. Quando utilizados de maneira adequada, os dons contribuem significativamente para esse propósito.
Os dons, por si só, são positivos. Deus não oferece dons que sejam ruins. O problema reside no uso inadequado dos dons espirituais, na má interpretação deles, na ênfase excessiva em certos dons em detrimento de outros.
Os coríntios cometeram um erro sério nesse aspecto. Eles confundiram o possuir dons espirituais com a maturidade espiritual.Entretanto, é importante entender que dons espirituais e maturidade espiritual nem sempre caminham juntos.
No versículo anterior, aprendemos que o valor das palavras não se mede pela eloquência. Da mesma forma, o versículo 2 nos ensina que a maturidade espiritual não pode ser medida pela quantidade ou pelo uso dos dons espirituais.
A. O maior dom da profecia.
Paulo menciona três dons espirituais neste versículo. P: Quais são?
R: Dom da profecia, dom do conhecimento e dom da fé.
Então, em primeiro lugar: vamos falar um pouco sobre o dom da profecia.
O dom espiritual da profecia é a capacidade dada pelo Espírito Santo de falar as palavras de Deus ao homem. Paulo fala sobre o dom da profecia como o maior presente de todos. Ele nos dá maiores instruções sobre profecia em outras partes da Escritura.
P: Mas qual era o objetivo do dom da profecia? R: O objetivo da profecia é fortalecer, encorajar e confortar as pessoas da comunidade.
Então, Paulo recomenda que aqueles que profetizam, deveriam se revezar para falar. Enquanto isso, a igreja tinha o dever de receber, examinar e testar cuidadosamente cada profecia segundo as Escrituras. E na igreja primitiva, muitos profetas deram revelações específicas de Deus.
Agora, talvez você se pergunte: Em nossos dias, Deus ainda trabalha dessa forma? Não vejo nenhuma razão pela qual ele não possa trabalhar assim, mas tal como na igreja primitiva, temos que pesar cuidadosamente qualquer suposta revelação de Deus. Acredito, particularmente, que o dom da profecia é exercido no dom da pregação hoje. Deus fala diretamente as pessoas à medida em que elas estão sendo abordadas através da pregação da Palavra de Deus.
E assim, Paulo, apontando para o mais alto dom espiritual – que é a profecia, que fala as palavras de Deus ao homem – nos diz: “Se eu tenho esse dom, mas não tenho amor, eu não sou nada”.
B. Um generoso dom de conhecimento.
Em seguida, Paulo menciona o dom do conhecimento. O dom espiritual do conhecimento é a capacidade dada pelo Espírito Santo de ter compreensão, revelação ou insights sobre os mistérios de Deus.
Isso pode envolver uma palavra de conhecimento onde Deus dá, de forma sobrenatural, conhecimento direto a uma pessoa sobre algo que ela não teria conhecido por meios naturais. É de fato, uma compreensão especial ou insight sobre as Escrituras. E isso, não apenas uma palavra específica aqui ou uma visão ali, mas tem a ver com a capacidade de entender todos os mistérios e todo o conhecimento.
P: Fala sério?! Você não gostaria de entender todos os mistérios? Por exemplo: Você não gostaria de ser capaz de explicar a trindade, a encarnação, a predestinação e o livre arbítrio, o fim dos tempos e conhecer todos os outros mistérios das Escrituras? E não apenas os mistérios das Escrituras, mas os mistérios do universo! Você gostaria de entender o funcionamento interno de átomos e galáxias? E entender como a luz pode ser uma partícula e ao mesmo tempo, uma forma de onda? Você gostaria de encontrar a cura para o câncer ou explicar como as abelhas voam? E então, você não apenas vai entender todos os mistérios, mas também todo o conhecimento!
É como se Paulo exagerasse o dom do conhecimento quase ao ponto da onisciência.
O que é a onisciência? É saber tudo o que há para saber. Mas só Deus pode saber disso… E esse é exatamente o ponto que Paulo toca. Mesmo que você, meu irmão, fosse onisciente, mesmo que você soubesse tudo o que Deus sabe, se não tivesse amor, você não seria nada.
C. Um poderoso dom de fé.
Mas além dos dons da profecia e conhecimento, o terceiro dom que Paulo menciona neste versículo é o dom da fé.
P: O que é o dom da fé? R: O dom espiritual da fé é a capacidade dada pelo Espírito Santo de confiar em Deus nas coisas que nos são impossíveis.
