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A doutrina da revelação distingue dois modos pelos quais Deus se dá a conhecer ao ser humano: revelação geral e revelação especial. Essa distinção é fundamental na teologia sistemática, pois explica como conhecemos a existência, os atributos e a vontade de Deus — especialmente no que diz respeito à salvação.

1. Revelação Geral

Definição:

A revelação geral é a autocomunicação de Deus a todos os seres humanos, em todos os tempos e lugares, por meio da criação, da providência e da consciência moral.

Ela é chamada “geral” porque:

  • É universal: destinada a todos os homens;
  • É natural: ocorre por meio do mundo criado e da experiência humana.

Meios da revelação geral:

a) A criação (mundo natural):
O universo visível revela atributos de Deus como seu poder, glória, sabedoria e eternidade.

“Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos” (Sl 19.1)
“Porque os atributos invisíveis de Deus, […] claramente se reconhecem […] sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas” (Rm 1.20)

b) A providência (história e preservação):
A forma como Deus sustenta e governa o mundo também manifesta sua bondade e soberania (At 14.17; Mt 5.45).

c) A consciência (lei moral interna):
Os seres humanos possuem um senso inato do certo e errado, o que indica a existência de um legislador moral.

“Quando os gentios […] mostram a norma da lei gravada em seus corações, testificando-lhes também a consciência” (Rm 2.14-15)

Limites da revelação geral:

  • Ela é suficiente para tornar o homem indesculpável diante de Deus (Rm 1.20), pois mostra que Ele existe e é digno de ser adorado;
  • Mas é insuficiente para conduzir à salvação. Ela não revela Cristo, o evangelho nem o plano redentor.

2. Revelação Especial

Definição:

A revelação especial é a autocomunicação de Deus a pessoas específicas, em tempos e lugares determinados, por meios sobrenaturais e com conteúdo redentivo, registrada nas Escrituras.

Ela é chamada “especial” porque:

  • É particular e seletiva: Deus a dirige a indivíduos, profetas e apóstolos;
  • É sobrenatural: ultrapassa os limites da razão e da natureza;
  • É salvífica: revela o caminho da salvação em Cristo Jesus.

Meios da revelação especial:

a) Teofanias:
Manifestações visíveis e temporárias de Deus (Êx 3.2–6; Gn 18.1–3).

b) Sonhos e visões:
Mecanismos de revelação a indivíduos específicos (Dn 7.1; Mt 1.20).

c) Profecias:
Mensagens inspiradas diretamente por Deus para instrução e exortação (Hb 1.1).

d) Jesus Cristo:
A revelação máxima e encarnada de Deus. Ele é o Verbo que se fez carne (Jo 1.1,14), o resplendor da glória e a expressão exata do ser de Deus (Hb 1.3).

e) As Escrituras:
A Bíblia é a forma escrita, permanente, infalível e suficiente da revelação especial (2Tm 3.16–17; 2Pe 1.21).

Propósito da revelação especial:

  • Revelar o caráter de Deus de forma pessoal e completa;
  • Apresentar o plano da redenção por meio de Jesus Cristo;
  • Oferecer instrução autoritativa e normativa para a fé e a vida cristã.

3. Comparação entre Revelação Geral e Especial

CaracterísticaRevelação GeralRevelação Especial
AlcanceUniversal (todos os homens)Particular (indivíduos escolhidos)
MeioCriação, história, consciênciaEscrituras, profecias, Cristo
ConteúdoAtributos de Deus, existência, lei moralDeus como Salvador, Cristo, plano da salvação
Eficácia para salvaçãoNão é suficiente para salvarÉ suficiente para conduzir à salvação
FormaNaturalSobrenatural e redentora
ClímaxNatureza e moralidadeJesus Cristo e a Escritura

4. Conclusão

  • A revelação geral torna a existência de Deus evidente e manifesta sua glória a todos, deixando o homem indesculpável.
  • A revelação especial é a única capaz de nos conduzir ao conhecimento salvador de Deus em Cristo.
  • Hoje, a revelação especial está completa e preservada nas Escrituras, que são a autoridade máxima e suficiente para a fé e a prática cristã.

Portanto, todo o verdadeiro conhecimento de Deus depende de sua revelação — e é pela graça de Deus que Ele se revelou tanto pela criação quanto, principalmente, por sua Palavra viva e escrita.

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