A fé certamente é um tema muito importante na Bíblia. A pessoa que se achega a Deus deve ter fé. Porque sem fé é impossível agradar a Deus. E pela fé, todas as coisas são possíveis para aquele que acredita. Além disso, o grito da reforma protestante do século 16 é que pela graça somos salvos somente pela fé.
Eu falo essas coisas pra que você veja quão importante é o assunto. E aqui em nosso texto, no versículo 2, Paulo fala sobre uma grande fé que é poderosa que pode mover montanhas.
P: Sabe o que Paulo diz? R: Ele diz que mesmo que eu tenha esse tipo de fé que move montanhas (Puf… e se foi!) sem amor, eu não sou nada. Então, a questão central é esta: você não pode medir sua maturidade espiritual pelo emprego ou pela qualidade de seus dons.
Deus dá seus dons gratuitamente a todos os que acreditam. Os dons espirituais não são um sinal de maturidade espiritual, mas um sinal da graça de Deus. Paulo diz que você pode profetizar, que você pode ter grande conhecimento, e que você pode ter grande fé, e mesmo assim, não ser nada. E o que significa tudo isso?
Significa que a sua maturidade espiritual não é medida pelos seus dons, mas é medida pelo seu amor. Os dons são importantes, na verdade, os dons são essenciais para o corpo de Cristo, mas o amor é a medida final da sua maturidade em Cristo.
III. Você não pode medir o tamanho da sua recompensa pela profundidade do seu sacrifício. (versículo 3)
Então, em primeiro lugar, você não pode medir o valor de suas palavras pela imponência de sua fala. Em segundo lugar, você não pode medir sua maturidade espiritual pela qualidade dos seus dons. E agora, em terceiro e último lugar, você não pode medir o tamanho da sua recompensa pela profundidade do seu sacrifício.
Vamos ler o versículo 3, e em seguida eu explico melhor o que eu acabei de dizer:
“Se desse tudo que tenho aos pobres e até entregasse meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, de nada me adiantaria.” (1 Coríntios 13.3, NVT)
Assim como Paulo escreveu sobre a eloquência nos seus termos mais elevados como “falar nas línguas dos homens e dos anjos”; e também escreveu sobre os dons no seu sentido mais amplo como “profetizar, entender todos os mistérios e todo o conhecimento e ter uma fé que move montanhas”; assim, do mesmo modo, ele escreve sobre sacrifício em seus termos mais altos. Na verdade, ele nos dá dois exemplos dos sacrifícios mais extremos que uma pessoa pode fazer.
A. Dando tudo o que você possui aos pobres.
O primeiro exemplo é dar tudo o que você possui aos pobres. Algumas pessoas acham muito difícil se separar do dinheiro. Pois o dinheiro controla suas almas, e quanto mais eles ganham, mais difícil é dar. Isso é triste, porque a Bíblia ensina que na verdade é muito mais feliz e abençoador dar do que receber, e aqueles que estão apegados firmemente ao seu dinheiro nunca aprendem a alegria de dar, de doar, de oferecer…
E isso não quer dizer que não devamos ser sábios com nosso dinheiro. Mas a Bíblia nos ensina que devemos ser generosos, especialmente com aqueles que precisam. Algumas pessoas dão, mas dão por motivos errados. Eles podem ceder por culpa ou compulsão ou pelo desejo de receber algo de volta. Mais uma vez, a Bíblia nos ensina que não devemos dar sob compulsão ou esperar receber de volta, mas devemos dar livremente, de bom grado e com alegria.
P: Mas evangelista, por acaso existe alguma recompensa para aqueles que dão? Sim. Obviamente que sim! Jesus falou sobre algumas recompensas para aqueles que dão, que ofertam e que doam. No entanto, a motivação da pessoa tem que estar certa.
Alguns de vocês estiveram no retiro dos adolescentes do HKSB, e certamente, vocês ouviram alguém pregar sobre o que Jesus disse aos seus discípulos, relacionado a este assunto. Mateus 6.2-4 diz:
“Quando ajudarem alguém necessitado, não façam como os hipócritas que tocam trombetas nas sinagogas e nas ruas para serem elogiados pelos outros. Eu lhes digo a verdade: eles não receberão outra recompensa além dessa. 3. Mas, quando ajudarem alguém necessitado, não deixem que a mão esquerda saiba o que a direita está fazendo. 4. Deem sua ajuda em segredo, e seu Pai, que observa em segredo, os recompensará.” (Mateus 6.2-4)
Então, sim, há uma recompensa por dar. Mas não é automático, entende? Devemos ajudar e ofertar com a motivação certa. Portanto, você não pode medir o tamanho da sua recompensa pelo quanto você oferta, dá ou sacrifica.
Uma vez li que o Jeff Bezos (dono da Amazon) é o maior filantropo do mundo e ele tem ajudado ONGs e doado mais dinheiro do que todos nós juntos, um dia, conseguiremos ganhar nessa vida. Pense nisso. Isso é muito dinheiro. Agora não podemos julgar seu coração, porque não conhecemos o dono da Amazon pessoalmente, mas partindo do texto biblico que estamos lendo. Me permita fazer uma ponderação aqui. Se a doação deste homem, que é o homem mais rico do mundo, não foi motivada pelo amor a Deus e pelo amor aos outros, então ele não receberá nada no que diz respeito à recompensa.
Agora, o exemplo que Paulo nos oferece, aqui no versículo três é chocante! Paulo não tá falando sobre apenas dar muito, Paulo tá falando sobre dar tudo. Eu acredito que o dono da Amazon e sua família, provavelmente deve ter muito dinheiro guardado por aí … Mas mesmo que um dia, eles venham a doar tudo que tem, se eles fizerem isso sem amor, então de nada adiantaria.
Gostaria de encerrar contando uma história verídica:
É a história de um jovem chamado Charles Thomas Studd. Ele nasceu em 1860 e viveu até 1931. Sua história é um exemplo de uma pessoa que realmente entregou tudo a Cristo. Este jovem missionário nasceu e viveu cerca de cem anos antes da gente. Ele herdou várias centenas de milhares de dólares de um pai rico e se sentiu compelido por Deus a doar tudo antes de se casar. Na verdade, ele guardou um dote de alguns milhares de dólares que daria à esposa no dia do casamento.
Sabe qual foi a reação dela? A esposa do Charles Studd disse: “Charlie, o que Jesus disse para o jovem rico fazer?” Ao que ele respondeu: “Vende tudo e dê aos pobres.” Então ela disse: “Bem, então vamos começar só com o Senhor no dia do nosso casamento.” E eles doaram até aquela última reserva que tinham! C.T. Studd e sua esposa foram para a África como missionários e serviram lá pelo resto de suas vidas.
E o dinheiro que eles deram? Esse dinheiro foi doado para o desenvolvimento do Instituto Bíblico Moody, do Exército da Salvação, do orfanato de George Mueller e da Missão transcultural na China de Hudson Taylor. Essas quatro missões foram as mais conhecidas e eficazes do século XX para o Senhor.
Glória a Deus!
Então, o primeiro exemplo que Paulo usa é dar todo o seu dinheiro aos pobres.
B. Entregando seu corpo às chamas.
E a segunda declaração que Paulo fornece nesse versículo tem a ver com um grande sacrifício: Ele ilustra algo sobre entregar seu corpo à fogueira, ou seja, um ato de martírio que resulta em sofrimento pessoal e a perda de sua vida.
Meus queridos, se dar todo o seu dinheiro já é uma coisa complicada. Dar sua vida é muito mais difícil. Entregar-se voluntariamente a uma morte dolorosa teria que ser o maior sacrifício de todos.
A história da Igreja nos conta que muitos dos primeiros cristãos entregaram seus corpos às chamas, aos leões e à espada. E ainda hoje, inúmeros cristãos em todo o mundo continuam a sofrer por sua fé. Me recordo das palavras e da disposição do Pr. Moisés que estava se preparando para pregar na Coréia do Norte. Agora, o Apóstolo Paulo diz que mesmo que você entregue sua vida como sacrifício, se você fizer isso e não tiver amor, de nada vale.
Policarpo, pai da Igreja e cristão de 2a. geração, foi um dos primeiros cristãos a entregar sua própria vida por causa de Cristo. Policarpo era o bispo de Esmirna. Quando era jovem, ele conheceu o apóstolo João e sentou-se aos seus pés para ouvir seus ensinamentos. E quando ficou velho, aos oitenta e seis anos de idade, ele foi preso por causa da sua fé e foi instruído a renunciar aos ensinamentos do cristianismo. Caso contrário, seria queimado na fogueira.
Sabe o que ele fez quando os guardas chegaram? Ele preparou um jantar pra eles, e os alimentou. E então, ele pediu que lhe dessem uma hora de oração. E o seu desejo foi atendido. Dizem que ele gastou duas horas orando, e nos dizem também que ele orou com tanto fervor e graça que os guardas lamentavam por terem sido eles, os oficiais que o haviam capturado.
No caminho para o martírio, os guardas tentavam convence-lo: Policarpo, que mal há em dizer: “César é o Senhor, e oferecer-lhe incenso e adoração?”
Mas Policarpo recusava renunciar a Cristo. Ele foi então levado para o estádio e lá, lhe disseram: “Jure pela fortuna de César! Arrependa-se e diga: ‘Abaixo os ateus!’”. Ateus eram aqueles que os romanos chamavam que se recusavam a adorar o imperador.
Policarpo acenou com a mão no estádio cheio de pessoas e disse, indicando-lhes: “Abaixo os ateus”. Então, o procônsul o pressionou: “negue a Cristo e eu o libertarei”.
Então Policarpo respondeu: “Já fazem oitenta e seis anos que eu sirvo ao Senhor, e Ele nunca me faz mal. Como posso, agora, blasfemar ao Rei que me salvou?”
E o procônsul gritava: Renuncie seu Cristo e Jure por César
E Policarpo respondia: “Se você finge não saber quem e o que sou, ouça-me declarar com ousadia: eu sou cristão. E se você quiser saber mais sobre o Cristianismo, ficarei feliz em marcar uma reunião”.
Em seguida, o Procônsul ameaçou queimá-lo vivo. E Policarpo respondeu:
“Você me ameaça com fogo que queima durante um momento e logo depois se apaga. Mas você ignora o fogo do julgamento futuro e do castigo eterno, que é reservado para os ímpios. Então, por que você se atrasa? Venha, e faça o que quiser.”
A história então diz que, segundo observadores, à medida que as chamas aumentavam, não consumiam Policarpo como era esperado. O fogo formava um círculo ao redor dele, mas o seu corpo não queimava.
Como o fogo não teve o efeito pretendido sobre o corpo de Policarpo, um carrasco foi ordenado a esfaqueá-lo até a morte com uma espada. E o seu sangue extinguiu as chamas.
Tal como C.T. Studd entregou todo o seu dinheiro. E tal como Policarpo entregou seu corpo às chamas. Nós ficamos ofegantes com o sacrifício deles. Mal conseguimos imaginar dar a metade do nosso dinheiro. (E alguns de nós lutam até mesmo para dar a décima parte!)
Nós estremecemos e morremos de medo ao pensar em uma morte dolorosa. E até mesmo Charles T. Studd e Policarpo, por maior que fosse seu sacrifício, se eles não o fizessem por amor a Deus e ao próximo, então não ganhariam qualquer recompensa.
Isso é o que Paulo está nos dizendo.
“Se desse tudo que tenho aos pobres e até entregasse meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, de nada me adiantaria.” (1 Coríntios 13.3, NVT)
CONCLUSÃO:
Em conclusão, você não pode medir o valor de suas palavras pela imponência de seu discurso. Você não pode medir sua maturidade espiritual pela extensão de seus dons. Você não pode medir o tamanho da sua recompensa pela profundidade do seu sacrifício.
As palavras que você fala, os dons que você tem, os sacrifícios que você faz – nenhum deles tem nenhum valor além do amor. Estes são apenas três exemplos que Paulo deu para nos apresentar o ponto mais importante dessa passagem.
Nada do que você diz, nada do que tem, e nada do que você faz, possui qualquer valor além do amor. Porque o amor é a verdadeira medida de todas as coisas. Se eu ensino ou prego sermões, e visito os doentes, e evangelizo… Se não tiver amor, então eu não sou nada.
Se eu trabalhar na minha empresa, criar os meus filhos, sustentar minha família, e não tiver amor, então, de nada vale tudo isso.
Se eu realizar tudo o que me propuser a fazer, realizar todos os meus sonhos, cumprir todas as minhas metas e objetivos na vida, e não tiver amor, de que vale tudo isso?
Então, minha gente! Como você mede sua vida? Através do Dinheiro? do Status? e Realizações? O que acabamos de ver aqui é que a maneira bíblica de medir sua vida, isto é: tudo o que você diz, tudo o que você tem, tudo o que você faz – é pelo amor. Não espere chegar o fim da sua vida para perceber, de repente, que você está usando a medida errada.
Que Deus nos ajude a medir nossas vidas de acordo com o que realmente é importante e durará: a medida do amor.